Ramon Ribeiro
Repórter
Segundo bairro mais antigo de Natal, a Ribeira reúne um dos maiores conjuntos arquitetônicos de valor
histórico da cidade, mas a maioria dos prédios carece de reparos
A roda de conversa tem como convidados a arquiteta e professora da UFRN, Ruth Maria da Costa Ataíde, Doutora em Pensamento Geográfico e Organização do Território pela Universidade de Barcelona e Coordenadora do Fórum Direito a Cidade; O professor universitário José Clewton do Nascimento, do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFRN, Maurício Panella, antropólogo, artista multimídia e Diretor a Casadágua Instituto e Estúdio de Criação, responsável pelo Museu da Memória Afetiva. A mediação será de Henrique Lopes, músico e produtor cultural atuante na cidade de Natal e doutorando em História Social na USP.
A professora Ruth chama atenção para o fato de que não faltam projetos para requalificar a Ribeira. Mas o problema é que eles quando são postos em prática, não vão até o fim. “É importante perceber que a Ribeira tem sido largada nos últimos anos, mas o bairro não está abandonado por falta de projetos. Existe muita coisa pensada para a Ribeira, desde a década de 1990, mas os projetos não tem continuidade”, diz a arquiteta e urbanista, lembrando que a legislação urbanística da cidade prevê projetos para o bairro.
“Na legislação urbanística existe um instrumento chamado Operação Urbana, que permite ao poder público e a sociedade civil que se articulem para realizar ações para a Ribeira. Infelizmente isso não tem acontecido como o previsto”.
Para Ruth, um dos principais empecilhos para a requalificação do bairro é a falta de articulação entre poder público e a iniciativa privada. “Algumas ações são feitas pelo próprio estado, como as de 1997 e 2007, mas no espaço privado, os proprietários das edificações, não se envolvem com esse processo de requalificação do bairro”, conta a professora. “Falta uma ação compartilhada de gestão que estimule a sociedade, e em particular, o segmento empresarial a participar desse projeto de requalificação da Ribeira. E falta também o interesse da própria sociedade, parte dela proprietária de imóveis ali, a entender que a cidade se constrói pelo conjunto das ações”.
Trabalho da oficina ‘Reciclando o Olhar” será exibido
Mas no fim das contas, Ruth é esperançosa. “Podemos ter uma cidade que reconhece seu valor histórico, que não está só olhando pra frente e negando o que passou, mas sim querendo ver um futuro a partir do que é e o que foi. E projetando para si seu verdadeiro valor”, resume a arquiteta e urbanista.
Eco Praça
A programação do Eco Praça Ribeira também contempla ações como o Encontro Urban Sketchers Natal, com ação de desenho coordenada por José Clewton; Encontro da Associação Potiguar de Skate; e Oficina de Bolhas Gigantes, Brincadeiras Analógicas, Oficina Cidade dos Sonhos, doação de mudas (“Um abraço tudo muda”).
Também será o momento de ver em exposição a obra construída pelos participantes da oficina “Reciclando o Olhar”, ministrada pelo artista plástico e cenógrafo carioca Sérgio Cezar, conhecido por criar esculturas de cidades a partir de materiais recicláveis.
Praça Augusto Severo (Ribeira)
15h Dj Zé Caxangá
15h Encontro da Associação Potiguar de Skate
15h – 17h30 Encontro Urban Sketchers Natal
15h – 18h Oficina de Bolhas Gigantes
15h – 18h Oficina Cidade dos Sonhos
15h – 18h Brincadeiras Analógicas
16h – 17h Bate-papo “Ribeira do Futuro”
17h Boi Calemba Pintadinho
18h30 Bate-papo “O Gigante do Papelão”, com o artista plástico Sergio Cesar (RJ)
19h Bex (Música)
Intervenção: Break dance
20h Rieg (Música)
Intervenção: Cia Orô Una
22h30 DuSouto (Música)