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Rock na cortina de ferro

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Alex Medeiros 
Há alguns anos publiquei no meu site “O Galo Informa” (hoje AlexMedeiro.Net) e no saudoso O Jornal de Hoje uma crônica sobre o cantor americano Dean Reed, que fez sucesso na América Latina e na Rússia com baladas exaltando o marxismo, tornando-se inclusive amigo dileto dos chilenos Pablo Neruda e Victor Jara, e também do líder palestino Yasser Arafat.
Alguns anos depois daquele texto, um outro artista de música pop, de tons ideológicos antagônicos ao “Elvis Vermelho”, e também cantando rock em língua inglesa, teve sua vida e carreira sendo resgatadas na mídia e na indústria cultural. Era o britânico Mark Reeder, hoje aos 63 anos, que resolveu encarar a ditadura comunista na Berlim do lado de lá do muro da vergonha.
Ele nasceu em Manchester, em 1958, e poderia ter sido um astro na Europa quando aos 18 anos fundou a banda The Frantic Elevators, que logo ganhou espaço na famosa gravadora Factory Records. Porém, um dia, ele rejeitou uma proposta de um milhão de dólares da Warner Bros e decidiu abandonar a Inglaterra.
Reeder foi para Berlim e decidiu atravessar o muro, dizendo que se Iggy Pop e Billy Idol estavam por lá, então as coisas poderiam não ser tão ruins como se falava. As 300 torres no muro, com policiais armados, não lhes provocaram medo, mesmo ele sabendo que desde 1961 mais de 500 pessoas morreram tentando fugir da ditadura comunista.
A Guerra Fria ainda atormentava as relações nos dois lados de uma Berlim dividida, que só iria se livrar do muro dali a 12 anos, em 1991. Mas ele queria encarar o ambiente obscuro e experimentar a audição clandestina dos discos de vinil ocidentais, principalmente dos alemães Can Neu!, Tangerine Dream e Kraftwerk.
Quando os anos 1980 começaram, Reeder iniciou sua resistência musical ao comunismo que ditava regras e perseguia toda manifestação que representasse desvios pequenos burgueses da juventude do mundo capitalista.
Virou compositor, produtor, promotor cultural, engenheiro de som, empresário de eventos musicais, um protagonista do comportamento underground que ganhava novo fôlego com o advento do punk rock e outras viagens. 
Longe de Manchester, soube que um grande amigo fundara uma nova banda de rock. O amigo era Mick Hucknall, o parceiro da velha banda The Frantic Elevators, que naquele 1979 criava a Simply Red que o deixaria famoso e milionário. E Mark seguiu na guerrilha punk infiltrando o som pesado de Ian Curtis, Iggy Pop, Joy Division e também o rock clássico do The Smiths.
Começou a fazer as coisas mais temerárias daqueles anos de censura total: shows sem autorização legal, dizendo aos fiscais a mentira de representante da gravadora onde trabalhara na Inglaterra. As canções que ele promovia significavam para o rito soviético o fracasso moral do capitalismo.
Viu muitos jovens serem presos e por diversas vezes utilizou os prédios em ruínas, dos tempos da Segunda Guerra, como esconderijos. Na sua transgressão roqueira, teve em torno de si figuras como Keith Haring, Tilda Swinton, Blixa Bargeld, Ian Curtis, Iggy Pop e Nick Cave, que morou com ele.
Um outro evento que se meteu a fazer, noutra igreja, como ato solidário a vítimas romenas, planejou um público de 50 jovens, apareceram 600, que obviamente atraiu a repressão comunista. 
Nesse período, havia conseguido estabelecer a empresa Die Toten Hosen, a única da Berlim democrática autorizada a distribuir discos no leste. Mark compôs sua última canção em 2 de novembro de 1989. Tirou férias e não mais voltou. Sete dias depois, num hotel na Romênia, viu a notícia de que o muro iria ser derrubado. Quem há de negar que o rock e o punk que ele infiltrou ali não tiveram a força de uma marreta?
Ivermectina 
Cientistas e profissionais de medicina de várias nações discutirão nos dias 24 e 25 de abril (próximo fim de semana) os efeitos da Ivermectina no combate precoce ao coronavírus. É a Primeira Conferência Internacional sobre o tema.
Nobel 
Dois renomados cientistas detentores de prêmio Nobel de medicina defenderam a Ivermectina no tratamento da Covid: o francês Luc Montagnier, que venceu em 2008; e o japonês Satochi Omura, laureado em 2015. 
Águas 
O governo federal cumpriu a promessa de levar a água do São Francisco para o Ceará, fortalecendo os rios Jaguaribe e Salgado. Também concluiu a Barragem de Oiticica, no RN. A indústria escrota do carro-pipa está acabando.
Aviões 
As passagens aéreas nos percursos Natal-Brasília e Natal-Rio estão com uma diferença absurda e que ninguém consegue explicar. A diferença em desfavor de quem vai à capital federal é a metade. Coisa de R$ 940,00 para R$ 400,00.
Prisão 
Três instituições representativas dos auditores fiscais (entre elas a federação nacional) emitiram nota de protesto pela prisão da auditora Alyne de Oliveira Bautista, após uma denúncia feita por ela e que está sob segredo de justiça.
Viva a diferença 
Coincidência ou universo em conspiração? No mesmo domingo em que os campeonatos estaduais no Brasil apresentaram peladas risíveis, os grandes times da Europa lançaram a ideia de uma Superliga com a nata do espetáculo.
MBappé 
O craque francês marcou mais dois gols no domingo e segue candidatíssimo a ocupar o reinado de Messi e Cristiano. Ganhou uma Copa aos 19 anos e se levar o PSG ao primeiro título europeu, pode garantir a sonhada Bola de Ouro.
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