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Renan preside sessão e nega crise

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CASO RENAN - Numa sessão esvaziada, Renan Calheiros assegurou que na próxima semana serão apreciados os projetos que têm prioridade na pauta

Brasília (AE) – Depois de mais uma semana tentando sem sucesso se livrar do processo no Conselho de Ética, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), procurou aparentar normalidade ontem e mostrar que as denúncias não o estão afetando nem os trabalhos da Casa. Em plena sexta-feira, Renan foi ao plenário para comandar uma sessão na qual menos de dez senadores se revezaram na presença. Renan ficou na cadeira por 50 minutos e aproveitou para negar que o Senado possa enfrentar uma crise institucional, encerrando a sessão com apenas o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) no plenário.

A sessão era mais uma típica de sexta-feira em que há discursos longos e temas diversos transmitidos pela TV Senado. O fato raro foi mesmo a presença de Renan. “O Senado está funcionando e vai continuar funcionando”, declarou em entrevista. Na busca de sair do foco das denúncias, Renan anunciou votações na próxima semana. Ele citou uma pauta extensa que destoa do ritmo político da Casa, desde que Renan foi acusado de ter parte de suas despesas pessoais custeada por lobista da empreiteira Mendes Júnior e de ter apresentado recibos falsos para comprovar sua renda.

São quatro medidas provisórias, o projeto que regulamenta as Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs), o pacote de combate à violência, a proposta trata das relações de trabalho entre pessoas jurídicas, que ficou conhecida nos debates por emenda 3, e ainda projetos referentes à Sudam e à Sudene. “São compromissos fundamentais e a Casa assumiu a responsabilidade de resolver, e o faremos na próxima semana”, afirmou Renan para um plenário quase vazio. O presidente do Senado, em entrevista, reafirmou que não deixará o cargo. Renan disse que já havia sido enfático ao declarar que permanecerá na presidência. “Vou falar com mais ênfase ainda. Isso (renúncia) não faz parte da minha personalidade”. Ele disse estar tranqüilo quanto ao processo. “Eu já provei a minha inocência”, repetiu. “Não há nada a explicar.

As explicações que tinham de ser dadas eu já as dei. Autentiquei a veracidade delas, de modo que estou absolutamente tranqüilo, cumprindo meu papel, cuidando das minhas responsabilidades, como sempre fiz”, afirmou. Na entrevista, Renan procurou também desviar o foco das acusações contra ele fazendo uma ligação estreita da questão com a instituição. “Eu não vou é permitir que o Senado entre em crise institucional. Quem está pensando nisso está redondamente enganado. O Senado é uma instituição importante, tem 180 anos, e construiu a democracia brasileira, que é insubstituível. Nós temos é que fortalecer o Senado”, ressaltou.

Ministro afirma que investigação é salutar para o país

Rio (AE) – De passagem pelo Rio, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, disse acreditar que o Brasil sairá melhor do processo de investigação de supostas irregularidades cometidas pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). “As instituições estão funcionando”, justificou.

“Precisamos continuar acreditando nas instituições pátrias e nos políticos vocacionados. Por isso, o período é alvissareiro; creio que avançaremos.”  Mello não quis analisar as acusações contra Renan, sustentando que a investigação ainda está em curso e que não cabe a ele julgá-la, mas afirmou que o teor das denúncias é espantoso: “Eu não analiso, apenas lanço uma exclamação: que contexto! Creio que nem a mente mais criativa poderia imaginar esses episódios ”

Aliados rejeitam vinculação do processo

Brasília (AE) –  A tentativa do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de atrelar o processo de que é alvo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado ao cargo que ocupa foi rejeitada até mesmo pelos aliados. Nenhum dos parlamentares ouvidos pela reportagem concorda com a alegação de que um eventual pedido de cassação contra Renan resultará numa crise institucional no País. “Não, não acho que o Senado esteja atravessando uma crise institucional”, rebateu a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). “O Senado é uma instituição forte”

Literalmente, ele afirmou na quinta-feira que não permitirá “que se leve o Senado Federal a uma crise institucional”. “Eu não arredarei pé”, acrescentou, ao reiterar que tampouco deixará a presidência da Casa. O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) chama o episódio de “caso Renan” para mostrar que não há em nenhum dos ingredientes nada que possa de alguma forma afetar as instituições brasileiras. “Eu não vejo nenhuma crise institucional”, alegou. A denúncia foi aberta depois de uma entrevista publicada pela da Revista “Veja” com a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha de 3 anos. Mônica afirma que recebia das mãos do suposto lobista da construtora Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, R$12 mil por mês de pensão alimentícia.

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