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RN abre 15 novas escolas de tempo integral em 2020

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Yuno Silva
Repórter

O ano letivo de 2020 terá mais de 15 mil estudantes matriculados no ensino de tempo integral no Rio Grande do Norte, cursando os ensinos Médio e Fundamental nas 74 escolas que já adotam o sistema – número que representa 12% da rede estadual de ensino composta por 615 unidades. Até o ano passado a Secretaria Estadual de Educação (SEEC) contava com 59 escolas de tempo integral, 39 delas dedicadas ao Ensino Médio e 20 de Ensino Fundamental, e essa semana a pasta anunciou que outras 15 escolas de Ensino Médio passarão a funcionar em tempo integral.

A Escola Estadual Dinarte Mariz, em Mãe Luiza, é uma das que terá tempo integral


A Escola Estadual Dinarte Mariz, em Mãe Luiza, é uma das que terá tempo integral

“Nossa meta até 2024, é que o ensino em tempo integral alcance 50% da rede estadual no RN. Essas novas escolas demonstram o interesse da gestão em tornar a educação pública no RN cada vez mais forte”, adiantou Getúlio Marques, professor e titular da SEEC, lembrando que a meta faz parte das diretrizes do Plano Estadual de Educação.

O início regular das aulas na rede pública do Estado está agendado para o próximo dia 17 de fevereiro, mas o ano letivo nessas 15 novas escolas de tempo integral começa no dia 2 de março para que a Secretaria de Educação tenha tempo extra para capacitar professores, equipe gestora e técnicos. “Teremos esse período para formar professores e gestores a partir dos princípios e das características do ensino em tempo integral. Um momento de acerto, que inclui diálogo com a comunidade”, disse o secretário.

A SEEC programou a formação dessas equipes de 17 a 21 de fevereiro, quando serão apresentadas as situações, experiências e novidades que envolvem a modalidade. O secretário afirma que haverá reforço no quadro de professores para dar conta da nova demanda.

Para viabilizar essa expansão a SEEC abriu diálogo com cada comunidade escolar envolvida no processo, para que a migração do ensino convencional (meio período) ocorresse de maneira natural com todos os segmentos da escola. “Damos todo o suporte e informações sobre o formato que o ‘Integral’ requer, e a comunidade decide quanto a migração da escola para o sistema”, pontuou Marques.

As 15 novas unidades que adotaram o sistema de ensino em tempo integral são as escolas estaduais Cônego Luiz Wanderley (bairro Lagoa Azul), e Josino Macedo (bairro Potengi) ambas na zona Norte de Natal; a escola Dinarte Mariz (bairro Mãe Luiza) na zona Leste da capital potiguar; e o Centro Estadual de Educação Profissional Djanira Brasilino de Souza no Conjunto Parque dos Coqueiros, também na zona norte da cidade.

Ainda fazem parte da lista as escolas estaduais Rui Barbosa no município Rui Barbosa na região Agreste do RN; Monsenhor Honório na cidade de Pendências; Instituto Vivaldo Pereira em Currais Novos; Dr. Mauro Medeiros em Parelhas; Felinto Elísio em Jardim do Seridó; Leomar Batista de Araújo em Serra Negra do Norte; Juscelino Kubistchek de Assu; Gov. Dix-Sep-Rosado em Mossoró; Francisco de Assis Pinheiro em Itaú; Cláudio Alves no município de Taboleiro Grande na região do Alto Oeste; e a escola Almiro de França Silva em Caraúbas.

Projeto de Vida
Nas escolas que adotam o ensino em tempo integral, o aluno passa o dia envolvido nas atividades pedagógicas desenvolvidas dentro das unidades. Além da base curricular nacional comum, que prevê o ensino de disciplinas das quatro áreas de conhecimento – Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens, e Matemática –, o sistema na rede estadual também inclui uma quinta área de conhecimento (a educação técnica profissional) além de novos componentes que trabalham questões como pesquisa, esporte, e empreendedorismo.

“Chamamos esse conjunto de atividades complementares de ‘Projeto de Vida’, onde os alunos são orientados de acordo com os anseios e o perfil individual. Incentivamos os estudantes a serem protagonistas do próprio Projeto”, avaliou Getúlio Marques, da SEEC.

Para potencializar esses objetivos, a Secretaria de Educação está propondo a realização de jornadas pedagógicas nessa próxima semana para “redesenhar o currículo escolar” a ser aplicado na rede do Estado e de municípios parceiros. “Temos uma base curricular nacional comum, que todos trabalham, mas não podemos engessar o currículo. Porém, a forma como esse conteúdo será trabalhado tem que estar afinado com a realidade de cada região, do perfil de cada escola seguindo as diretrizes nacional e estadual. Esse redesenho é construído, também, junto com a comunidade”, explicou o secretário Estadual de Educação.
Bate papo com:
Getúlio Marques, secretário Estadual de Educação do RN
Getúlio Marques/secretário Estadual de Educação do RN

As novas escolas que vão adotar o sistema de ensino integral a partir de 2020 foram construídas ou passaram por reforma para adaptação?
A escola Almiro de França Silva, em Caraúbas, e o Centro Estadual de Educação Profissional Djanira Brasilino de Souza no Conjunto Parque dos Coqueiros, na zona Norte de Natal, são unidades novas. As demais escolas já existiam e passaram por adaptação.

Todas as escolas já contam com toda a estrutura necessária, como laboratórios, quadra esportiva, cozinha e banheiros com vestiário?
O Ministério da Educação prevê recursos pelo período de 10 anos justamente para que se possa estruturar as escolas que oferecem ensino em tempo integral. O RN está indo para o quarto ano do sistema, mas algumas unidades ainda não conseguiram ter essas condições completas. O fomento federal corresponde a R$ 2 mil por aluno por ano, e depois de uma década cada Estado terá que que cuidar desses estudantes.

E qual o custo para o Estado?
O orçamento anual da Educação no RN gira em de R$ bilhão, incluindo despesa com pessoal, manutenção, e investimento. As adaptações na estrutura para absorver a mudança de sistema custam muito pouco, investimento que varia conforme cada unidade. A reforma e ampliação da Escola Estadual Dinarte Mariz, em Mãe Luiza, por exemplo, custou cerca de R$ 2 milhões para receber o ‘Integral’.

O que diferencia, na prática, as escolas de tempo integral das escolas de ensino convencional de meio período?
O sistema tem atraído a atenção dos alunos, que contam com um conjunto de professores que dá apoio pedagógico durante todo o dia. Consequentemente é criado um ambiente favorável para trabalhar o protagonismo de cada aluno, incentivado a se planejar e se organizar. Nas avaliações desse conjunto de alunos do tempo integral vemos que o rendimento nas redações são melhores, as aprovações no ensino superior também é relativamente maior.

Há pessoal suficiente no quadro de professores?
Todas as Direc’s fizeram um levantamento no final de 2019 da necessidade de professores; números que muda um pouco quando começam as matrículas. Estamos vendo a probabilidade de uma nova convocação de professores efetivos (aprovados no concurso realizado em 2015), e trabalhamos para prorrogar a validade (8 de março) desse concurso até que a gente elabore uma comissão para pensar em um novo concurso público.

E os professores do técnico profissionalizante?
Como esses professores ainda não estavam dentro da carreira dos efetivos, são contratados de forma temporária através de processo seletivo. Fizemos um chamado em dezembro de 2019, e na medida da necessidade vamos chamando pois nem sempre existe a oferta das disciplinas técnicas.

Números
615 escolas públicas compõem a rede estadual de ensino

74 escolas irão funcionar com o sistema de ensino em tempo integral a partir de 2020

15 mil alunos serão matriculados em escolas que adotam o sistema integral no RN

50% das escolas da rede estadual deverão funcionar, de acordo com meta da SEEC, com o sistema de ensino em tempo integral no RN até 2024
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