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Renan Calheiros insiste em continuar no cargo

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CRISE - Renan Calherios culpa adversários políticos em Alagoas pela divulgação das acusações Brasília (AE) – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já descartou  qualquer possibilidade de se licenciar do posto ou até mesmo do mandato de senador  enquanto são feitas as investigações sobre o suposto pagamento de contas pessoais  suas pela construtora Mendes Júnior, dentro de um processo de reconhecimento  de paternidade. Contrariando o que dissera no dia anterior, Renan garantiu ontem a interlocutores que tem provas para demonstrar que usou recursos próprios  para pagar, de 2004 a 2005, uma pensão para a jornalista Mônica Veloso, mãe  de uma filha sua. Afirmou também que têm o apoio político de 80 dos 81 senadores (ele se inclui  nessa contabilidade política), restando apenas convencer o senador Jefferson  Pérez (PDT-AM), que defendeu seu afastamento das funções.

Através de seus advogados,  o senador alagoano enviou ontem ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP),  documentos que acredita serem suficientes para provar sua inocência, incluindo  extratos com movimentações bancárias que demonstrariam que usou recursos próprios  para pagar a pensão e não foi favorecido irregularmente por nenhuma empresa. Com esses documentos, que continuam não sendo exibidos pelo senador ou por seus  advogados, Renan acredita ser possível barrar definitivamente qualquer pedido  de abertura de processo de cassação por quebra de decoro e encerrar o episódio. 

Para aliados, o presidente tem dito que é preciso conservar a serenidade durante  todo o processo. Reconhece que a importância do seu cargo aumenta a dimensão  do caso, mas avalia que só está conseguindo garantir o apoio dos outros senadores  porque se expôs e contou no plenário, na segunda-feira, todos os detalhes de  um caso extremamente pessoal.  O senador também não se arrepende de ter feito seu pronunciamento sobre o caso  enquanto ocupava a Presidência da sessão. Alguns senadores avaliam que ele deveria  ter cedido a condução da sessão para outro parlamentar e ocupado a tribuna,  abrindo mão da hierarquia do comando da Casa para apresentar suas explicações. 

Para os interlocutores que o questionaram sobre isso, o senador respondeu que  é impossível dissociar os acontecimentos do fato de ocupar a Presidência do  Senado e, portanto, não fazia sentido usar a tribuna.  Nas conversas, o senador insiste que tem falado a verdade e que nunca na história  do Congresso algum parlamentar se expôs da maneira que ele fez. Também não tem distribuído culpas pela difícil situação que enfrenta, com exceção de adversários  de Alagoas.

A relação com o governo federal, até agora, está preservada, na sua avaliação.  Até porque recebeu sinais claros de que o Palácio do Planalto tem interesse  na sua recuperação política, uma vez que tem sido um dos principais responsáveis  pela costura da coalizão política entre PT e PMDB.

Petista é escolhido para presidir Conselho de Ética

Brasília (AE) – O senador Sibá Machado (PT-AC) foi eleito presidente do Conselho de Ética do Senado, com 15 dos 16 votos dos representantes do colegiado. O PMDB abriu mão do direito de indicar o presidente, na condição de maior bancada, e acabou perdendo o posto de vice para o qual queria eleger o senador Wellington Salgado (MG). Diante dos protestos da oposição para que fosse cumprida a regra da proporcionalidade das bancadas, a vice-presidência ficou com o senador Adelmir Santana (DEM-DF).

A representação por quebra de decoro parlamentar protocolada pelo PSOL contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não foi tratada na reunião de instalação do Conselho. O assunto só será abordado no próximo encontro, já marcado para quarta-feira, 6. Antes, Sibá quer ouvir o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM), que irá receber nesta tarde o advogado de Renan, Eduardo Ferrão. O advogado irá apresentar documentos complementares que comprovariam a defesa que Renan apresentou em discurso no plenário, na segunda-feira, para rebater denúncia da revista Veja.

FHC defende licenciamento do senador

O ex- presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidere um processo de mudanças para ajudar a combater a corrupção no Brasil, que inclua a reforma política e o afastamento mais rápido dos envolvidos em supostas irregularidades e mudança no sistema de elaboração do orçamento. O ex-presidente defendeu também o afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, enquanto durarem as investigações sobre seu suposto envolvimento com um lobista da empreiteira Mendes Júnior.

Embora ressaltasse não ser mais senador e por isso não estar acompanhando o caso de perto, FHC disse não querer prejulgar o senador alagoano, afirmou: “Vou dizer o que disse o senador Pedro Simon: É melhor, fica mais fácil, se ele se afastar”. Sobre a reforma, FHC disse, após palestra na Universidade Santa Úrsula, em Botafogo, na zona sul do Rio , que “cabe ao presidente da República comandar um processo de reforma nessas questões”. O ex-presidente defendeu a mudança do sistema de voto, constituição do voto distrital misto e o fim das emendas individuais dos parlamentares ao orçamento, com a instituição do que chamou de “emendas coletivas estruturantes”.

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