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Rio Potengi vive fase da reciclagem

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RECUPERAÇÃO - Projetos em execução têm contribuído para reduzir a poluição do Rio Potengi. O Idema comemora os resultados

A cada ciclo de maré (de 24 em 24 horas), o Potengi recebe 37 milhões de metros cúbicos de água limpa. Graças a esse volume, o rio se recicla e mantém-se vivo, mesmo com a agressão pesada que sofreu ao longo dos anos.

Não que a degradação tenha cessado. Ela continua, mas em menor escala. Ações de conservação e limpeza do ecossistema vêm sendo desenvolvidas, enquanto outros projetos estão para ser executados visando a recuperacão do estuário.

Em junho de 2004, por meio de decreto, a governadora do Estado, Wilma de Faria, criou um grupo de trabalho para levantar o diagnóstico e pensar e executar soluções para o problema do estuário do Potengi (área entre São Gonçalo, Macaíba e Natal). 

Coordenado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema), o estudo levou um ano para ficar pronto e contou com a participação de mais cinco entidades ligadas ao governo — Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern), Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Serhid), Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte (Igarn), Secretaria de Agricultura e Pesca (Seap) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn).

Wilson Cardoso, técnico ambiental no Idema e coordenador do projeto de recuperação do rio Potengi, disse que a equipe detectou como fontes principais de poluição o esgotamento sanitário, as populações ribeirinhas, a carcinicultura e as indústrias.

Wilson garantiu que essa última fonte poluidora está quase eliminada. “Graças à atuação do Ministério Público, foram firmados vários Termos de Ajustamento de Conduta (TACs). Atualmente, 90% das indústrias tratam os efluentes antes de despejar no rio”.

Um outro trabalho que deu resultados foi a despoluição do rio Golandim. Por muito tempo esse rio esteve poluído de uma forma que sua água preta contaminava o Potengi. “O rio, afluente do Potengi, havia morrido devido aos dejetos lançados pelo distrito industrial de Extremoz. Com a construção, em 2004, de uma estação de tratamento, os efluentes passaram a ser tratados e despejados no Potengi, que tem um poder maior de recarga. O Golandim está recuperado e não polui mais o Potengi”, diz o técnico ambiental.

Quanto à carcinicultura, Wilson Cardoso informou que o Idema intensificou a fiscalização com o monitoramento aéreo. Além da fiscalização terrestre e fluvial, todos os meses um avião sobrevoa o estuário registrando imagens. Segundo Wilson Cardoso, as fotos mostram que a área de viveiros de camarão não tem se expandido.

“Os tanques que já existiam não se pode destruir, porque a questão está sub judice, mas não estamos permitindo a implantação de novos”, fala o técnico ambiental, informando que de toda a área de manguezal da zona Norte (o equivalente a 1.135 há), 31% são de viveiros de camarão (353 ha).

O trabalho relacionado ao manguezal não deve ficar somente no monitoramento. Há um projeto, já aprovado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e em poder da Procuradoria Geral do Estado, para a execução da Unidade de Conservação Parque Estadual dos Mangues.

O parque será implantado na ZPA 8, compreendendo uma área de 10,44 hectares entre a ponte de Igapó e a ponte Forte-Redinha, em construção.

Obras ajudam controlar a poluição

Espera-se que grande parte da poluição por esgotos domésticos seja solucionada com a Estação de Tratamento Central de Natal, que vai tratar os mais de 35 mil metros cúbicos de esgotos lançados hoje in natura no rio, provenientes das Rocas, Petrópolis, Santos Reis, Ribeira, Tirol, Alecrim, Lagoa Nova, Mãe Luiza, Cidade Alta, Barro Vermelho, Cidade da Esperança, Morro Branco, Nazaré, Praia do Meio, Nova Descoberta, Bairro Nordeste, Candelária, Areia Preta e Lagoa Seca e parte das Quintas e de Dix-Sept Rosado.

Os esgotos das casas das populações ribeirinhas e o lixo jogado junto às margens do rio e no manguezal pelas famílias que vivem próximas ao Potengi são outro problema grave. Uma pequena parte dessa poluição deverá ser sanada com as obras de urbanização do Passo da Pátria, que beneficiam ainda as comunidades vizinhas Areado, Pantanal e Ocidental de Baixo. A obra está em andamento.

Paralelamente, o Idema, em parceria com outras instituições, vem fazendo um trabalho de conscientização ambiental junto às populações ribeirinhas, além de mutirões de limpeza. E tem ainda o barco-escola, projeto de educação ambiental voltado para colégios.

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