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Rio Grande do Norte amplia uso de energia solar

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EFICIÊNCIA - Painéis representam para o Hotel VIP uma economia de 30% dos gastos com energia

O Rio Grande do Norte vem se transformando em um palco fundamental no desenvolvimento das pesquisas a respeito de energia solar. O Estado sedia o Núcleo de Energias Renováveis da Petrobras, que tem buscado formas mais econômicas e eficientes de utilização dessa fonte energética. Atualmente, os poucos projetos viáveis desenvolvidos na área atendem demandas muito específicas e os demais necessitavam de subsídio para serem postos em prática. No entanto, a tendência é que esse cenário mude.

“Já hoje e cada vez mais no futuro, a população vai exigir das empresas responsabilidade social e ambiental, por isso é fundamental que se mantenham as pesquisas para desenvolver e baratear a energia solar”, ressalta o gerente de Produção da Petrobras no Rio Grande do Norte, Fernando Ribeiro. Atualmente, a empresa utiliza energia solar para mover os motores de três poços, sendo que em dois associada à energia eólica. Também vem construindo uma usina fotovoltaica e um forno solar térmico, em Guamaré.

A tendência, ressalta o gerente, é ampliar as utilizações, conforme os projetos “piloto” forem se mostrando mais viáveis. O grande entrave, no entanto, é o custo de obtenção dessa energia. É a mais cara em comparação com grande parte das alternativas hoje existentes e pode representar uma despesa cinco vezes superior à eólica,  proveniente dos ventos, que por sua vez já é mais que o dobro de outras fontes como o gás natural.

Por isso mesmo, a utilização mais comum da energia solar em Natal ainda é como fonte de aquecimento de água para uso nos banheiros. “Estamos utilizando esse sistema em nossos alojamentos e, nesse caso, em que não há geração de energia, já representa uma economia, mas nos demais ainda é preciso haver subsídios”, observa Fernando Ribeiro.

De acordo com o gerente, a energia solar se adaptou ao uso em um dos poços da Petrobras, localizado em Mossoró, pois seu funcionamento é intermitente, podendo ficar parado durante o período da noite. Nos outros dois, se complementa com a energia eólica, já que os ventos são mais fortes exatamente no período noturno. A conservação da energia gerada pelo sol durante o dia, aliás, é outro entrave dessa fonte. O Núcleo de Energias Renováveis está pesquisando pelo menos quatro formas de conservar, utilizando materiais diversos.

“O Rio Grande do Norte possui um grande potencial nessa área. Por isso, os pesquisadores do núcleo permanecem no Cenpes (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo), no Rio de Janeiro, mas vêm aqui para  realizar os monitoramentos, medir as variáveis”, cita Fernando Ribeiro.

Além dos poços e alojamentos, a Petrobras também utiliza o calor do sol, através de painéis, para fornecer a energia utilizada pelos sistemas de emergência, instrumentação e automação das plataformas, pois demandam menor quantidade energética.

Pousadas e hotéis de Natal já utilizam a energia solar

Há pelo menos 10 anos o sol que ilumina Ponta Negra não serve apenas para bronzear os turistas . O uso da energia solar se tornou uma prática em pousadas e hotéis da praia e tem contribuído para reduzir os custos para manter os estabelecimentos.

“Já oferecemos a energia solar como um serviço a mais pelo fato de as pessoas estarem cada vez mais preocupadas com o equilíbrio da natureza”, afirma a gerente Beth Cerqueira, do Vip Praia Hotel.

Ela acompanhou, em 1998, uma das tentativas pioneiras de aplicação da energia solar em Natal. “Trabalhava para o Hotel Visual e lá foi o primeiro lugar onde vi funcionar essas placas (que captam a luz solar). Não havia nem tecnologia aqui, foi preciso trazer de Minas Gerais”, recorda. Hoje, no Vip Praia, funcionam 15 painéis, que servem para o aquecimento da água que abastece os banheiros dos hóspedes.

A estrutura é suficiente para atender mais de 100 pessoas ao mesmo tempo, já que os cerca de 30 apartamentos do hotel comportam até quatro pessoas.  O empresário Edson Almeida, do Safari Hotel, cogita que a economia com os painéis possa chegar aos 30% dos gastos com energia.

Calor que esfria

Quando era estudante de Engenharia Mecânica na Universidade Federal da Paraíba, Fernando Ribeiro participou de pesquisas no laboratório de energia solar da instituição. A mais marcante dizia respeito ao chamado “ar-condicionado do semi-árido”. O sistema reunia uma bomba movida a vapor que fazia circular água em canaletas, sobre os tetos das casas. A água pingava sobre a telha, em diversos locais, e isso resultava no esfriamento do ambiente interno das residências. “Quanto mais forte o sol, mais fria ficava a casa”, diz o gerente da Petrobras, comparando a lógica do sistema à utilizada pelos moradores da zona rural para esfriar água em potes e jarras de barro, deixadas ao vento. “Infelizmente, um reitor não permitiu que a pesquisa prosperasse”, recorda.

Energia solar

Benefícios:
–  Custo de manutenção próximo do zero.
–  Aproveitamento de uma fonte inesgotável, gratuita e abundante em regiões como o RN
–  Redução no impacto ambiental provocado por outras fontes de energia. 
–  Baixo risco em sua operação.

Desvantagens:
– Custo inicial alto para a instalação do sistema, o que ainda o torna inviável para diversos tipos de uso.
–  Exigência de um amplo espaço para colocação dos painéis solares.
– Dependência das condições do tempo, já que funciona até mesmo sob certo nível de nebulosidade, mas não nos casos em que as nuvens ou a chuva escurecem o céu.

Como funciona nos hotéis:
– O sistema de aquecimento é composto pelos painéis coletores e por um boiler, um reservatório térmico que armazena a água, mantendo-a aquecida mesmo no período noturno.
– As placas captam os raios solares e transferem seu calor para a água que passa por canaletas e é armazenada no boiler.
– Em períodos chuvosos, a energia fornecida pelas placas é complementada com energia elétrica.

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