Renata Moura
Editora de economia
Mais de 7,5 mil vagas de emprego com carteira assinada foram fechadas no Rio Grande do Norte, de janeiro a fevereiro deste ano.
São 45,14% a mais que no mesmo período do ano passado e o segundo maior contingente de trabalhadores “desligados” em um primeiro bimestre, desde o ano 2004.
Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
#SAIBAMAIS#De acordo com levantamento, 21.387 trabalhadores foram admitidos no bimestre enquanto 28.769 foram desligados, o que resultou em 7.581 vagas eliminadas no mercado.
Em meio aos que “saíram”, 65,83% foram dispensados sem justa causa; 21,53% perderam o posto por término de contrato e o restante por motivos como morte, aposentadoria ou porque pediu.
O levantamento mostra que só em 2009 – considerado o auge da crise econômica mundial – o estado registrou um número maior de “desligamentos”, com 8.366.
Atividades
A enxurrada de demissões pegou em cheio trabalhadores de sete dos oito setores econômicos retratados no Caged, no estado.
A exceção foi o setor de serviços, que contratou mais do que demitiu. Na soma de janeiro e fevereiro, gerou 152 empregos, principalmente na área de ensino.
Na outra ponta, a agropecuária, a indústria de transformação e o comércio lideraram a lista dos que mais dispensaram. As três atividades costumam demitir mais nesse período – a agropecuária devido a ritmos menores nas culturas da cana de açúcar e de frutas e a indústria de transformação também por causa da indústria da cana. No caso do comércio, há mais demissões por causa do término dos contratos de trabalho temporários geralmente assinados no final do ano, quando a demanda aumenta nas lojas.
Mas analistas afirmam que as dispensas têm ido além desses trabalhadores, puxadas pelo cenário econômico desfavorável, que tem reduzido as vendas e levado cada vez mais lojas a fecharem as portas ou reduzir o tamanho das equipes. Só entre vendedores, mais de 700 vagas foram cortadas no bimestre.
Outro dado apontado no Caged é que – considerando todas os setores da economia potiguar – o ritmo de demissões acelerou em fevereiro, na comparação com janeiro.
No primeiro mês do ano, foram fechados 2.944 postos de trabalho, no estado. Em fevereiro, o número saltou para 4.438 – a segunda pior marca para o mês desde 2003, mais uma vez atrás apenas da registrada em 2009 (-5.389).
