domingo, 5 de maio, 2024
30.1 C
Natal
domingo, 5 de maio, 2024

Relatório do pré-sal será votado hoje na Câmara

- Publicidade -

Deve ser votado hoje, no plenário da Câmara dos Deputados, o projeto que discute a mudança do modelo de exploração do petróleo no Brasil, com especial enfoque na área do pré-sal. O relatório, de autoria do deputado federal Henrique Eduardo Alves, diminui a parcela de recursos de estados e municípios produtores, além de acabar com a participação especial dessas localidades, que pode chegar a até 40% da produção. O relatório também distribui os recursos entre os estados não produtores.

Tema foi discutido durante seminário ontem na UFRN, com a presença do deputado e de representantes do setor de petróleo e energia“A guerra desse relatório começa amanhã (hoje), entre os deputados federais”, disse Alves, durante seminário realizado ontem na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sobre o Pré-sal, fazendo referência à votação do projeto no plenário da Câmara. Outra mudança prevista no relatório é a ampliação, de 10% para 15%, no total de royalties a ser pago pela produção, redistribuindo esses recursos entre todos os municípios que não têm produção na província do pré-sal.

Henrique declarou ter sofrido pressões de todos os lados, durante o último mês. Ele citou seu partido, o PMDB, a equipe econômica do Governo Federal, os prefeitos dos municípios inseridos na camada pré-sal e ainda da oposição ao Governo, como exemplos de autoridades que vêm criticando a mudança do modelo exploratório. “Pelo menos na área do pré-sal, a exploração deverá passar de concessão para partilha”, explica.

A expectativa do deputado é que o texto seja aprovado em breve e sem modificações, possibilitando o fim de rumores acerca da exploração na área do pré-sal estar sendo utilizada como estratégia eleitoral. “Quem quiser reclamar que reclame com Deus, por ter colocado o pré-sal na nossa plataforma continental”, desafia Alves.

O seminário sobre o Pré-Sal e o Marco Regulatório foi promovido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte e pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em parceria com a Petrobras. O deputado Henrique Alves e o presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, participaram do evento no painel com tema Pré-Sal: Oportunidades para o Brasil e Novo Marco Regulatório.

De acordo com Lima, o Brasil está passando por um momento crucial em sua história, por estar deixando de ser apenas um grande consumidor de petróleo, podendo passar a ser o maior produtor mundial do óleo. “Hoje, o mundo consome 85 milhões de barris de petróleo por dia e o Brasil está saindo do lado de importador, passando a exportador. A Petrobras nasceu para produzir o petróleo que o Brasil consome e agora vai conseguir isso”, ressalta.

O presidente da BR lembra que o marco regulatório que rege a exploração de petróleo no país foi aprovado em 1997, quando o cenário geopolítico mundial era totalmente diferente do atual. “É fundamental fazer esses ajustes, passando para o modelo de partilha e fazendo com que a União tenha um ente para acompanhar todo o processo, uma vez que os custos precisam ser os mais baixos possíveis, já que a parcela a ser dividida com a União seja a maior possível, pois é daí que sai a parcela da riqueza que chega ao país”, exemplificou.

Pré-sal será sinônimo de desenvolvimento para o Brasil

Durante entrevista coletiva, o presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, enfatizou que o reservatório de óleo e gás na camada pré-sal deve garantir ao Brasil uma imensa oportunidade de crescimento, com consequente desenvolvimento econômico. Para ele, a exploração dessa camada provocará mudanças tanto econômicas quanto geopolíticas, modificando o cenário no qual o Brasil está inserido, durante os próximos anos. “A importância será percebida com o desenvolvimento dos setores de energia e dos ganhos econômicos que o país terá com a atração de empresas para exploração no pré-sal e na exportação de petróleo”, disse.

De acordo com Lima, os maiores produtores mundiais de petróleo estão geograficamente afastados dos grandes consumidores e o Brasil poderá vir a ser o primeiro país em que esses fatores são equilibrados. Dessa forma, países consumidores como Estados Unidos e China passarão a incluir o Brasil na lista de mais importantes exportadores de petróleo, como ocorre atualmente com países como Rússia, Arábia Saudita e Irã.

Para o presidente da BR, os maiores desafios da exploração na área do pré-sal estão ligados ao uso da tecnologia e ao regime de partilha, que deverá ser instituído para essa exploração. Para vencer as dificuldades, Lima destacou a importância de um planejamento e a criação de uma empresa pública para trabalhar na camada pré-sal, que vem sendo chamada Petro-sal. “A camada é chamada de pré-sal porque fica abaixo de uma espessa camada de sal, que pode ter até 2 mil metros de espessura. Com uma distância de 200 quilômetros da costa e uma linha de 150 mil quilômetros de extensão, indo desde o estado do Espírito Santos até Santa Catarina, os desafios são enormes”, destacou.

Questionado acerca dos motivos que levam o preço dos combustíveis ser mais elevado no Rio Grande do Norte do que em estados próximos como Pernambuco, se a maior produção de petróleo em terra no país ocorre em solo potiguar, o presidente da BR afirmou que iria apenas abordar pontos relativos ao pré-sal. “Essa é uma discussão um pouco complicada. Não pode ser levado em conta apenas o local onde o óleo é produzido, pois tem ainda o ICMS e diversas outras variáveis. Em princípio, não podemos fazer uma relação de que aqui tem produção, aqui o preço é mais baixo, já que nem todo o óleo é refinado no estado em que é produzido”, justificou.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas