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RN terá chance de ampliar produção em terra e no mar

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O Rio Grande do Norte tem no leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP), agendado para 14 e 15 de maio, a chance de elevar sua produção de petróleo e gás. Com reservas provadas de 294 milhões de barris de petróleo e de 2,62 bilhões de metros cúbicos de gás só em terra, a Bacia Potiguar – que abrange os campos do RN e do Ceará – terá um total de 30 blocos ofertados, sendo 20 em terra e 10 em águas profundas. O total da bacia fica atrás apenas da Bacia do Amazonas e da de Tucano, em termos de oferta de blocos.
O RN terá 10 blocos em águas profundas no leilão: Exploração no mar gera boas perspectivas
O período de exploração  na Bacia Potiguar varia de cinco a sete anos, e a fase de produção tem duração prevista de 27 anos. Esses prazos podem ser reduzidos ou ampliados em alguns casos previstos no contrato, segundo a ANP. Vinte dos 30 blocos são considerados ‘maduros’, ou seja, já são conhecidos.

A ‘maturidade’ da Bacia Potiguar pode, no entanto, afastar investidores mais ‘agressivos’ da disputa por blocos exploratórios nos dois estados. A análise é do diretor geral do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE) e ex-secretário de Energia do RN, Jean Paul Prates.

“O fato de ser uma bacia mais antiga faz com que operadores mais agressivos que querem um risco e um ‘prêmio’ maior, talvez não se interessem tanto. Como os campos já foram muito explorados, os blocos talvez não atraiam as empresas mais expressivas, que buscam potenciais ainda não explorados”, argumenta Prates.

Ainda assim, o RN tem grandes chances de ‘emplacar’ vários blocos de exploração de petróleo no leilão, segundo o especialista. Por ser considerada antiga, a Bacia Potiguar – que produz petróleo e gás há mais de 30 anos – conta com um grande volume de informações geológicas disponível, o que dá segurança a novos investidores, afirma Prates.

Segundo ele, é muito mais fácil para uma bacia conhecida ter sucesso no leilão do que uma ainda não explorada. Prates diz não ter dúvidas de que, apesar das desvantagens, a Bacia Potiguar é competitiva. “Ainda há áreas não exploradas no RN, sobretudo no mar. Existe uma grande possibilidade de encontrar um grande volume de óleo na Bacia Potiguar”, observa.   

Petrobras

A Petrobras elogiou a localização dos blocos do RN em audiência pública, confirmou que está analisando o ‘potencial petrolífero’, mas evitou entrar em detalhes sobre a participação no leilão. Das dez empresas que operam campos produtores no RN, incluindo a estatal, seis receberam sinal verde da ANP para participar do leilão. A equipe de reportagem tentou contato com as empresas, mas não obteve sucesso.

O Rio Grande do Norte, que já chegou a produzir 100 mil barris de óleo por dia, produz hoje pouco mais de 70 mil. A desaceleração da atividade, associada a redução de investimentos e problemas envolvendo a terceirização dos serviços, provocou a demissão de mais de mil petroleiros terceirizados no último ano.

A situação do setor foi tema de audiências públicas em Mossoró e Natal, de pronunciamento na Câmara dos Deputados, em Brasília, e de reunião na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro.

Apesar do cenário, um estudo elaborado pela Agência Nacional de Petróleo coloca o RN  entre os estados mais promissores. “Uma das áreas de maior potencial é a chamada Margem Equatorial, que vai da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, até a foz do Rio Amazonas, região análoga à costa oeste africana, onde recentemente houve grandes descobertas de petróleo. As bacias brasileiras da margem equatorial podem apresentar potencial similar ou até superior às africanas”, afirma Haroldo Lima, diretor-geral da ANP.

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