A reunião da diretoria da CBF com os representantes dos 40 clubes participantes das séries A e B do Brasileirão, teve como foco principal o Proforte, projeto de lei que tramita no Congresso, visando facilitar o pagamento das dívidas dos clubes nacionais com o governo federal, muito altas, e que estão quase inviabilizando alguns clubes. O exemplo maior disso é o Botafogo-RJ, cujo presidente ameaçou retirar a equipe da série A, pelo fato de estar com todas as receitas bloqueadas, por conter dívidas fiscal e trabalhista. Entre os pontos apreciados para fazer valer o projeto do governo, foram debatidas medidas amargas para as agremiações que continuarem com as contas desequilibradas, inclusive punições na esfera esportiva.
O objetivo é permitir aos clubes uma maneira de viabilizar formas de pagamento para saldar as suas dívidas. Mas também há de se abrir brechas para punição dos dirigentes que forem responsáveis pelo rombo fiscal e trabalhista nas contas dos clubes, que juntos devem mais de R$ 4 bilhões em impostos.
“Os clubes não pediram e não querem anistia da dívida. Está sendo proposta uma forma de viabilizar o pagamento dessa dívida, tendo como contrapartida para aqueles clubes que não cumprirem com a sua obrigação a perda de pontos”, explicou Marco Polo Del Nero, vice-presidente da CBF.
O debate sobre a responsabilidade dos dirigentes foi recebido como fato positivo no encontro. “Precisamos criar marcos regulatórios muito rígidos de gestão, para que os dirigentes sejam também responsabilizados”, enfatizou o presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, Rubens Lopes.
O presidente da Federação Tocantinense de Futebol, Leomar Quintanilha, falou em nome dos colegas de federações sobre o resultado do encontro. “O encontro foi muito positivo. Considero uma oportunidade excelente que os clubes estão tendo para restabelecer a normalidade financeira das suas administrações”, destacou.
Atendendo a uma solicitação do movimento “Bom-senso FC”, O presidente da CBF José Maria Marín, disse que em 2015 os torneios estaduais e os regionais vão começar a partir de fevereiro e terão o mesmo número de datas que em 2014. Dessa forma após o mês de férias os jogadores e os clubes terão todo mês de janeiro para realizar o trabalho de pré-temporada.
A criação de um Código de Ética, encarregado de combater o aliciamento jogadores nas divisões de base, também já passou pelo crivo dos dirigentes presentes ao encontro. O código foi aprovado pelos 40 presidentes das Séries A e B. Falta agora ser aprovado pelos clubes das séries C (20 clubes) e D (41).
