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Romário: “Tenho um carinho grande por Natal”

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Considerado um dos melhores jogadores da história do futebol mundial, superado apenas por Pelé em número de gols marcados, Romário de Souza Faria continua fazendo sucesso mesmo com seus 43 anos de idade. De volta ao futebol agora como dirigente do América do Rio de Janeiro, o “Baixinho” deve dar um presente à torcida do América de Natal jogando, em Natal, num amistoso entre os clubes, no dia 24 de fevereiro de 2010, no estádio Machadão.

A partida também vai marcar a despedida de outro grande ídolo do futebol brasileiro. O craque Souza recebeu o convite do próprio Romário, em sua passagem por Natal, durante o Carnatal e aceitou a proposta. Esse grande jogo, que será realizado provavelmente sem a cobrança de ingressos e apenas através de doações de alimentos, também terá outra atração que deverá entrar para a história do América de Natal. A convite do empresário Jarbas Filho, reconhecidamente americano, e responsável pela organização do jogo, Romário vai jogar 45 minutos com a camisa da equipe potiguar, repetindo o feito de Garrincha, que vestiu a camisa do Alecrim em um amistoso no estádio Juvenal Lamartine. “Esse momento mostra dois pontos dele: o valor que dá a família, uma vez que mesmo com o pai dele no céu ele ainda cumpriu a promessa. Segundo o lado cidadão, que é vir a Natal jogando apenas por doações de alimentos para pessoas carentes. Isso é tudo ao contrário do que se imagina de uma celebridade”, comentou Jarbas Filho. Em sua passagem por Natal, que durou cinco dias, Romário falou com exclusividade para a Tribuna do Norte sobre família, relação com Natal e sobre o duelo dos Américas, no qual o Alvirrubro local tenta vencer o carioca pela primeira vez. Nos dois únicos confrontos entre as equipes, em 1974 e 75, ambos em Natal, a equipe do Rio de Janeiro levou a melhor com duas vitórias: 3 a 1 e 4 a 1. Segue a entrevista:
Essa coisa de dirigente, esse nome não fica nem muito bem comigo, muito menos cartola, diz Romário
Você já tem uma grande relação com Natal e sempre vem à cidade. Como é estar de volta em 2010 para fazer o duelo dos Américas?
Primeiro dizer que para mim é muito legal. É sempre muito bom estar aqui em Natal, é a terceira ou quarta vez que eu venho a Natal, dessa vez não fiquei nem tanto tempo quanto estou acostumado a ficar. Na última vez, por exemplo, eu fiquei por aqui 10 a 15 dias, dessa vez só fiquei cinco e cada vez que eu venho as pessoas tem mais carinho, me respeitam mais e por isso, com certeza, tenho um carinho muito especial por Natal.

E em relação ao jogo?
Eu acho que tem muito a ver esse jogo. O América do Rio, que é o time do meu pai, meu time de coração, time que eu aprendi a gostar de futebol. É um time que tem 105 anos e ano passado caiu para a segunda divisão do futebol carioca e, eu entrei lá levando a comissão técnica, diretoria, alguns jogadores e a gente teve a felicidade de colocar o América de novo na elite do futebol carioca no ano que vem. Além disso, o América daqui de Natal, por ter se mantido na Série B do Brasileiro, torna o evento muito bonito tanto para as pessoas daqui como para os cariocas também que são americanos.

Essa também será uma oportunidade para a despedida do Souza do futebol ?
Com certeza isso vai ser uma grande honra para o América do Rio e também para o América daqui, ter a oportunidade de fazer a despedida de um dos jogadores mais carismáticos do futebol brasileiro, do Rio Grande do Norte, em especial aqui de Natal, por ter jogado no América daqui. De antemão o convite está feito e será mais um grande atrativo e com certeza, a presença de um jogador como o Souza, numa festa dessas, só traz muita alegria e engrandece bastante o evento.

Na época de Garrincha ele teve a oportunidade de jogar em Natal e vestir a camisa do Alecrim. Há a possibilidade de você vestir a camisa do América de Natal?
Claro que sim. A gente vai conversar sobre isso. Eu vou sentar com o presidente do América para discutir o assunto, logo que termine as eleições  e for decidido o presidente ou eu virei aqui, ou ele ao Rio de Janeiro e para mim não teria nenhum tipo de problema jogar um tempo no América de lá, outro no América de cá, afinal todos dois são Américas, da mesma cor e o que vale é a gente fazer um grande espetáculo, um grande jogo e uma grande festa.

Agora você é dirigente. Como está sendo essa experiência?
Na verdade, essa coisa de dirigente, esse nome não fica nem muito bem comigo (risos), muito menos cartola. Eu entrei lá no América como amigo do América , uma experiência nova, fiquei lá cinco meses e junto com a galera que eu levei lá a gente conseguiu os dois maiores objetivos desse ano, que era classificar o América e ser campeão. Gostei bastante do que fiz, tanto é que a partir de agora ser dirigente é minha profissão. É uma coisa que eu gostei. É 100% diferente de estar lá dentro de campo, a responsabilidade é diferente. Como jogador no caso da minha época era chegar, treinar , jogar, vestir a roupa e ir para casa. Hoje, do lado de cá, é totalmente diferente e por eu estar ocupando esse cargo no América hoje e ter essa boa relação com as pessoas aqui de Natal, através do Jarbas Filho e do Aluízio Neto, que são dois amigos, a gente tem a oportunidade de fazer essa festa, vai ser muito legal.

E com relação a ter jogado pelo América na final da segundona do Rio?
Tive a oportunidade e o prazer de vestir a camisa do América 25 minutos num jogo oficial, onde eu tinha feito essa promessa ao meu pai 20 anos atrás e graças a Deus consegui e o mais importante, consegui no momento de um jogo onde o América foi campeão depois de 27 anos. Então, a alegria foi dobrada, por isso fiquei muito feliz, os americanos estão muito felizes e a gente espera que no próximo ano a gente tenha a oportunidade de formar um grande time em 2010 e brigar lá em cima com os quatro grandes do Rio de Janeiro.

Ou seja, o time que vem jogar o amistoso em Natal terá mais uma vez a cara do Romário?
Na verdade o time que disputou a segunda divisão já era o meu time já que a gente chegou e o clube só tinha 9 jogadores profissionais e a gente teve que fazer o que a gente chama lá de peneira, uma seleção dos jogadores e depois no finalzinho colocou os jogadores experientes e conseguiu fazer um grupo forte. É claro que com a ajuda da Unimed, nosso patrocinador principal que vai continuar com a gente para 2010 e a gente espera que com isso e com outras ajudas financeiras, dependendo da própria Globo que dá um valor para todos os times da primeira divisão isso é um aporte importante e acredito que vamos fazer um grupo tecnicamente de bom nível.

Então será um time forte?
Com certeza que sim. Entramos de férias dia 28 do mês passado e estaremos nos reapresentando dia 21 e não deu nem praticamente um mês. Já os outros times pequenos, tirando os quatro grandes já tinham parado e já começaram os trabalhos há mais ou menos dois meses e a gente sabe que esse pouco tempo de trabalho é uma coisa muito prejudicial, mas com todas essas dificuldades a gente vai tentar montar um grupo forte.

Você como dirigente teria paciência de contratar um “Romário”?
Eu jogo futebol mais ou menos há uns 27 anos, então eu aprendi essas coisas e sei que as pessoas são diferentes. Para mim como hoje sou uma espécie de manager do América, responsável pelo futebol, o que vale é o que o cara faz dentro das quatro linhas. Ou seja, na hora dos treinamentos e na hora dos jogos. É claro que nenhum drogado vai jogar no meu time, nenhum marginal, mas cada um tem a sua personalidade e cada um tem sua maneira de viver. A partir do momento que ele chega no clube e honre com aquilo que ele assinou, combinou não só comigo, mas com o América ele vai ter a vida dele e eu vou respeitar isso.

Muitos ex-jogadores recebem convites para comentar futebol. Em ano de Copa então isso é uma tradição. Você aceitaria, ou vai ver a Copa de longe?
Nesse período sempre aparecem convites principalmente para a galera que já foi campeão mundial. Para mim já apareceu em outras copas, mas eu estava jogando e acredito que apareça de novo. É difícil te responder agora, pois minha cabeça está voltada para fazer do América um grande time como foi.

No duelo dos Américas o que você espera?
Gostaria de convidar a todos do Nordeste para se possível comparecer nesse jogo em fevereiro com os atrativos dos Américas e da despedida do Souza em campo comigo e espero chegar aqui ver esse estádio cheio, ambos os lados americanos. Vamos fazer uma grande festa.

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