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RN tem 29 cidades em risco de colapso

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Marcelo Lima
Repórter

Se o restante do mês de maio não tiver boas chuvas, 29 municípios do Rio Grande do Norte poderão ter seus sistemas de abastecimento de água em colapso em junho deste ano. No mais recente levantamento feito pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), já haviam 23 cidades nessa situação. Desde que a secretaria começou a fazer esse monitoramento dinâmico em fevereiro do ano passado, o número de cidades com extremas dificuldades de acesso à água pela população nunca passou de 29.
Em muitas cidades do Rio Grande do Norte, a excassez de água é crítica. Apenas os pequenos reservatórios ganharam alguma recarga
Para um sistema de abastecimento ser considerado em situação de colapso, é necessário que haja rodízio no fornecimento de água com intervalo de quatro dias ou mais. A outra situação que caracteriza o colapso é o esgotamento do reservatório que abastece a cidade.

#SAIBAMAIS#Nesses três meses de monitoramento do quadro hídrico das cidades, algumas delas saíram da situação ‘crítica’ para ‘muito boa’. Todas estão na região Seridó, onde houve chuvas entre o final de março e início de abril. Acari, Currais Novos e Jardim do Seridó saíram do colapso e agora têm uma projeção para retorno a esse quadro apenas em fevereiro de 2017. Com as chuvas na região, o açude Dourado, que estava seco, recarregou 58% da capacidade de armazenamento. De um total de 10,3 milhões de metros cúbicos, o reservatório já acumula pouco mais de 6 milhões de metros cúbicos de água.

A outra região fortemente afetada pela seca é o Alto Oeste, que não teve nem mesmo as chuvas esporádicas, como no Seridó. A região manteve o mesmo número de cidades em colapso de fevereiro a abril: 18. O reservatório de Pau dos Ferros, principal cidade da região, está com apenas 0,13% da capacidade total de acordo com medição feita no dia 28 do mês passado.

Caso o mês de maio se encerre com chuvas abaixo do normal, a Semarh pretende intensificar a ação de perfuração de poço na tentativa de garantir a água, principalmente para o Alto Oeste. “Vamos perfurar poços com recursos do RN Sustentável, que está sendo apresentado para a Casa Civil. Esse plano vai atender aquilo que a adutora não está atendendo”, disse o general Carlos César Araújo Lima, secretário adjunto da Semarh. A perfuração  será feita pela Semarh e pelo Exército Brasileiro. Com chuvas abaixo da média há meia década, o lençol freático fica mais rebaixado. Mesmo assim, o secretário adjunto garante que as máquinas da secretaria são capazes de alcançar a profundidade necessária para chegar a água.

Contra o tempo

Além de aumentar o número de poços, a adutora de engate rápido de Caicó deve aliviar a situação do Seridó. “Acreditamos que em novembro, ela esteja pronta”, disse o secretário adjunto. A obra deve custar R$ 44 milhões. Ela é a primeira a ter recursos assegurados dentre as obras do Plano Emergencial de Segurança Hídrica do RN. Para execução do plano, o governo do Estado precisa de pouco mais de R$ 360 milhões.

A data de conclusão da obra deve ser inadiável, uma vez que há previsão de mais restrição das águas do rio Açu-Piranhas quando os reservatórios da Paraíba, onde ele nasce, estiveram chegarem ao nível zero. “A água que hoje está abastecendo Caicó vem do [açude] Coremas. Temos informações que  em outubro esse reservatório vai estar em colapso. Vai acontecer o reflexo dele sobre Caicó”, afirmou. 

A política de ampliação de número de poços será estimulada mesmo com um alto número de poços já perfurados, mas não instalados. Segundo o próprio secretário adjunto, o RN ainda possui cerca de 1.500 poços abertos, mas que necessitam de bombas ou cataventos para retirar a água. A responsabilidade de instalação de muitos deles são de prefeituras ou assentamentos rurais.

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