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Resultados de análises devem ser divulgados hoje

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RIO POTENGI - Amostras estão sendo analisadas no laboratório do Cefet/RN

Hudson Guimarães – Chefe de Reportagem

O coordenador do Programa Água Viva, convênio mantido pelo Idema para monitorar e controlar a balneabilidade da água em diferentes pontos do litoral potiguar, espera que parte dos resultados de análises das amostras encaminhadas ao laboratório do Cefet-RN seja divulgada hoje. Ronaldo Fernandes Diniz acha pouco provável que a morte dos peixes e crustáceos tenha como agente causador os efluentes lançados “in natura” no rio Potengi.

“Se fosse assim, haveria uma dimensão muito maior. Inclusive em outras áreas do rio, sem a concentração observada”, argumentou. O Laboratório do Departamento de Recursos Naturais do Cefet-RN é um dos locais para onde o Idema encaminhou amostras para análise. Também foi enviado material para laboratório da UFRN.

Os resultados das análises feitas no Cefet devem ser entregues ao Governo do Estado a partir de hoje até a próxima sexta-feira. As análises contemplam investigação sobre a presença e quantidade de metais, nível de oxigênio e elementos químicos considerados corpos estranhos à água. Inclusive a eventual existência de resíduos do “metabissulfito” (Na2S2O5), composto usado por carcinicultores durante a despesca dos viveiros.

Os primeiros resultados devem contemplar o nível de oxigênio na água. “Não podemos afirmar que a contaminação se deu a partir desse material. Apenas não descartamos, assim como outras hipóteses, visto que é usado por carcinicultores”, disse Diniz. O produto é amplamente utilizado para reduzir a presença de microrganismos capazes de danificar o camarão. A ausência do oxigênio reduz a quantidade de microorganismos. “Não se pode afirma, ressalto, que essa tenha sido a causa. Até porque temos que levar em conta uma série de informações”, disse o professor do Cefet e doutor em sedimentologia. Segundo o Idema, são 48 empreendimentos de carcinicultura às margens do rio Potengi.

O Idema e a Fundação de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Norte devem assinar em breve um convênio para monitorar também a qualidade da água na área dos rios Jundiaí e Potengi, de onde o Instituto não dispõe de parâmetros para comparar aos resultados eventualmente obtidos nas amostragens após o acidente ambiental que provocou efeitos de grandes proporções, afetando toda a população.

A substância

O Metabissulfito de Sódio (alfa ou “grade food”, denominação depende do fabricante) é um agente oxidante que vem em sacos de Polietileno de 25Kg, em pó cristalino de coloração branca a levemente amarelada, usado para prevenir a formação da melanose (manchas negras ou “black spot”) em camarões. O produto é usado durante a despesca — quando o crustáceo é retirado do viveiro —e misturado à água em uma concentração de 7% a 9% em volume, a uma temperatura próxima de 0ºC, durante um período de 12 a 15 minutos. Há relatos de acidentes, em viveiros no estado do Ceará, tendo pessoas como vítimas.

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