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RN terá sistema para monitorar clima

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Yuno Silva
Repórter

O sistema que monitora o clima no Rio Grande do Norte está em processo de atualização, e a expectativa da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) é que a partir de 2019 os dados sobre a quantidade de  chuvas, temperatura, ventos, umidade relativa do ar, pressão atmosférica e irradiação solar serão coletados e transmitidos diariamente de forma automática. A tecnologia necessária para automatizar o monitoramento meteorológico foi toda desenvolvida pela própria Emparn, e a fase de testes dos equipamentos já está superada – até o mês de novembro deste ano, o órgão pretende iniciar a análise dos dados enviados por 100 telepluviômetros e 15 estações a serem instaladas em pontos estratégicos do Estado.

Gilmar Bristot acredita que novidade pode orientar distribuição de sementes e carros-pipa

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O investimento total do projeto bate na casa dos R$ 7 milhões, garantidos através de financiamento do Banco Mundial. Esse valor inclui o desenvolvimento do software que irá processar os dados coletados.

“A proposta é que em até 10 anos tenhamos uma cobertura completa, com pontos automáticos de coleta de dados em todos os 167 municípios do RN”, disse Gilmar Bristot, gerente de meteorologia da Emparn. O conceito do sistema foi elaborado por Bristot ainda em 2003, e o objetivo final é criar um modelo de previsão que permita informar de forma mais precisa o melhor período para semear, o que plantar e em que regiões.

Quando o sistema estiver funcionando, a Emparn vai poder informar, inclusive, quando irrigar e o prazo para uma lavoura entrar na fase de “estresse hídrico” com até 15 dias de antecedência. “Com essas informações em mãos, agricultores e pecuaristas poderão se programar e antever quais as providências necessárias para evitar prejuízos”, acrescentou Gilmar. Para ele, os dados também serão importantes para planejamento de ações no setor de turismo e gestão dos recursos hídricos.

Bristot acredita que o sistema vai apresentar ao Governo do RN uma visão espacial do território capaz de auxiliar no direcionamento de ações como caminhões-pipa, distribuição de sementes e rodízio de abastecimento de água.

“A partir de 2019, poderemos fazer com antecedência um zoneamento eficiente do risco climatológico”, explicou o gerente de meteorologia da Emparn, destacando que o projeto é piloto no Brasil e vai oferecer um zoneamento do risco climatológico mais refinado que o aferido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por considerar a dinâmica das variáveis meteorológicas.

Os telepluviomêtros, equipamentos mais simples que as estações meteorológicas, irão medir o volume de chuvas, a temperatura e a umidade do ar. Já as estações oferecem medições mais completas: além das três variáveis registradas pelo telepluviômetros, também serão equipadas com sensor de vento, pressão atmosférica e irradiação solar.

As estruturas irão transmitir os dados através de modens (conexão de internet móvel), e a eletricidade para manter tudo funcionando será fornecida por painéis solares fotovoltaicos. As duas empresas contratadas através de licitação, uma para instalar os telepluviômetros e a outra para cuidar das estações, irão garantir o funcionamento dos equipamentos por dois anos. “Os equipamentos foram adquiridos pelo Estado, e esse serviço de monitoramento pode ser renovado e aberta nova licitação”, avisou Gilmar Bristot.

Outras 15 estações climatológicas mantidas no RN pelo Instituto Nacional de Meteorologia (InMet) também serão integrados ao sistema da Emparn.

Informação de qualidade
A rede tradicional de pluviômetros manuais, formada por cerca de 200 equipamentos, que atualmente fornecem as informações para a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN fazer a projeção do comportamento meteorológico para o Estado, não será desmanchada. Gilmar Bristot disse que está em implantação uma nova rotina para “um repasse mais eficiente, padronizado e seguro na transmissão dos dados, que hoje chegam por e-mail, whatsapp, mensagens de texto e telefonemas”.

Os novos telepluviomêtros, aliás, serão instalados mesmo em lugares que já contam com a medição do pluviômetro convencional.

“Nossa meta é gerar informação de qualidade para quem precisa dela. Acredito que em breve, com a ajuda da tecnologia, o Governo do RN terá menos necessidade de adotar o programa de distribuição de sementes”, acredita o especialista.

Gilmar Bristot antecipou que, com cálculos e projeções mais precisas, a Emparn irá adotar modelos climáticos (normal, chuvoso ou seco) para trazer um mapeamento mais dinâmico do zoneamento climatológico. “O importante é otimizar a produtividade, e isso também implica em considerar a variação, por exemplo, do início do plantio de determinada cultura (arroz, feijão, milho e sorgo) em cada região”.

A proposta é original da Emparn vai informar a hora de começar a plantar e o que plantar em cada lugar. “Queremos que as informações permitam a antecipação de providências”, reforçou. Com o advento do novo sistema de automático de monitoramento do clima, a Emparn quer lançar um selo de previsão do tempo para o RN (nos mesmos moldes de outros serviços), e disponibilizar as informações com maior rapidez e confiabilidade.

Números
R$ 7 milhões é o valor do investimento previsto para implementação do novo sistema de monitoramento automatizado do clima; 

100 telepluviômetros, que irão medir de forma automática o volume de chuvas, a temperatura e a umidade do ar, serão instalados em todas as regiões do RN até novembro;

15 estações meteorológicas, a serem instaladas em pontos estratégicos do território potiguar, irão coletar informações sobre chuvas, temperatura e umidade, mais dados sobre pressão atmosférica, irradiação solar e comportamento dos ventos.

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