Os números e as paisagens sempre são características marcantes no Rally RN 1500. Na edição deste ano, a 19ª da prova, além dos 900 km percorridos, dos 500km de especiais e de outros tantos valores injetados na economia dos municípios por onde passou, o evento incorporou uma marca essencial para os tempos atuais: O respeito ao meio ambiente.
A competição contou com um cuidado especial com o meio ambiente local, visando afetar o mínimo possível os ecossistemas da região. As áreas de proteção ambiental inclusas no roteiro, que foram preservadas com o aval dos órgãos locais competentes, e a presença e apoio de pilotos no trabalho de desova das tartarugas na região de São Miguel do Gostoso também merecem destaque.
“Temos de preservar esses lugares e não deixar de apoiar todas as ações. Por tudo isso, fechamos a 19ª edição com o sentimento de dever cumprido”, destacou Kleber Tinoco, criador e diretor-geral do evento.
Essa não foi a primeira ação ambiental envolvendo a prova que há nove anos se transformou na primeira do País a ter realizado uma ação para neutralização de emissão de carbono.
Na competição disputada em 2008, uma parceria com a equipe de corrida de aventura Unicred Carbono Zero, levou várias crianças da cidade de São José do Mipibu (RN) para plantar três mil mudas de árvores às margens do Rio Mipibu para anular a emissão de carbono que o rali iria produzir. A ação da época contou com a participação do Ibama e do Instituto de Defesa do Meio Ambiente (Idema), e também pela Prefeitura de São José do Mipibu. Além do RN 1500. O plantio também foi destinado ao Brasil Wild Extreme, prova de expedição de corrida de aventura que atravessou quatro estados nordestinos
Além de garantir a segurança ambiental, o RN 1500 se notabiliza por assegurar a segurança dos concorrentes. Os organizadores comemoraram a segurança da prova, mais uma vez sem nenhum acidente. “Em toda nossa história, nunca tivemos problemas com segurança. Isso é fruto de um trabalho constante de cuidado com todos. Esse cuidado vai desde os participantes, pilotos, navegadores e equipes de apoio, até as pessoas das comunidades por onde o evento passa. A segurança de todos está em primeiro lugar e nunca deixará de ser prioridade no RN 1500”, ressaltou Tinoco.
Tradição
Muita areia, pedra, riacho seco, Trial, dunas, serras etc. A variação de pisos é uma tradição nos quatro dias Rally RN 1500. Logo na primeira etapa o trecho exigiu bastante dos pilotos e navegadores, confirmando a tradição de ser muito técnico e apresentar uma variação de relevo que encanta a todos. 
Na segunda etapa do percurso foram incluídos trechos inéditos nas 18 edições do evento. A prova apresentou aos participantes muita erosão, pedra e riachos secos, que exigiram bastante dos equipamentos.
A competição foi fechada com a terceira etapa de Currais Novos a Bom Jesus, em 175,13 km, com trecho cronometrado de 111,62 km. A festa de premiação e divulgação de resultados ocorreu em Natal.
“Nossa preocupação era proporcionar um evento agradável tecnicamente para todos, que favoreça diferentes características ao longo de sua duração. Isso tudo aliado ao carinho e grande receptividade do povo potiguar, que soube mais uma vez cativar os visitantes”, destacou Kleber Tinoco. “Parabenizo a todos os vencedores que completaram o RN 1500 e, especialmente os campeões em cada categoria”, completou.
Os vencedores nas categorias Motos, Carros, Quadriciclos e UTVs, somaram pontos para o Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country. Tunico Maciel (motos), Pedro Henrique (quadriciclos), Luiz Nacif e Filipe Bianchini (carros) e Francinei Costa (UTVs) venceram a competição no geral.
Na disputa de carros, válida pelas terceira e quartas da temporada no Brasileiro, o título ficou com Luiz Nacif e Filipe Bianchini, da equipe MEM. A segunda colocação ficou com a dupla Michel Terpins/ Maykel Justo (T-Rex/Mem Motorsports), enquanto em terceiro ficou Marco Tulio Regadas / Andrews da Costa (Pajero TR4R/FD Rally Team).
“As provas do RN 1500 são muito boas, são completas, com praia, duna, areia, trial, cascalho. Acho um tesão essa prova. Precisa de um equilíbrio, ter braço e cabeça. Nossa dupla tem isso e, assim, conseguimos chegar a esse título”, afirmou Nacif. “Essa disputa precisou de muita navegação. Se não há confiança entre ambos não sai resultado”, completou o navegador Filipe.
O resultado positivo na primeira etapa e administração da vantagem na etapas seguintes também foi a tática de Tunico Maciel, da Honda Racing Rally Team. Ele fechou o rali com o segundo lugar, mas manteve a vantagem para o segundo colocado, Gregório Caselani, seu companheiro de equipe. O terceiro lugar foi de Jean Azevedo, também da Honda Racing Rally Team.
“Estou muito feliz. Dei sorte no primeiro dia, pois andei muito e consegui a liderança. Vim administrando nos duas últimas etapas e hoje andei forte para não deixar o Gregório me pegar, conseguindo uma vantagem de um minuto. É muito importante ganhar o RN 1500, o segundo maior rali do país. Campeonato Brasileiro está só começando e agora é me preparar para as demais etapas”, destacou o campeão, vice em 2016.
Quadris e UTVs
Pedro Henrique, campeão nos Quadriciclos, também destacou a regularidade em sua estreia no RN 1500. “Primeiro dia foi muito difícil. Não tinha usado navegação por dunas e preferimos poupar o equipamento. Nossa estratégia foi manter um ritmo forte, mas sem colocar o equipamento em risco. Estou muito feliz, pois ganhar o RN 1500 é um sonho. Feliz por participar e poder levar o trofeu no geral”, destacou o piloto de Barreiras, na Bahia.
Três vezes campeão na categoria Quadriciclos, Francinei Costa fez sua estreia nos UTVs nesta temporada. “Muito confortável pois no quadri a gente briga muito. Navegador me ajudou a ganhar a prova. Foi show. Prova muito e técnica e graças a Deus deu tudo certo”, declarou Francinei Costa.
