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Rocas, 65 anos fabricando craques para o futebol

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O bairro das Rocas conhecido reduto do futebol e do samba, em Natal, completou 65 anos de fundação. Os moradores  mais antigos do local, acreditam que essa data pode ser questionada e se utilizam, para tanto, da própria data de fundação do Palmeiras, uma das instituições esportivas mais antigas da cidade. Segundo  Baltazar Pereira, 52 anos, nascido e criado no bairro, só o clube, fundado em 12/06/1954, em 2020, completou 66 anos. Mas essa questão mostra que a história das Rocas se confunde com a do próprio clube, pelo menos no campo esportivo.
Baltazar Pereira, dirigente do Palmeiras das Rocas
Contestações a parte, o fato  que não se pode negar é que as Rocas sempre foi considerado um celeiro de craques e revelou vários atletas para os clubes potiguares e alguns para o mundo. O caso mais recente de um jogador nascido e criado no bairro e que ganhou importância no cenário nacional foi Rodriguinho.

No histórico profissional do jogador hoje não consta a passagem dele, ainda dando os primeiros passos no futebol, pelo Palmeiras, mas foi lá onde ele começou a mostrar qualidade e foi levado para realizar testes nas bases do ABC. Dentro de um clube profissional, a vida do garoto que sonhava em dar uma condição melhor para família, começou a mudar.

Depois de passar um período nos profissionais do Alvinegro, com alguns altos e baixos, o atleta, que atualmente defende o Bahia, foi levado para o Bragantino, depois se transferiu para o América-MG, quando explodiu na carreira até ser negociado para o Corinthians, onde Rodriguinho se sagrou campeão Brasileiro.

São tantos jogadores revelados, que além de fazer uma seleção, os moradores realizam debates para apontar qual foi o melhor jogador revelado para o futebol, com passagem ou criado no bairro. Baltazar, atuando na direção do Palmeira desde 1987, considera que o melhor de todos foi o atacante Lula, que além dos clubes locais, passou pelo Fluminense, mas que fincou o seu nome na história do futebol nacional mesmo nos anos de 1975 e 1976, quando se sagrou bicampeão brasileiro pelo Internacional de Porto Alegre-RS. Ele também teve algumas passagens pela Seleção Brasileira.

“Nas Rocas nasceram muitos bons jogadores, mas a fama e a organização dos nossos clubes amadores, também trouxe garotos de outras localidades para cá e aqui eles começaram a se destacar no futebol. Ocorreu isso com Marinho Chagas e com Bismarck (criado no Paço da Pátria e com passagem pelo Fortaleza e por alguns clubes da Paraíba). Isso tudo é muito bom, demostra que, com organização, podemos lançar bons atletas. Aqui no Palmeiras, antes de tudo trabalhamos para formar o cidadão, uma vez que assistimos jovens considerados carentes”, salientou o dirigente palmeirense.

Além de Rodriguinho, ainda brilhando forte no cenário nacional, Baltazar Pereira chama a atenção para o zagueiro Richardson, que hoje defende o ABC e Matheus Bambu, lançado nos profissionais do América por Paulinho Kobayashi essa semana e que vem chamando a atenção do treinador. Essa dupla, segundo o dirigente, possui condições de brilhar no futebol nacional.

Rafael Sorriso é outro destaque apontado pelo veterano morador das Rocas. É um nome que poucos ouviram falar no Rio Grande do Norte, mas que ganhou fama na Europa ao conquistar o título de artilheiro do Campeonato Português, pelo Porto, e que agora foi negociado para o futebol chinês.

“Nós ficamos muito felizes em poder contribuir para realização desse tipo de sonho. Como disse, trabalhamos com garotos carentes e ver eles vencendo na vida através dos seus próprios esforços compensa bastante”, disse Baltazar.

Depois de ter revelado tantos talentos para o futebol, o Palmeiras das Rocas agora ingressou com processo para ser reconhecido junto ao Projeto Solidariedade da FIFA, através do qual a instituição passará a ter direito a um percentual sobre a negociação dos atletas que passaram pelas divisões de base do clube.

Aliada a essa questão, o dirigente espera que as autoridades potiguares realizem políticas públicas voltadas a incentivar esses centros esportivos, que ajudam no trabalho de socialização dos jovens através do esporte. Desafiado a montar aquela que seria a seleção de atletas surgido no bairro das Rocas, Baltazar Pereira escalou sua equipe da seguinte forma: Erivan, Tiê, Luiz e, Sérgio Poti; Niltão, Gilton, Rodriguinho e Sílvio Madonna; Geraldo pernambuco, Cocó e Lula.

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