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RN terá 30 santos em 15 de outubro

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A história dos Mártires de Uruaçu e Cunhaú dá um passo a mais no próximo dia 15, quando os 30 beatificados em 5 de março de 2000 passam a ser considerados santos pelo Vaticano. O feito foi pedido pelo próprio Papa Francisco, registrado em carta e escrito de próprio punho.

A canonização do próximo dia 15 de outubro põe fim a um processo de reconhecimento da história cristã iniciado em 1988. Beatificação ocorreu em março de 2000
A canonização do próximo dia 15 de outubro põe fim a um processo de reconhecimento da história cristã iniciado em 1988. Beatificação ocorreu em março de 2000

#SAIBAMAIS#A canonização dá fim a um processo de reconhecimento da história cristã iniciado em 1988, há quase 30 anos. O então Monsenhor Francisco de Assis Pereira foi nomeado postulador das causas de Beatificação e Canonização. Ao longo de doze anos, ele pesquisou sobre os massacres, que aconteceram  em Cunhaú e Uruaçu, e os feitos em vida das vítimas. Descobriu que os 30 homens foram foram importantes no processo de evangelização no interior do Rio Grande do Norte e, mesmo diante da ameaça dos holandeses, que eram Calvinistas, apegaram-se a fé católica.

Um destes é o camponês Mateus Moreira. Ele faz parte dos 28 leigos beatificados. Segundo a Igreja Católica, no momento da morte, quando teve o coração arrancado, o homem declarou “Louvado seja o santíssimo sacramento” e não expeliu gritos de dor. No Monumento dos Mártires, construído em Uruaçu, uma imagem estampa Mateus debruçado sobre um tronco de árvore, com a carne do peito rasgada.

Outros dois dos 30 beatificados eram sacerdotes, conhecidos como André de Soveral e Ambrósio Francisco de Ferro. Na homilia do Papa João Paulo II, quando os homens foram beatificados, ele declarou que “estes homens pertencem a esta geração de mártires que regou o solo pátrio, tornando-o fértil para a geração de novos cristãos. Eles são as primícias do trabalho missionário, os protomártires do Brasil”.

Em decorrência da beatificação, ficou permitido que os mártires fossem louvados localmente. Desde a data, o Monsenhor Francisco de Assis Pereira continuou pesquisando sobre os mártires para que eles fossem considerado santos pelo Vaticano, o que permite que sejam louvados em qualquer parte do mundo. A procura era, sobretudo, por um milagre realizado pelos mártires, condição indispensável para a canonização. No entanto, em 2011, a busca perdeu força em decorrência do falecimento de Francisco Assis Pereira, que ficou conhecido como Defensor dos Mártires.

Somente em 2015 o processo de canonização voltou a ser discutido na Igreja Católica. Dom Cláudio Hummes, da arquidiocese de São Paulo e nome ligado ao Vaticano, contou a história dos mártires ao Papa Francisco. O Santo Padre se interessou e aprofundou o assunto, a procura do milagre que ainda faltava para considerá-los santos. Dois anos depois, no último dia 20 de abril, o Papa anunciou que o feito milagroso está no grande número de fiéis que se concentram em torno dos Mártires ao longo dos anos apesar de serem de comunidades pequenas, como Uruaçu e Cunhaú, e não terem uma história registrada como outras figuras católicas.

A declaração permitiu a canonização. O Padre Júlio César, da arquidiocese de Natal e responsável por manter contato com o Vaticano  para concluir os trâmites do processo, conta que ainda surgiram outros relatos de milagres feitos pelos Mártires. “Depois que o Papa declarou a canonização, outras pessoas mandaram relatos de milagres. Algumas destas eram até do Rio de Janeiro, o que nos impressionou muito. A Igreja Católica considera um feito milagroso quando alguém faz uma prece e é atendido. Em Nazaré, um homem afirmou para nós que foi curado de um tumor no cérebro”, diz.

A imagem dos Mártires foi, então, expandida. “Outras pessoas começaram a pedir imagens dos santos para colocar em casa. Católicos da Polônia pediram a terra de Uruaçu, que é considerada terra santa porque foi banhada pelo sangue dos mártires”, completou o padre.

No próximo dia 15, uma comitiva do Governo do RN formada pelo governador Robinson Faria e os secretários  Julianne Faria, Vagner Araújo, Ruy Gaspar e Juliska Azevedo irá a Roma acompanhar a cerimônia eclesiástica no Vaticano. O arcebispo Dom Jaime Vieira Rocha, o arcebispo emérito Dom Heitor Sales e cerca de outros 30 padres também integram a comitiva.

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