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RN tem 17 policiais mortos este ano

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Um policial civil foi assassinado a tiros ao tentar impedir um assalto na madrugada desta quinta-feira (28) no bairro de Lagoa Nova, zona Sul de Natal. Identificado como Newton Brasil de Araújo Júnior, o agente tinha 38 anos e atuava na 5ª Delegacia de Polícia, próximo ao local do crime. Ele é o 17º policial morto no Rio Grande do Norte em 2018. Até o fechamento desta edição, nenhum dos criminosos foi preso.

Tiroteio ocorreu em uma praça localizada a poucos metros da 5ª DPC, onde o policial civil atuava

Tiroteio ocorreu em uma praça localizada a poucos metros da 5ª DPC, onde o policial civil atuava

Segundo as informações da Polícia Civil, Newton estava de serviço, voltando para a delegacia com um colega de trabalho depois de uma ronda policial, quando se deparou com dois homens armados assaltando um casal. Ele e o outro agente tentaram impedir a ação dos assaltantes. Uma troca de tiros se iniciou, e Newton acabou baleado. O policial ainda chegou a ser socorrido ao Pronto Socorro Clóvis Sarinho, mas não resistiu.

As investigações estão sob responsabilidade da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na manhã desta quinta-feira, as vítimas do assalto e o outro agente da Civil, que estavam com Newton, foram ouvidos. Os investigadores também afirmaram que a arma utilizada pelos criminosos é de grosso calibre. Durante o dia, a motocicleta usada pelos criminosos foi localizada.

Newton Brasil é o 17º agente de segurança morto no Rio Grande do Norte este ano. Esse número é um a menos do total de agentes vítimas em todo ano de 2017. A média atual é de um policial ou agente morto a cada 11 dias. O último crime havia ocorrido no sábado, 23 de junho, contra o policial civil aposentado José Renildo Santos Moraes, de 54 anos. Ao contrário de Newton, a maioria dos crimes ocorreu quando os policiais estavam fora de serviço.

Diante das mortes policiais, as associações e sindicatos das policias têm feito protestos. O último ocorreu na segunda-feira (25), em decorrência do crime contra José Renildo. No entanto, há pouco participantes nesses atos. Quem vai considera que há uma “caça” contra os agentes. “É um pedido de socorro, porque a segurança pública precisa de medidas eficazes”, justificou Edilza Faustino, do Sindicato dos Policiais Civis do Estado, sobre a motivação do último ato. O sepultamento de Newton Brasil ocorreu às 18h de ontem.

Recentemente, no mesmo dia da morte de José Renildo Santos, o Rio Grande do Norte alcançou a marca de 1.000 homicídios este ano, de acordo com o Observatório da Violência (OBVIO). Por outro lado, os dados indicam uma redução de 14,5% em relação ao mesmo período de 2017, quando 1.169 pessoas foram mortas. As autoridades de segurança pública do Estado atribuem a redução total às estratégias de policiamento e inteligência policial.

Em relação aos crimes contra os policiais, sejam civis ou militares, o Estado não justificou o que pode ter causado a elevação do número de assassinatos, ao contrário do que ocorre no número geral. A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesed) e a Delegacia Geral de Polícia (Degepol) emitiram notas de pesares em relação ao crime contra Newton Brasil, assim como nos casos anteriores. “Asseguramos todos os esforços no controle e prevenção à criminalidade e que o crime não ficará impune”, disse a Sesed.

Fontes que atuam na segurança do Estado ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE atribuem o aumento às más condições de infraestrutura e falta de pessoal. Tanto a Civil, quanto a Militar, estão sem concurso há mais de 10 anos e têm déficit de pessoal, assim como os Bombeiros. O Estado possui um total de 9.978 policiais militares, civis e bombeiros, quando o previsto em lei exige mínimo de 19 mil servidores.

Lista de PMS e policiais civis assassinados em 2018
Cabo Carlos Alberto Araújo da Costa,
48. Foi morto a tiros no dia 7 de janeiro no bairro das Rocas, na Zona Leste de Natal.

Sargento André Mário Dantas Siqueira,
40. Morto a tiros dia 15 de janeiro no bairro Golandim, em São Gonçalo do Amarante.

Sargento José Ailton de Lira, 51. Morto a tiros  dia 26 de janeiro na comunidade de Jacaré Mirim, em São Gonçalo do Amarante.

Sargento Itagibá Maciel de Medeiros, 54.  Morto a tiros dia 29 de janeiro no município de Extremoz.

Cabo Darlan Santana Carvalho,
40. Morto a tiros  dia 29 de janeiro no bairro Planalto, na Zona Oeste de Natal.

Cabo William Soares, 40. Morto no dia 28 de fevereiro no bairro Pajuçara, na Zona Norte de Natal.

Sargento Luiz Valdécio Faustino, 57. Morto dia 23 de março em Mossoró.

Soldado Caroline Pletsch,
32. Morta a tiros em um assalto a uma pizzaria na Zona Norte. Seu marido, que também é PM, foi baleado na ação.

Cabo Dioclécio Ferreira da Lima Júnior, 40. Morto dia 4 de abril na Zona Sul de Natal.

Sargento da reserva Helton Cabral da Silva,
42. Morto a tiros dia 8 de abril em São Gonçalo do Amarante.

Sargento José Edivaldo do Nascimento,
46. Morto  dia 21 de abril no  Alecrim, na Zona Leste de Natal.

Subtenente Raimundo Ribeiro da Silva,
65. Executado a tiros  dia 4 de maio na zona rural de São Gonçalo do Amarante.

Cabo Waldembergue Cruz de Lima, 45. Foi morto a tiros na noite do dia 8 de maio no conjunto Nova Natal, na Zona Norte de Natal.

Soldado Kelves Freitas de Brito. Executado dia 2 de junho em Parnamirim.

Cabo Melqui Djalcy Rodrigues,
41. Morto dia 8 de junho no bairro Cidade Nova, Zona Norte da capital.

Agente José Renildo Santos Moraes,
54. Morto a tiros dia 23 de  junho na Zona Norte de Natal.

Agente da Polícia Civil, Newton Brasil de Araújo Júnior, 54. Morto a tiros dia 28 de junho ao tentar impedir assalto.

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