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RN perde pólo gás-químico para Mato Grosso do Sul

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ATO - Bira disse que governadora foi enrolada pela PetrobrasO presidente Lula deu ontem, na entrevista que concedeu ao telejornal Bom Dia Brasil, a resposta que o Rio Grande do Norte aguarda há um ano da Petrobras: o estado não será contemplado com o pólo gás-químico já que o governo federal optou por realizar o empreendimento em Corumbá (MS), na fronteira do Brasil com a Bolívia. 

Segundo o ex-presidente da Fiern Abelírio Rocha, os estudos de viabilidade realizados pelo BNDES, pela Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim) e pela própria Petrobras indicam que o país só comporta mais uma planta industrial desse tipo e desde o ano passado a estatal adia a decisão sobre onde realizar o investimento. Para que para o empresário potiguar, a decisão foi anunciada ontem, de forma inequívoca, pelo presidente.

“Desde que perdemos a refinaria, no ano passado, a Petrobras diz que está estudando a reivindicação do estado e promete assinar o protocolo com o governo comprometendo-se a instalar o pólo gás-químico aqui. Ficou enrolando até agora, quando o presidente deu a resposta, preterindo mais uma vez o Rio Grande do Norte e trocando o nosso desenvolvimento pelo da Bolívia”, protestou Bira Rocha.

O assunto do pólo gás-químico foi levantado na entrevista do Bom Dia Brasil pelo próprio presidente Lula quando a jornalista Miriam Leitão questionou sobre as desdobramentos do programa de nacionalização da Bolívia, que imporá sérios prejuízos à Petrobrás. Lula disse que, passadas as eleições, conversará pessoalmente com o presidente boliviano Evo Morales e acredita que irá convencê-lo a “não pode ficar com uma espada na cabeça do Brasil porque tem o gás”. Um dos principais argumentos de Lula será o pólo gás-químico: “Nós estamos com um projeto de desenvolvimento em comum, um pólo gás-químico na divisa”, afirmou o presidente.

A promessa da Petrobras de construir o pólo gás-químico no Rio Grande do Norte serviu, ano passado, para apaziguar os ânimos entre o governo de Wilma Faria e o governo federal, que estiveram acirrados depois do anúncio da construção da refinaria em Pernambuco. Procurado pelo jornal paulista O Estado de São Paulo para comentar a decisão, o secretário estadual de Planejamento Vagner Araújo foi duro com o Lula e com a Petrobras.  “É lamentável que uma empresa de porte internacional como a Petrobras tenha sido usada para respaldar um capricho político do presidente Lula”, afirmou. Já Wilma de Faria fez coro com sua colega Rosinha Matheus, governadora do Rio de Janeiro, e ameaçou impedir o transporte do gás potiguar para pólo industrial do Ceará.

Esse tipo de pressão já tinha sido utilizado pelo governo Garibaldi, que conseguiu que a Petrobras ampliasse os investimentos no pólo de Guamaré e instalasse a refinaria de gasolina de aviação, inaugurada recentemente. No caso de Wilma, a ameaça não se cumpriu e a crise com o governo potiguar foi contornada com a promessa da Petrobras, que também não se cumpriu. Adiando a resposta definitiva, a empresa marcou três datas para assinar o protocolo. A última era 15 de setembro, semana passada.

“Mais uma vez se confirma que a parceria da governadora Wilma e do senador Fernando Bezerra com Lula é estritamente política, não administrativa. O estado foi preterido em todos os investimentos federais que poderiam mudar a sua estrutura econômica. Lula trata o Rio Grande do Norte como um filho bastarda, como aquele filho que não tem direitos”, criticou Bira Rocha.

O projeto do pólo gás-químico de Corumbá, uma das principais bandeiras do governo petista do Mato Grosso do Sul, prevê investimentos de 1,3 bilhão de dólares e está previsto para entrar em funcionamento no último trimestre de 2009 em Corumbá. Os principais potenciais sócios do projeto, que tem no comando a Petrobras, são a Copagas (separadora), a Repsol (empresa do setor de petróleo da Espanha), Brasken (do grupo Odebrecht) e a YPFB (Bolívia). Um dos trunfos do Rio Grande do Norte na disputa era a forte pressão dos ambientalistas, já que a planta industrial deve ser construída em pleno pantanal matogrossense.

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