sexta-feira, 19 de abril, 2024
26.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

RN cresce, mas ‘vizinhos’ vão além

- Publicidade -

O comércio do Rio Grande do Norte vem crescendo a uma taxa média anual de 6,91%,  registrando expansão maior que a do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, a  soma de todas as riquezas produzidas, e superior a das demais atividades econômicas. “É um verdadeiro crescimento chinês”, diz o economista e chefe do IBGE/RN, José Aldemir Freire, responsável pelo cálculo. O crescimento foi verificado no período de 2002 a 2010 no valor adicionado bruto da atividade, que é a contribuição que dá ao PIB. No mesmo período, o PIB do estado cresceu 3,43%.
Apesar das dificuldades, o Rio Grande do Norte continua atraindo investimentos: Nos últimos meses, novas lojas estrearam no Estado
Alavancas como aumento de renda da população, redução da pobreza, expansão do crédito e  redução das taxas de juros ajudaram a ampliar o consumo e, por consequência, os resultados do setor. Tais impulsos, porém, não foram suficientes para que o “crescimento chinês” se estendesse para além das fronteiras do estado. Estados vizinhos engataram velocidades maiores. Piauí e Paraíba, com dimensões e economias semelhantes à do RN, são exemplos disso.

Uma possível resposta para o desempenho abaixo do observado em outros estados, segundo o coordenador dos cursos de Gestão Comercial e Marketing, da Universidade Potiguar, Guido Salvi dos Santos, está na prática adotada pelos governos. “Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte tem características semelhantes e praticamente a mesma envergadura. A diferença mais consistente, na minha opinião, é aquela advinda da prática dos governos, que investem mais ou menos, que cumprem mais ou menos com suas obrigações. O governo do RN está em vias de atrasar o pagamento dos funcionários públicos e os investimentos públicos no estado estão muito aquém do que se desejaria. Tudo isso ajuda a explicar esse crescimento menor”, analisa.

Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio/RN, e Adelmo Freire, da Associação Comercial do estado, também citam o baixo nível de investimento público como uma das razões para a desaceleração. “A gente começou o ano com muita dificuldade, principalmente por causa da queda do fluxo de turistas e do baixo investimento público em infraestrutura”, diz Queiroz.
Negócios

Apesar das dificuldades, o Rio Grande do Norte segue atraindo investimentos.  Grandes marcas estrearam no estado este ano. A Casas Bahia, maior varejista de eletrodomésticos do país, a Zara, gigante espanhola do setor de moda, e a Cattan, empresa pernambucana que atua no ramo da ‘moda, são exemplos disso. Shoppings também realizaram expansões, que superaram, em apenas um caso, a marca dos R$ 80 milhões.

A desaceleração do ritmo do setor, no entanto,  pode tornar o estado menos atrativo para empresários que ainda não optaram por investir no mercado potiguar e empresários que decidiram apostar no Rio Grande do Norte num primeiro momento, mas depois decidiram direcionar o seu capital para outros estados com economia mais pujante, diz Guido Salvi.

A rede potiguar de eletrodomésticos Maré Mansa, que conta com 90 lojas no Rio Grande do Norte, é um exemplo disso.

As 15 novas unidades previstas em seu plano de expansão a curto prazo serão inauguradas na Paraíba, onde o comércio emprega mais e os incentivos fiscais são mais atrativos, afirma o fundador da rede, Durval Dantas.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas