A história do rock inglês está estrutural e comercialmente ligada ao mercado americano, na popularização mundial a partir das travessias iniciadas nos anos sessenta por Beatles, Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin e outras tantas.
Mas nenhuma banda britânica precisou tão literalmente do território dos EUA do que Fleetwood Mac, fundada em 1967 por Peter Green e que em 1974 partiu sem ele sobre o Atlântico para galgar a glória na terra de Elvis Presley.
A carreira firmada nos EUA fez da banda uma das mais importantes da música pop, com mais de cem milhões de discos vendidos e ainda em vigor sem sentir o peso dos mais de cinquenta anos de estrada, como os Rolling Stones.
Quando minha trupe chegou à maioridade, em 1977, o quinteto com Mick Fleetwood (bateria), Lindsey Buckingham (guitarra), John McVie (baixo), Christine McVie (teclado e vocal) e Stevie Nicks (vocal) explodiu em Natal.
Não lembro de outro disco anterior que tenha feito tanto barulho em nossa vidinha de aldeia do que “Rumours”, o décimo primeiro da banda que saltou rápido para os píncaros da Billboard. A gente babava com a loirinha vocalista.
As muitas formações geraram cizânias, crises egocêntricas, divórcios internos, dependência química, um turbilhão de problemas, mas a banda atravessou o tempo e manteve o pique e a fama de uma das maiores de sempre.
Vinte anos após aquele álbum (aliás, o hit “The Chain” foi tema da recente novela Sétimo Guardião, da Globo), em 1997, a garota americana Taylor Jenkins, aos 13 anos, apaixonou-se pelas canções do Fleetwood Mac.
Ela cresceu, se tornou uma renomada escritora (no Brasil vendeu bem o livro “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo”), e seguiu ouvindo os antigos sucessos da banda e lendo tudo sobre a trajetória glamorosa e também controversa.
Seu novo romance, “Daisy Jones & The Six”, está provocando inquietação e curiosidade nos leitores. Muitos mergulham no Google e em velhas revistas de rock em busca de informações sobre a incrível banda protagonista do livro.
O título lá de cima não é meu, mas do The New York Times que rasgou elogios à obra e batizou-a de um grande romance do rock ‘n’ roll. A revista Publisher Weekly chamou de impressionante história de sexo, drogas e rock ‘n’ roll.
Numa narrativa original, crua e instigante, Taylor Jenkins Reid enfia o leitor numa máquina do tempo através da vida e obra de uma banda californiana fictícia no auge dos sonhos e loucuras das décadas de 1960 e 1970.
Ela não disfarça que o Fleetwood Mac é fonte de argumento e roteiro, o que estimula os fãs da velha banda a desconfiar, mas depois de checar se Daisy e os The Six existiram mesmo. Por sinal, o livro avisa que a protagonista é linda.
E pra que a gente, os garotos dos anos 70, sintam mais saudade da loirinha Stevie Nicks, a atriz Reese Witherspoon adquiriu parte dos direitos do livro e se juntou com a poderosa Amazon para produzir uma série com 13 episódios.
Entre janeiro e maio, o governo Bolsonaro liberou mais de R$ 600 milhões em emendas parlamentares. A esquerda denuncia como prática do velho “toma lá dá cá” para negociar a aprovação da Reforma da Previdência.
Emendas II
Uma navegada no portal Siga Brasil e veremos lá os números da gentileza do Planalto. Mas o partido mais aquinhoado não foi o do presidente e sim o PT, com seus deputados acumulando R$ 69 milhões, dez por cento do bolo.
Emendas III
O segundo partido que mais ganhou emendas na xepa da reforma foi o PP, o maior do “centrão”, com R$ 51 milhões. Individualmente, o parlamentar campeão de emendas foi o paraense Edmilson Rodrigues, do PSOL.
Drogas
César Augusto Batista dos Santos, ex-marido da deputada Maria do Rosário, foi preso com cocaína e pedras de crack. Ciro Saboya, filho do ex-ministro Ciro Gomes, foi preso portando maconha. A militância não verá nada demais nisso.
Lula livre
O grupo parlamentar que estuda o pacote anticrime e anticorrupção de Sergio Moro decidiu semana passada, sem alarde midiático, que a prisão após condenação em segunda instância será decidida em emenda à Constituição.
Menos, gente
Na Europa, o velho FHC coloca Rodrigo Maia como uma ilha de equilíbrio num mar de insensatez (noutras palavras, claro). E a colunista Eliane Cantanhêde foi mais longe, comparando o presidente da Câmara a Ulysses Guimarães.
Academia
O promotor e poeta Jarbas Martins se manifestou publicamente no Facebook sobre a vaga aberta na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras com a morte de Lenine Pinto. Seu voto é para a escritora Maria Emília Wanderley.
Destampando
Novo besteirol desses tempos malucos, vídeos com pessoas tirando a tampa de garrafas com partes do corpo que não sejam as mãos se espalham nas redes sociais. Tudo começou com a adolescente russa Kate Bublikova.