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Revendo o Barro Vermelho

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Na gaveta dos papéis desarrumados encontro uma carta de Tarcísio Segundo de Medeiros, datada de 21 de março de 2000, enviada de Caicó, colada a uma crônica que ele escreveu sobre o Barro Vermelho, tempos em que morou em Natal nos idos de 1940/60. A carta começa assim:
“Estou escrevendo esta com a seguinte finalidade: morei vinte e cinco anos em Natal, gosto muito da cidade, quando tenho oportunidade escrevo alguma coisa sobre a minha infância vivida naquela cidade. Já escrevi ‘A Natal que eu conheci’, ‘Meu Bairro’, ‘O Alecrim e Meu Colégio’, todas publicadas em outro jornal. Agora, completando o quarteto, escrevi “Minha Rua e Adjacências”, desejaria muito que ela fosse publicada nesse conceituado jornal que é a Tribuna do Norte”. Ficarei aguardando a publicação com expectativa”.
Vamos, então, acompanhar esse passeio de Tarcísio pelas ruas do Barro Vermelho, lembrando muitos de seus vizinhos, moradores daqueles tempos, passados mais de 60 anos:
“Minha rua e Adjacências”
Durante o período de 1945 a 1947 morei nas Quintas, no ano de 1948 meu pai construiu a casa de n. 1199 na rua Olinto Meira. Nesta casa morei até 1960. Quando fui morar na Olinto Meira existiam pouco mais de vinte casas, a rua não era calçada, luz elétrica só nas casas, não existia iluminação pública, os postes eram de madeira. Em frente a nossa casa existia um sítio de mangueira (Sítio do Dr. Choque). Meu pai era um aposentado mas mantinha uma pequena bodega de duas portas em nome da minha mãe. Com o passar dos anos a Olinto Meira e ruas adjacentes ficaram mais habitadas.
Entre os diversos vizinhos podíamos contar: Benivaldo e Beethoven Azevedo (irmãos), Major Miguel Dantas, pai do colega do Marista, Dario Dantas, João Lindolfo (funcionário federal aposentado), Dr. Morais (juiz de Direito), Cel. Abel e Major Pedro Vicente (Polícia Militar), Salatiel Silva (desportista e funcionário estadual), Gonçalo Roque (tenente reformado da Marinha), João Virgínio (pecuarista), José Avelino (pecuarista de Caicó, pai do Dr. Raimundo Rubens), Perceval Caldas (funcionário da Alfândega), Dr. Nilo Albuquerque (diretor da Escola Agrícola de Jundiaí), João Vitorino (proprietário de oficina e sucata de carros velhos), Joca Delfino (proprietário de minas em São Tomé).
Outro aspecto que eu quero destacar na Olinto Meira e ruas adjacentes: as figuras excêntricas  de Seu Mota (diziam que roubava tijolos durante à noite, na realidade era pobre e possuía uma vila de casas), Caboré (carroceiro), Seu Artur (andava toda Natal à cavalo), João Mota (mecânico, andava de macacão totalmente sujo de óleo e graxa, não mudava de roupa nem nos domingos), Maria Sai da Lata (vendera de ovos, fazia as necessidades fisiológicas em plena  via pública) e João Gordo (achava-se parecido com o ator americano Victor Mature).
Quero destacar, também, na Olinto Meira e adjacências o grupo de colegas e amigos que não era pequeno: Nilson Freire (hoje o mais antigo locutor em atividades em Natal e também funcionário do Banco do Brasil), Antônio Campos (de saudosa memória, um verdadeiro cientista com apenas 20 anos), os irmãos Valter (in-memorian) e Valtercio Batista (engenheiro), José Alencar (moreno de alma branca), João Carlos (filho do Cel. José Paulino), Jorge Romano (funcionário estadual), Valter Gomes (jornalista de renome nacional), José Marlúcio Paiva (funcionário do Banco do Brasil), Zezito, Ozires, Belimário, Vicente e Gato.
Rua Olinto Meira marcou minha vida para sempre: madruga de 12 de abril de 1958 falecia que querido e inesquecível pai.  Hoje, quando passo pela Olinto Meira quisera voltar ao passado. Prefiro a rua dos sítios de mangueiras, da rua sem iluminação pública, sem calçamento e muito menos sem asfalto, dos postes de madeira, a minha querida rua tranquila, amena, bucólica, que o tempo jamais apagará da minha memória.” 
Mérito do Trabalho O Tribunal Superior do Trabalho, presidido pelo ministro Emmanoel Pereira, potiguar, marcou para o dia 11 de agosto, em Brasília, a solenidade de entrega da Medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho.  A Universidade Federal do Rio Grande do Norte é a instituição homenageada.
Entre os agraciados há vários norte-rio-grandenses:  o prefeito Álvaro Dias, o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, a senadora Zenaide Maia, o presidente da OAB Aldo de Medeiros Lima Filho, o empresário Arnaldo Gaspar Junior, o advogado Valério Djalma Cavalcanti Marinho e o desembargador federal Edilson Pereira Nobre Júnior.
Juvenal Lamartine Para não esquecer: dia 9, terça-feira, é o aniversário de nascimento de Juvenal Lamartine de Faria, seridoense de Serra Negra, 148 anos. Magistrado, jornalista, político (deputado federal, senador, vice-governador e governador), escritor e agropecuarista. Instituiu o voto feminino em terras potiguares (foi o primeiro estado brasileiro), fundou o Aero Clube do Rio Grande do Norte, também um dos fundadores da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, da qual foi presidente. Ajudou Aluízio Alves na fundação da Tribuna do Norte, começo no ano de 1950, os dois viajando juntos pelo interior na busca de assinantes para o jornal.
Aluízio Outro aniversariante da semana é Aluízio Alves: dia 11. Nascido em Angicos em 1921. Jornalista derna de menino, quando fundou o seu primeiro jornal, “O Clarim”, coisa de 11 anos de idade. Um dos maiores políticos do Rio Grande do Norte: deputado federal, governador, ministro de Estado. Trouxe para o Rio Grande do Norte a energia de Paulo Afonso, lutou muito pela transposição do Rio São Francisco. Foi imortal da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Quando governador criou a Fundação José Augusto, nela abrigando a Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza, a segunda do país. Implantou no Estado o projeto de educação de adultos criado por Paulo Freire, abertura histórica na cidade de Angicos.
Aluízio faleceu em 06 de maio de 2006.
Tempos Marcantes Foi uma bela festa o lançamento do livro “Tempos Marcantes”, de Manoel de Medeiros Brito, noite de terça-feira passada, muita gente pelas salas, cupiás e jardins da Escola Doméstica de Natal. Gente que não se via há muitos anos, a fila se esticando em boas conversas para pegar o autógrafo do ilustre autor.  Lá se foram cinco horas, das 18 ás 23 quase. Encontros, reencontros, conversas, comidinhas e bebidinhas, cachacinha, sim. Uma noite e tanto, 370 livros vendidos!
Destaque especial para o concerto da Banda Euterpe Jardinense, de Jardim do Seridó, terra de Brito.  Das bandas de música mais antigas do Estado, 160 anos, formada por adultos e adolescentes. Beleza!
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