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RN chora a perda do ex-ministro Aluízio Alves

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PERDA - Familiares velam o corpo do ex-ministro no Palácio da Cultura

O ex-ministro e fundador do jornal TRIBUNA DO NORTE e da Rede Cabugi de Comunicação, Aluízio Alves, faleceu ontem, às 14h55, na Unidade de Terapia Intensiva da Casa de Saúde São Lucas. O presidente de honra do PMDB e um dos maiores líderes políticos do Rio Grande do Norte estava internado há três dias na UTI, após sofrer uma parada respiratória em seu apartamento, no Alto da Candelária. 

A morte do ex-ministro provocou uma grande comoção popular. Desde as primeiras horas da manhã do sábado, quando a equipe médica que  cuidava de Aluízio Alves anunciou a piora do seu estado de saúde, muitas pessoas começaram a se concentrar no saguão do hospital. O semblante de familiares, amigos e admiradores de Aluízio Alves era um só: preocupação e tristeza.

Os boletins apontavam para piora crescente no seu estado de saúde. Mesmo assim, muitos ainda tinham esperança. Uma esperança que acabou exatamente às 14h55. O chamado da equipe médica para reunir todos os familiares na sala de UTI onde se encontrava o jornalista, deu o tom da triste notícia.

O choro ecoou entre familiares, amigos e admiradores do ex-ministro. Nesse momento, os lenços verdes, tantas vezes acenado pelos antigos eleitores nas campanhas para deputado federal e governador, serviram para enxugar as lágrimas pela sua morte. O saguão de entrada da Casa de Saúde São Lucas, que por três dias acolheu centenas de pessoas em busca de notícias do líder político, ou que prestavam apoio aos familiares e rezavam pelo restabelecimento do jornalista, ficou silencioso e muito triste.

Admiradoras de Aluízio Alves, eleitoras que desde a década de 60 acompanhavam sua trajetória política, choraram compulsivamente. Era o choro do adeus ao líder e ídolo. O corpo do líder político deixou o hospital às 15h55, uma hora após seu falecimento. Ficaram não apenas amigos e parentes, mas toda uma história de lutas, vitórias e, principalmente, muita esperança.

Ele era o último remanescente da Constituinte de 1946, amigo do ex-governador do então Estado da Guanabara Carlos  Lacerda e era considerado como o político precursor do marketing. Aluízio foi ministro da Administração e da Integração Regional, nos governos  dos presidentes José Sarney e Itamar Franco, respectivamente. Governador que  marcou época no Estado, entre 1961 e 1966. Conseguiu manter relacionamento direto com a Casa Branca no início  dos anos 1960, articulando a vinda do presidente John Kennedy ao Rio Grande  do Norte para dezembro de 1963, que morreria, assassinado um mês antes.

O adeus dos familiares

A convocação feita equipe médica que acompanhava Aluízio Alves para reunir os familiares no hospital era o chamado que soou como o desfecho da luta pela vida do ex-ministro. Às 14h55 deste sábado, filhos, irmãos e sobrinhos foram informados de que Aluízio Alves não havia resistido. A notícia deixou todos comovidos. Um choro que ecoou por toda Casa de Saúde São Lucas. Familiares choraram pela partida. O deputado Henrique Eduardo, muito abalado, chorou a morte do pai, mas não esqueceu de agradecer a população pelas orações feitas nos últimos dias.

“Lamentavelmente ele não resistiu. Ele lutou como pode. Quero agradecer as pessoas que rezaram”, disse o deputado Henrique Eduardo. O empresário Aluízio Alves Filho disse que o momento era muito difícil, mas estava confortado com a solidariedade dos amigos. “ O momento é difícil, sofrido, mas a amizade dos amigos, de cada norte-rio-grandense nos conforta muito.”

Aluízio Filho afirmou que a grande lembrança deixada pelo pai para filhos, netos e bisnetos foi o amor que o povo do RN.  Um dos mais emocionados era o irmão de Aluízio Alves, o prefeito de Parnamirim Agnelo Alves. Muito abalado, ele disse: “o sentimento é maior do que eu possa expressar. Nesse momento não dá para falar, é muito difícil.”

O neto de Aluízio Alves, Aluízio Neto, disse que o momento era de tristeza. “Que ele tenha muita paz e tranquilidade, que ele merece. Que Deus possa recebê-lo de braços abertos, receber essa pessoa que fez muito por todos nós. Não vamos esquecer do sentimento de luta e seu ideal de justiça”, completou. O sobrinho do ex-ministro e prefeito de Natal Carlos Eduardo lembrou da liderança política exercida por Aluízio Alves. “ Ele foi um grande líder político da história do Rio Grande do Norte. Um homem que transformou o Rio Grande do Norte.”

Os filhos de Aluízio Alves, o deputado federal Henrique Eduardo Alves, a ex deputada Ana Catarina Alves, o empresário Aluízio Filho e o jornalista Henrique José permaneceram nos últimos três dias na Casa de Saúde São Lucas, acompanhando de perto o pai. Com o anúncio da morte, muitos familiares não tiveram condições de falar. O choque e a dor da perda se transformaram em uma grande barreira. Durante a internação na UTI, o ex-ministro recebeu também a visita de líderes religiosos.

Luto oficial no RN e em Natal

A governadora Wilma de Faria (PSB) decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-governador, ex-deputado federal e ex-ministro Aluizio Alves, ocorrida às 15 horas de ontem, na Casa de Saúde São Lucas, onde o líder político norte-rio-grandense estava hospitalizado desde a tarde de quarta-feira, dia 03, depois de sofrer uma parada cardio-respiratória em seu apartamento, no Alto da Candelária.

O prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSB), também decretou luto de três dias pelo morte de Aluizio Alves. O decreto vigora a partir de hoje, com a assinatura do prefeito, mas só vai ser publicado no “Diário Oficial do Município” desta terça-feira, dia 09.

Por conta da morte do ex-ministro Aluizio Alves, a governadora Wilma de Faria adiou a viagem que faria hoje à tarde para Brasília, onde teria audiências amanhã e terça-feira, dia 9, com três ministros do governo Lula e com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie.

Honras militares

A Secretaria de Comunicação do Governo do Estado  informou que a governadora Wilma de Faria vai participar de todas as exéquias fúnebres de Aluízio Alves. Por ele ter sido governador do Rio Grande do Norte (1961/1966) será enterrado com honras militares.

Como o “Diário Oficial do Estado” não é publicado regularmente no fim de semana, o decreto de luto oficial em homenangem à memória do ex-ministro Aluízio Alves só será publicado na edição de terça-feira, dia 09.

A governadora Wilma de Faria também ofereceu o Palácio da Cultura, na Praça 7 de Setembro, na Cidade Alta, como o local para o velório público do ex-ministro Aluízio Alves, que durante o seu governo o denominou de “Palácio da Esperança”.

A  família concordou com o velório no Palácio da Cultura e confirmou que o sepultamento do ex-ministro Aluízio Alves será no cemitério Morada da Paz, em Emaús, às margens da BR-101, e na saída de Natal para Parnamirim. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e do Diretório Nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer, confirmaram presença nas cerimônias de hoje que vão marcar a despedida do ex-ministro.

Programação

O velório do ex-ministro Aluízio Alves está aberto para visitação pública desde a noite de ontem. Hoje, às 15h, será celebrada a missa de corpo presente, no Palácio da Cultura.

Em seguida, o corpo de um dos grandes líderes políticos da história do Rio Grande do Norte será levado no carro do Corpo de Bombeiros para o cemitério Morada da Paz, onde será sepultado por volta das 16h, com o seguinte roteiro:

Palácio Potengi 
Rua Rafael Fernandes
Amaro Barreto
Mário Negócio
Napoleão Laureano
Capitão Mor Gouveia
Rodoviária
Ceasa
Prudente de Morais
Avenida da Integração
BR-101
Morada da Paz

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