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RN tem boas expectativas de emprego e renda

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Passado o  temeroso ano de 2020, marcado pela maior pandemia dos últimos 100 anos no mundo e com uma recessão na maioria dos países, o momento é de reconstruir a economia. No Rio Grande do Norte, o ano de 2021 começou com uma boa notícia para o mercado de trabalho, o que indica um processo de recuperação das atividades econômicas, mesmo que de forma lenta.
A situação do emprego começou a melhorar no RN, a partir de junho, com a reabertura gradual das atividades econômicas
Para o especialista em Gestão e Desenvolvimento, Prof. Hedson Costa, a economia emite sinais de que a pior fase ficou para trás. “Embora a pandemia não tenha chegado ao fim, a retomada gradual da atividade econômica nos últimos meses produziu resultados que tem animado o mercado e os agentes econômicos. Toda deterioração sofrida pela economia no ano passado ainda vai demorar alguns meses para ser superada, uma vez que muitas empresas fecharam suas portas, o desemprego atingiu fortemente as famílias e ocorreu redução de renda para milhões de trabalhadores, em nível nacional. O que se constata é que as centenas bilhões de reais gastos com medidas anticíclicas, como o auxílio emergencial e o programa para manutenção dos empregos, conseguiram fazer a roda da economia girar, e o ano de 2020 termina com um resultado menos pior do que fora estimado inicialmente por muitos analistas econômicos, com uma menor queda do PIB e criação de vagas de emprego acima do esperado”, analisa.
O mercado de trabalho no Rio Grande do Norte fechou o ano de 2020 com saldo positivo na geração de vagas. No acumulado, de janeiro a dezembro, o Estado registrou a abertura líquida de 1.769 vagas formais de emprego, resultante de 137.454 admissões e 135.685 demissões. Esse saldo, no entanto, ficou 52,71% abaixo do registrado em 2019, que foi de 3.741 empregos com carteira assinada. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado no final do mês passado pelo Ministério da Economia.
A situação do emprego começou a melhorar no RN, a partir de junho. Antes, de janeiro a maio, o saldo líquido de vagas foi negativo em todos os meses, com altas de demissões nos meses de março (-2.707); abril (-9.749) e maio (-3.837). De junho a dezembro, houve melhora com pico na geração de postos formais de até 5.884 no mês de agosto; 4.560 em setembro; 4.734, em outubro e 4.559 em novembro.
De acordo com os dados, os setores de Comércio e Construção Civil, que juntos somam um estoque de 144.872 empregos, puxaram a geração líquida de vagas. No comércio, que teve maior saldo entre os cinco setores pesquisados, o número de contratações com carteira assinada superou o de as demissões em 2.223, resultante de 33.686 admissões no setor, contra 31.463 demissões. Na Construção, foram 21.481 admissões contra 20.013 desligamentos, o que gerou um saldo de 1.468.
Nos outros três setores, Serviços, Indústria e Agropecuária o resultado foi negativo com fechamento de 1.922 postos de trabalho no ano passado. O destaque foi para o ramo de Serviços, que fechou 1.664 vagas, fechando com um estoque de 198.206 empregos.
Ao analisar os números, o Prof. Hedson Costa destaca que eles representam uma retomada da economia. “Depois de um primeiro semestre com um movimento intenso de fechamento de vagas, no segundo semestre o jogo virou e o saldo de admissões manteve-se positivo. Essa retomada ainda não foi suficiente para recompor as vagas perdidas durante a pandemia, porém indica que, mantidas as condições atuais, as perdas serão, em breve, recuperadas. Isso é positivo, porque o contingente de desempregados e desalentados no Estado ainda é demasiadamente elevado”, ressalta o especialista.
Comparativo
No comparativo do Rio Grande do Norte com os demais Estados brasileiros, o saldo positivo verificado em 2020 é o segundo menor do País, acima apenas do registrado no Amapá (+1.005). Na região Nordeste, além do RN, outros quatro estados tiveram saldo líquido positivo: Maranhão (+19.753); Ceará (+18.546); Paraíba (+5.152) e Alagoas (+4.595). No computo dos nove Estados, o Nordeste criou 34.689 postos formais ao longo do ano passado.
“As perspectivas para a economia são melhores para este ano com o avanço da vacinação em massa”

Como o senhor analisa o atual momento da economia do RN? Há sinais de recuperação? Saímos do pior imposto pela pandemia?
Os sinais da economia indicam que sim. Embora a pandemia não tenha chegado ao fim, a retomada gradual da atividade econômica nos últimos meses produziu resultados que tem animado o mercado e os agentes econômicos. Toda deterioração sofrida pela economia no ano passado ainda vai demorar alguns meses para ser superada, uma vez que muitas empresas fecharam suas portas, o desemprego atingiu fortemente as famílias e ocorreu redução de renda para milhões de trabalhadores, em nível nacional. O que se constata é que as centenas bilhões de reais gastos com medidas anticíclicas, como o auxílio emergencial e o programa para manutenção dos empregos, conseguiram fazer a roda da economia girar, e o ano de 2020 termina com um resultado menos pior do que fora estimado inicialmente por muitos analistas econômicos, com uma menor queda do PIB e criação de vagas de emprego acima do esperado. 
Os números de 2020 do Caged apontam saldo positivo com abertura de 1.769 vagas formais no Estado. Na prática, o que isso representa? Revertemos o volume perdido na pandemia?
Representa uma retomada da economia. Depois de um primeiro semestre com um movimento intenso de fechamento de vagas, no segundo semestre o jogo virou e o saldo de admissões manteve-se positivo. Essa retomada ainda não foi suficiente para recompor as vagas perdidas durante a pandemia, porém indica que, mantidas as condições atuais, as perdas serão em breve recuperadas. Isso é positivo, porque o contingente de desempregados e desalentados no estado ainda é demasiadamente elevado. Analisando os dados do Caged com maior aprofundamento, numa análise temporal, constata-se que esse saldo é menos de 50% do saldo de 2019, que fora um saldo de 3.741 vagas. O que é natural, tendo em vista os efeitos da pandemia. Já em termos qualitativos, verifica-se que o saldo de vagas se concentrou em atividades ligadas ao atendimento à clientes, no setor de serviços e no comércio. Por sua vez, os níveis de instrução em houve saldo positivo foram apenas ensino médio completo e superior incompleto, indicando que essa retomada está ocorrendo, principalmente, para empregos de média complexidade.
As perspectivas para a economia do País neste ano são melhores, por quê?
Sem sobra de dúvidas as perspectivas para a economia são melhores para este ano, seguindo com a recuperação da economia já em curso, ancorada no avanço da vacinação em massa, visando o alcance da chamada imunidade de rebanho, evitando, assim, novas restrições para circulação das pessoas, o poderia prejudicar tal recuperação. Além disso, espere-se a aprovação das reformas que estão no Congresso, especialmente, a reforma tributária, para a melhora no ambiente de negócios e atração de investimentos para o País. 
E em nível estadual?
Em nível estadual, é favorável uma concertação da bancada federal para conseguir recursos para a melhoria da infraestrutura e logística do Estado. Nesse prisma, também é fundamental um plano claro de desenvolvimento de médio e longo prazo para o RN. O clima de “Fla x Flu”, ou “quanto pior melhor” não é benéfico para a economia. Talvez encarar o desenvolvimento do nosso Estado como uma “corrida de revezamento”, com cada agente fazendo o melhor ao seu alcance, possa trazer o crescimento econômico possível e necessário, à semelhança de outros Estados vizinhos.
Empregos formais no RN
à Dezembro 2020
Admissões: 10.944
Demissões: 11.797
Saldo: -853
à Novembro 2020
Admissões: 13.943
Demissões: 9.147
Saldo: +4.796
à Outubro 2020
Admissões: 13.840
Demissões: 9.077
Saldo: +4.763
à Setembro 2020
Admissões: 13.806
Demissões: 9.344
Saldo: +4.462
à Agosto 2020
Admissões: 14.468
Demissões: 8.513
Saldo: +5.955
à Julho 2020
Admissões: 9.701
Demissões: 8.540
Saldo: +1.161
à Junho 2020
Admissões: 9.469
Demissões: 7.723
Saldo: +1.746
à Maio 2020
Admissões: 6.132
Demissões: 9.159
Saldo: -3.027
à Abril 2020
Admissões: 4.389
Demissões: 12.692
Saldo: -8.303
à Março 2020
Admissões: 10.485
Demissões: 12.359
Saldo: -1.874
à Fevereiro 2020
Admissões: 10.679
Demissões: 13.336 
Saldo: -2.639
à Janeiro 2020
Admissões: 10.416
Demissões: 12.150
Saldo: -1.734
Fonte: Caged / Ministério da Economia
Produtos como melão, fuel oil e melancia tiveram como principais destinos os Estados Unidos, Cingapura e Holanda. Esses foram os três principais parceiros comerciais do Rio Grande do Norte em 2020 no que se refere à compra de mercadorias
RN tem superávit comercial em 2020 de US$ 159 milhões 
O difícil ano de 2020 não impediu que o Rio Grande do Norte tivesse saldo positivo no índice final da Balança Comercial. Dados do Sebrae/RN apontam que  o Estado encerrou o ano da pandemia com superávit de superávit de US$ 159,4 milhões, montante que é 42% menor que o de 2019 – US$ 226,9 milhões -, no entanto, acima dos saldos dos três anos anteriores (2016, 2017 e 2018). 
No comparativo 2020 e 2019, somente as importações registraram alta (+ 7,4%). As exportações foram menores em 13, 9%, resultado que levou o RN a subir uma posição no ranking das Unidades Federativas  que mais exportaram,  passando a ocupar o 21º lugar. Os dados foram divulgados pelo Sebrae no Rio Grande do Norte no final de janeiro constam no Boletim de Comércio Exterior.
As exportações potiguares influenciaram decisivamente para que a balança comercial do estado fechasse o ano com saldo positivo. O Rio Grande do Norte chegou a exportar um volume de US$ 339,9 milhões. Apesar de ser 13,9% menor em valores em comparação com os resultados de 2019, o volume não deixa de ser expressivo para um ano marcado por uma pandemia, que afetou inclusive os envios de melão para o exterior.
A fruta fresca continua sendo o carro chefe das exportações potiguares e teve uma queda da ordem de 18,5% em doze meses, atingindo um total de US$ 95,2 milhões. Em 2019, as exportações da fruta somaram quase US$ 117 milhões. O segundo item mais vendido no mercado internacional foi o fuel oil, cuja negociação chegou a US$ 58,6 milhões, seguido das melancias frescas, com volume de US$ 32,5 milhões, e, depois, o sal (US$ 28,5 milhões). Esses produtos tiveram como principais destinos os Estados Unidos, Cingapura e Holanda, que foram os três principais parceiros comerciais do Rio Grande do Norte em 2020 no que se refere à compra de mercadorias.
Por outro lado, as importações anuais tiveram um crescimento em 2020 e registraram uma alta de 7,4% em relação a 2019, passando de US$ 167,9 milhões para US$ 180,3 milhões. Com isso, o Rio Grande do Norte teve o terceiro maior crescimento nas importações entre os estados nordestinos, ficando atrás apenas do Piauí e de Alagoas. Os três principais países de origem dos produtos importados pelo RN no último ano foram, respectivamente, a Argentina, os Estados Unidos e a China.
A alta nas importações foi puxada pela compra de trigo e misturas com centeio, que são importados principalmente da Argentina. Esse item somou um total de US$ 59,9 milhões da pauta importadora potiguar. O segundo item mais comprado no mercado internacional foi o coque de petróleo (US$ 4,2  milhões), seguido do polietileno (US$ 4,1 milhões).
Melhoria da balança comercial depende das estratégias de exportação

Itamar Diniz, professor da UNP, afirma que o Rio Grande do Norte precisa melhorar a capacidade de produção e exportação
Para o Professor Itamar Diniz, do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Potiguar (UnP), o Rio Grande do Norte pode melhorar os números relacionados à Balança Comercial. Ele relembra, porém, que os números de 2020 são mais favoráveis às importações, em razão da pandemia do novo coronavírus.
“A pandemia desencadeia na economia, muitas vezes com falta de produção e diminuição do volume da capacidade de exportação. Existe também o custo da oportunidade. É quando nossa capacidade de produção se torna limitada. De algum modo, a gente precisa escolher como usar e a melhor forma de usar a nossa mão de obra para que o nosso produto tenha uma produção. O custo de oportunidade pode ser hoje uma barreira para que o Rio Grande do Norte se torne mais competitivo e mais atrativos em termos de que países lá foram possam comprar nosso produto, não desvalorizando, mas pela nossa capacidade de produção que visa incentivos”, destaca Itamar Diniz.
Com isso, ele aponta que as estratégias de exportação poderão aumentar e se manter numa constante situação de crescimento. “Pois nós estamos tratando de um tema que gera emprego e aquece a economia do Estado do Rio Grande do Norte”, ressalta o professor. Além disso, o empresariado deve ter capacidade de aumentar a produção, a partir de incentivos do governo, para que o custo de produção recue e influencie diretamente na exportação dos produtos potiguares  “que, diga-se de passagem, são de ótima qualidade”, avalia Itamar Diniz. 
O professor Hedson Costa, especialista em Gestão e Desenvolvimento, comenta que o volume exportado em 2020 foi pouco afetado pelos efeitos da pandemia, ficando cerca de R$ 50 milhões abaixo dos quase R$ 400 milhões exportados em 2019, ano do maior volume desde 2014. “A pauta exportadora do RN tem crescido nos últimos anos. A exportação de frutas, principalmente o melão, é um ponto forte para a economia do estado, gerando emprego e desenvolvimento, principalmente no interior do estado. Também exportamos produtos de extração mineral, tais como petróleo e sal. No entanto, o que se observa é que essa pauta carece de produtos que possuam maior valor agregado, ou seja, menos volume e mais valor monetário”, disse o professor. 
Ele avalia que o RN está melhor posicionado se comparado a Paraíba e a Sergipe. Por outro lado, está distante do volume exportado pelos vizinhos Pernambuco e Ceará, os quais possuem uma pauta composta por produtos que possuem maior valor agregado, incluindo produtos industriais. “No caso de Pernambuco, ele possui uma montadora de automóveis e um polo petroquímico maior. Por seu turno, o Ceará tem alcançado bons resultados a partir do Complexo de Pecém, que uma Zona de Processamento de Exportação – ZPE. O RN pode conseguir diferenciais como esses e fortalecer ainda mais seu volume de exportação”, comenta.
















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