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Rigotto e Garotinho acusam PT de manobrar contra a prévia

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ENCONTRO - Garotinho, Temer (ao centro) e Rigotto

São Paulo (AE) – Os pré-candidatos do PMDB, o governador do Rio Grande Sul, Germano Rigotto, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, acusaram ontem o governo federal e o PT de se mobilizarem para evitar a realização da prévia do partido, marcada para ocorrer no dia 19 de março. Reunidos em São Paulo, junto com o presidente do partido, Michel Temer, para conceder uma coletiva na qual reafirmaram a tese da candidatura própria, ambos atacaram o governo e o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de articularem um movimento que tenta mudar a data da eleição interna da legenda.

“Eu vejo nitidamente a mão oculta do PT e do governo, patrocinando esse movimento dentro do PMDB. O PT sabe que está desgastado e não quer uma candidato que represente uma nova opção para o País”, afirmou Garotinho. Para ele, a suposta manobra de adiamento representa “uma quartelada, um golpe dentro do PMDB”. O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, foi mais longe e afirmou que a não realização da prévia para a escolha do candidato da sigla também interessa ao PSDB. “Quero dizer que o PSDB também não quer essa candidatura. O PT e o PSDB sabem que essa polarização está com os dias contados, a partir do momento em que apresentarmos uma proposta alternativa de crescimento.”

Rigotto ainda disse que um adiamento seria também um ataque direto a ele, que precisa deixar o governo até o dia 31 de março. Para tanto, precisaria saber o resultado da prévia até lá. “É uma violência contra mim e os companheiros do partido que estão apoiando minha candidatura.” Rigotto e Garotinho fizeram questão de reafirmar a intenção de levar suas candidaturas até o fim e negaram que a manutenção da verticalização possa prejudicar esse objetivo.  A posição dos dois foi reforçada pelo presidente do partido, deputado federal Michel Temer (SP), que avaliou como “desastrosa” qualquer mudança no cronograma de escolha do candidato do PMDB. “Alguns acham que havendo a verticalização, o PMDB não deverá ter candidato. O partido como um todo quer ter candidato próprio à presidência da República. Haja ou não verticalização”, disse.

Para Temer, o movimento contra a prévia, encabeçado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), não possui apoio suficiente junto à base para ser bem-sucedido. “Não vejo como um movimento majoritário. É significativo, talvez, pelos cargos ocupados por vários daqueles que costuram esse adiamento.” A costura estaria sendo feita por meio de uma lista de assinaturas pedindo a convocação da executiva partidária com o objetivo de deliberar sobre o assunto. Para realizar a convocação, os governistas precisam de seis confirmações, mas para adiar a votação seriam necessários mais de oito votos. A executiva do PMDB possui 16 membros.

Uma pesquisa encomendada pelo PMDB do Rio de Janeiro ao instituto Listen, de Belo Horizonte, e divulgada ontem aponta que 94% dos filiados do partido que votarão nas prévias marcadas para o próximo dia 19 de março desejam que a legenda tenha candidato próprio. A pesquisa, realizada apenas para consumo interno do partido, foi realizada junto a 3,6 mil peemedebistas e indicou que o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, tem a preferência de 69% dos peeme-debistas. O outro pré-candidato, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, tem 31% das preferências. O levantamento foi realizado nos dias 7, 8 e 9/3 em todo o Brasil, respeitando a proporcionalidade das regiões.

Visita de Lula ao Recife tem tom de campanha

Recife – A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Recife para participar da Olimpíada do Conhecimento e para fazer a entrega simbólica das chaves de 224 apartamentos destinados a ex-moradores das palafitas de Brasília Teimosa, novamente teve um mote político. Mesmo que queira evitar na caracterização de campanha antecipada, os eventos que Lula participa acabam se transformando em palanque eleitoral. Nas duas solenidades, o petista foi ovacionado pelo público, composto por populares e por militantes do PT. Na inauguração do Conjunto Habitacional Casarão do Cordeiro, o presidente foi recebido por militantes que carregavam faixas e cartazes.

Nem mesmo a gafe cometida pelo presidente, que chamou o ministro das Cidades, Márcio Fortes, de Márcio Thomaz Bastos, que é ministro da Justiça, abalou Lula e seu vasto repertório de frases de efeito. Numa delas, Lula ressaltou sua felicidade em retornar ao Brasil, já que havia passado três dias no Reino Unido. “Foi extraordinário estar na Inglaterra, estar com a rainha, com o ministro Tony Blair. Nunca fui tão bem tratado. Mas nada paga esse momento de voltar e me encontrar com o meu povo brasileiro”, disse.

Lula destacou algumas obras importantes, sobretudo para o Nordeste, como a refinaria em Suape, a Transnordestina e a Siderúrgica em Fortaleza. No Centro de Convenções, durante visita à Olimpíada do Conhecimento, evento de educação profissional promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o presidente Lula — que é ex-aluno da instituição, onde fez o curso de torneiro mecânico em 1961 — discursou para os 504 estudantes que participam da competição. Ele  pediu que os alunos não desistissem de seus sonhos e, mais uma vez, utilizou uma metáfora relacionada ao futebol. De volta à fase de auto-estima elevada, Lula afirmou que ele e o jogador Ronaldo, do Real Madri, são  exemplos de superação. (Agência Nordeste)

Candidatos sugerem aliança branca

São Paulo (AE) – Os pré-candidatos do PMDB à presidência da República — o governador do RS, Germano Rigotto, e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho — admitiram ontem que, no caso do Supremo Tribunal Federal decidir pela manutenção da verticalização para a eleição deste ano, o partido pode, nos estados e municípios,  montar coligações “brancas” para viabilizar a candidatura própria.

Perguntados se isso não iria contrariar a lei ambos apressaram-se em negar  essa hipótese. “Não é descumprir a lei. É ser realista. Isso é a realidade da  política”, disse Garotinho, que assumiu, inclusive, já ter proposto esse tipo  de acerto com o senador José Maranhão (PB), candidato ao governo no seu Estado.

“Agora mesmo eu fui à Paraíba, receber o apoio do partido, e lá estava o candidato  a governador do nosso partido, o José Maranhão, que tem uma aliança com o PT.  Eu disse: ‘olha Maranhão, se o Lula quiser subir no seu palanque, para mim não  tem nenhum problema. É melhor você ter 2 candidatos te apoiando, do que 1’”,  relatou Anthony Garotinho.

Germando Rigotto, por sua vez, tentou esclarecer a tese das alianças “brancas”, explicando  que o partido poderá ter dois ou mais palanques nos estados, no caso de não ter  um candidato próprio localmente. “O partido tem o direito de não lançar candidato  nos estados e ter uma via de dois partidos. Isso não é desrespeito à legislação.  Isso aconteceu ao longo da história”, justificou governador do Rio Grande do Sul.

Oposição denuncia irregularidade

Brasília – O PFL protocolou ontem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) representação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por prática de propaganda eleitoral antecipada e utilização de slogans e símbolos em eventos públicos. Na representação, o PFL argumenta que o presidente da República vem se utilizando das prerrogativas do cargo para fins evidentemente eleitorais, comportando-se como se já deflagrado o processo eleitoral e transformando eventos de gestão em oportunidades para a propaganda eleitoral. Cita, entre outros fatos, a inauguração do aeroporto de Recife, “que já estava em funcionamento havia um ano e meio”.

O PFL também acusa o presidente da República de utilizar massificadamente o slogan “Brasil, um país de todos”, em eventos públicos de “cunho eleitoreiro”. Argumenta que o slogan “faz associação ao número de seu partido e o símbolo de campanha” e “fere a isonomia e o equilíbrio da disputa eleitoral do iminente sufrágio”.

Na representação, o partido pede que o presidente seja notificado para que apresente sua defesa no prazo legal de 48 horas; que a ação seja julgada procedente para que lhe seja imposta a penalidade de multa no valor de 20 a 50 mil UFIR; e que seja determinada a retirada do slogan dos bens públicos móveis, imóveis, outdoors e da publicidade institucional. Requer ainda, liminarmente, a não afixação de símbolo e slogan nos eventos públicos com a presença do presidente. (Agência O Globo)

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