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RN registra 180 pessoas desaparecidas este ano

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Mariana Ceci
Repórter

Com 180 registros de pessoas desaparecidas até agosto deste ano, o Rio Grande do Norte teve uma queda de 23,7% no número de registros em relação ao ano passado. Em 2018, no mesmo período analisado, 236 notificações haviam sido feitas no Estado. Ao longo daquele ano, o Rio Grande do Norte teve, em média, uma pessoa desaparecida por dia, somando 371 casos no total. Dessas, 143 foram localizadas.

Registros deste ano são menores 23,7% do que os de 2018 e menos da metade foram localizados


Registros deste ano são menores 23,7% do que os de 2018 e menos da metade foram localizados

Os investigadores aguardam a inserção do Estado no Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, que depende da informatização da Polícia Civil e delegacias para acontecer, e ainda não tem data de conclusão no Rio Grande do Norte. “O sistema está em implementação no RN, mas demanda investimentos para a integração e informatização, então ainda não possui data para começar a operar”, afirma Márcio Delgado, delegado da Delegacia Especializada em Capturas (Decap), para onde são encaminhados os casos de desaparecimento.

O Cadastro, de acordo com o Delgado, vai permitir maior integração entre as delegacias e outras instituições que podem ajudar a encontrar pessoas desaparecidas. “Dez anos trás, foi criado o Cadastro Nacional. Agora, vamos integrar essas informações e poder acessá-las virtualmente, o que vai facilitar muito”, afirma.

A maior parte dos desaparecimentos (199 pessoas) foram registrados em Natal. Em seguida, as cidades com maior quantidade de pessoas desaparecidas foram Parnamirim (42) e Mossoró (23). A cidade de São Gonçalo do Amarante, terceira mais violenta do Brasil de acordo com o Atlas da Violência, vem em quarto lugar, com 21 pessoas desaparecidas.

Os registros, de acordo com o delegado, são em sua maioria de duas categorias: jovens e idosos. “Geralmente, são jovens. Há de se observar de onde essas pessoas desapareceram. Muitas vezes, vem de áreas periféricas, onde a criminalidade é alta.”, afirma o delegado. Nesses casos, o delegado afirma que o procedimento é adotar uma linha de crime para a investigação, considerando a possibilidade do envolvimento de quadrilhas e facções criminosas no desaparecimento.

No caso dos idosos, os desaparecimentos estão associados muitas vezes a problemas de memória. “Muitos desaparecem quando entram em uma fase de não distinguir muito bem a realidade, quando há problemas de memória, por exemplo”, explica Delgado. “Já tivemos o caso de um homem de Fortaleza, que foi encontrado aqui em Natal. Ele já não estava em sua consciência plena, veio de Fortaleza à Natal pedindo carona”, conta.

De acordo com ele, há dois problemas comuns da população em relação ao registro e procura de pessoas desaparecidas. O primeiro, é a questão do tempo de espera antes da denúncia, que o delegado afirma que não precisa existir. “Muitos acham que tem que esperar um prazo de 24 horas para prestar queixa, mas não existe previsão lega para isso. O correto é que a pessoa preste queixa exatamente no momento em que perceber que a pessoa saiu de sua esfera de vigilância, seja após cinco minutos ou cinco horas”, afirma o delegado.

O segundo ponto, de acordo com ele, que dificulta e atrasa o trabalho de investigação, é a não notificação dos casos em que as pessoas foram encontradas. “A partir do momento que chega uma queixa de desaparecimento, fazemos uma investigação preliminar. Mesmo assim, é muito comum que as pessoas sejam encontradas pela própria família e que os que foram dar queixa não notifiquem a polícia”, diz.

Números
(até 31 de dezembro de 2018)

371 pessoas desaparecidas

1,02 é a média de pessoas desaparecidas por dia no Estado

199 pessoas desaparecidas em Natal

143 foram localizadas
13 pessoas morreram
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