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Rio invade ruas em Felipe Guerra

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CALAMIDADE - Moradores tentam salvar o que restou dos móveis e eletrodomésticos

Felipe Guerra – Na manhã de ontem parte da cidade de Felipe Guerra amanheceu debaixo d’água com o transbordamento do rio Apodi/Mossoró que corta parte do bairro cidade baixa, área urbana do município.

Além de desabrigar os moradores de cidade baixa as águas ainda atingiram comunidades como São Lourenço, Brejo, Arapuá, Fazenda Nova, passagem Funda e Santana. Felipe Guerra havia registrado várias chuvas fortes, mas o que levou cerca de mil pessoas a ficarem desabrigadas foram mesmo as águas vindas da cheia do rio Apodi/Mossoró que estão descendo com bastante força da sangria da barragem de Santa Cruz que esta com uma lamina de 90 centímetros.

A enchente provocou inúmeros problemas à população. Principalmente quem reside no perímetro rural e teve que abandonar suas casas, sendo transportados em canoas sem as mínimas condições de segurança.

Ontem, o morador José de Arnaldo, que mora na Cidade Baixa há quase duas décadas, ficou com sua residência ilhada e precisou da ajuda da população para retirar seus três filhos e os móveis de sua residência. As vítimas da cheia, em Felipe Guerra, estão sendo abrigadas em casas de familiares e amigos que no momento de grande dificuldade têm se solidarizado com aqueles penalizados pelas enchentes. 

A agricultora Luzenira Doralice da Silva e o seu filho, que estava doente, foram resgatados por canoas na comunidade do Brejo. Em situação de desespero a Luzenira e a família fotam socorridas e estão abrigadas na cidade.

De um modo geral, vários reservatórios públicos e particulares da região Oeste estão sangrando numa magnitude de causar preocupações e contabilizar os primeiros prejuízos à população não somente de Felipe Guerra, como também de Riacho da Cruz, Lucrecia, Umarizal, Pau dos Ferros, Severiano Melo, Apodi, Governador Dix-Sept Rosado dentre outras localidades circunvizinhas.

Devido à gravidade das enchentes, a Prefeitura de Felipe Guerra suspendeu as aulas da rede municipal de ensino, deixando 1450 alunos da cidade e do campo sem aula. Já a rede estadual de ensino também não terá condições de manter as escolas em funcionamento, pois os cerca de 600 alunos — a maioria moradores de comunidades rurais — não tem como chegar às escolas devido aos danos em vários acessos à cidade.

“Não podemos fazer nada para mudar essa realidade, pois Felipe Guerra está em situação de calamidade e agora só nos resta ajudar as pessoas que estão precisando do apoio da municipalidade”, comentou o secretário de Educação Carlos Alberto Medeiros.

A topografia de Felipe Guerra favorece ainda o processo de inundação. Grande parte das comunidades da zona rural e todo o Bairro de Cidade baixa ficam isolados quando o Rio Apodi/Mossoró recebe qualquer volume de água.

Calamidade Pública – O prefeito de Felipe Guerra, Braz Costa (PMDB) decretou  ontem “Estado de Calamidade Pública” face à situação em que se encontra boa parte do seu município e agora aguarda a ajuda da Defesa Civil. O prefeito também tem buscado apoio junto à Petrobras e outras instituições com a finalidade de amenizar os problemas. A Prefeitura através das secretarias estava dando assistência às familias atingidas.

Meteorologia — De acordo com o meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) Gilmar Bristot, o final de semana será de poucas chuvas no Estado. Durante o sábado e o domingo  a população do RN terá uma trégua. Isso facilitará  o resgate das regiões mais afetadas pelas últimas enchentes que atingiram o Rio Grande do Norte. A alta pressão atmosférica ocasionou o deslocamento das chuvas.

Apesar dessa estiagem do final de semana, a população do RN não vai atravessar um “veranico”. Esse momento sem chuvas é também um alerta para a população se prevenir para a próxima semana. “Segunda ou terça-feira as chuvas voltam no interior e também no litoral”, informou Gilmar Bristot.

Rio Barra Nova expulsa população ribeirinha

A lâmina d’água da sangria do açude Itans aumentou na manhã de ontem e levou agonia à população de algumas áreas mais baixas do município de Caicó. Casas inundadas e famílias ilhadas: está é a situação das populações ribeirinhas. Houve danos em prédios, ruas e casas ficaram alagadas e persiste a apreensão porque alguns reservatórios à montante do Itans continuam despejando grande volume de água.
A situação mais alarmante é das famílias que moram às margens do rio Barra Nova. Casas foram levadas pela correnteza que ontem havia aumentado em 90 centímetros o nível d’água.
   
  De acordo com o chefe de gabinete da prefeitura de Caicó, Ubalmagnus Costa, 45 famílias estão desabrigadas estão sendo levadas pelo Corpo de Bombeiros para abrigos em escolas, creches, ginásios e prédios públicos ou casas alugadas pela Prefeitura.
Algumas famílias resistem em dei xar os locais de risco. “As águas continuam a invadir as residências, e estas pessoas têm de entender que precisam ir para abrigos para evitar que aconteça algo pior. Nós não vamos deixar ninguém nessas áreas de risco”, disse o chefe de gabinete.
 
 A Prefeitura colocou dois números à disposição dos moradores: 3421-2680 e 3421-2279. Os problemas causados pelas chuvas em Caicó não se limitam somente à área rural da cidade. Na manhã de ontem, parte da fachada do prédio onde funcionava a antiga prefeitura não resistiu à força da chuva e desabou. A queda do muro acabou comprometendo o trânsito.

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