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Nei Leandro de Castro – Escritor

O Makro e o Sam´s Club adotam uma atitude antipática, muito deselegante, com os seus clientes. Você faz as compras, paga no caixa e, na saída, tem que apresentar a nota de compras a um fiscal, que confere minuciosamente as mercadorias compradas e só então você é liberado. Essa atitude pressupõe o quê? Que você, leitor, está tentando levar mercadorias pelas quais não pagou.  Ou que, em conchavo com o funcionário da caixa, você está furtando o supermercado. Toda vez que revistam o meu carro de compras, eu pergunto: “Pegaram quantos ladrões hoje?” Com um sorriso amarelo, o fiscal diz que faz a conferência porque às vezes o caixa se engana. Mentira. Ou, se for verdade, todos os caixas daquelas lojas vivem sob suspeita. No comércio em geral, não existe medida tão grosseira, tão mal-educada, tão cheia de desrespeito com quem compra. Proponho um boicote contra o Makro e o Sam’s, até que seus donos ou seus gerentes comecem a entender que respeito é bom e o cliente gosta.

Deixaram na portaria do meu prédio uma jarra, duas taças e uma garrafa de vinho tinto. O vinho é um legítimo Gaglioto, de safra indeterminada, ao custo de R$ 7,12 nos supermercados da cidade. E ainda havia um bilhete: “Chame o seu melhor amigo, use o decanter, e faça um brinde às nossas maravilhosas vinícolas que você tanto aprecia.”  Pelo estilo, tenho certeza de que foi obra do chef Gérard Pena Baptiste.

 Numa tertúlia no Bella Napoli, o assunto era Lampião. De maneira descontraída, entre doses de uísque, copos de cerveja e baforadas de cigarro, estavam sendo analisados os livros de Billy Jaynes Chandler (“Lampião, o rei dos cangaceiros”), de Frederico Pernambucano de Mello (“Guerreiros do sol”) e do nosso Raimundo Nonato (“Lampião em Mossoró”). Um livro recente foi colocado em discussão e aí, em seu macacão de grife, o poeta e prosador A.N. (não, não vou dizer o seu nome) pediu licença e começou: “ Inobstante a dilemática que se poderia intuir, dentro do óbvio ou do não óbvio, de feito a obra em curso sói persuadir porque interage com o sertão enquanto  “ser tão áspero” e Lampião e seus apaniguados.”  Dos seis que estavam na mesa, três pediram a conta, dois foram ao banheiro e não voltaram mais. 

A jarra de vinho entornou. Geraldo Furtado deu lições de Paris, de vinhos, tudo bem, mas eu continuo desconfiando dos vinhos de tasca, dos vinhos servidos em jarra. Na próxima viagem, vou pedir ao garçom que despeje um Saint-Emilion na minha jarra e estamos conversados.  Mas, de tudo, gostei muito de saber que Geraldo conhece o restaurante Louis Vins por indicação da minha querida amiga Maria Laly Carneiro, ou Laly Meignan. Laly é Phd em Paris, tem muito bom gosto e muita sensibilidade.

O Troféu CUL 2008 deve ir para Soares dos Anjos, que está concluindo uma análise da poesia de Augusto dos Anjos em dois volumes. Soares sabe de cor toda a poesia do paraibano. Rebate, com brilho e emoção, qualquer restrição que se faça ao poeta do “Eu”. Sabe o significado de todas as palavras complicadas, como “cosmopolitismo das moneras”, que infestam a poesia do excelso Augusto.  Elvira Santiago, presidente da CUL – Central Única de Letras – vai convidar o paraibano José Nêumanne Pinto para fazer a entrega do troféu ao vencedor.

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