Rio (AE) – Mais do que uma reforma, o Maracanã passará por uma grande reconstrução para atender às exigências da Fifa para que o estádio carioca possa abrigar jogos da Copa do Mundo de 2014, em especial a Finalíssima. O projeto elaborado pelo Governo do Estado, que arcará com a totalidade dos R$ 500 milhões necessários, foi apresentado essa semana em audiência aberta ao público.
Um dos pontos mais delicados preocupa os torcedores do Flamengo. Não está definido se o Maracanã ficará aberto até setembro, podendo, assim, ser utilizado numa possível final de Libertadores, caso o time carioca a alcance. “A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Fifa têm seus prazos e vamos respeitá-los. Veremos até quando podemos ir com o estádio em funcionamento e já com algumas obras em andamento. Mas não está definida uma data para o fechamento completo. Os técnicos da empresa que vencer a licitação é que vão dizer”, comentou Regis Fichtner, secretário da Casa Civil.
As autoridades garantem que o estádio será entregue completamente pronto no máximo em dezembro de 2012. Entre as mudanças mais drásticas está a total reconstrução do setor oeste – onde atualmente ficam as tribunas de honra e de imprensa e as cadeiras especiais. A área passará por maciça reformulação pois é onde se dará o acesso de autoridades políticas e da Fifa, além da imprensa, de jogadores e oficiais de competição.
As arquibancadas inferiores serão inteiramente demolidas, com o intuito de melhorar a visibilidade do torcedor. Elas passarão a ser uma continuidade da arquibancada superior, atingindo o nível do gramado. Mesmo assim, restarão alguns pontos com visibilidade considerada baixa, pelos padrões da Fifa: os quatro pontos atrás de cada bandeirinha de escanteio. “Fui a um jogo outro dia e as pessoas ficavam em pé em cima das cadeiras para conseguirem ver o campo”, notou Ícaro Moreno, presidente da Empresa de Obras Públicas (Emop).
Outro ponto que recebeu especial atenção foi a evacuação do público. Desde de o advento dos camarotes sobre as arquibancadas superiores, o torcedor sofre para deixar o Maracanã, uma vez que o gigantesco anel superior está desativado. Como tais camarotes estão além da distância mínima de 190 metros para o córner oposto, eles serão destruídos e darão lugar a restaurantes e lanchonetes. Com o fim do Mundial, eles passarão a ser assentos comuns, com total acesso ao anel superior. Moreno também promete que o escoamento do público será muito mais rápido e fácil do que hoje, pois quatro novas rampas serão construídas, nas laterais do estádio.
O projeto, porém, passará por modificações, antes de que a licitação – prevista para 15 de março – seja finalizada. O representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na reunião vê com ressalvas as novas rampas e a nova cobertura. “As quatro novas rampas e a cobertura nos preocupam muito”, disse Carlos Fernando, superintende do Iphan no Rio. “Mas não são obstáculos intransponíveis. Vamos conversar e encontrar uma solução”, comentou.
