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Romildo Rolim, do BNB: “O RN tem resultados expressivos

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Ricardo Araújo
Editor de Economia

Comemorando um lucro líquido de R$ 1,73 bilhão em 2019, correspondente a crescimento de 135,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e evolução de 93,3% no resultado operacional, alcançando R$ 2,44 bilhões, o Banco do Nordeste vislumbra um 2020 de resultados ainda mais expressivos. No ano passado, foram 5,3 milhões de operações de crédito, que cresceram 6,5% em comparação com 2018, no valor global de R$ 42,16 bilhões investidos na economia regional.

Presidente do Banco do Nordeste, Romildo Carneiro Rolim

No Rio Grande do Norte, puxado pelo avanço dos parques eólicos e fotovoltaicos, a instituição bancária aplicou R$ 4,99 bilhões distribuídos em 282,8 mil operações, registrando evolução de 6,4% em termos de quantidade e de 34% em valores, em relação ao exercício anterior. Com recursos do FNE, o Estado alcançou R$ 4,32 bilhões em 32,4 mil contratações. Para este ano, as expectativas são ainda melhores. Na entrevista a seguir, o presidente do BNB, Romildo Carneiro Rolim, detalha o balanço 2019 e as perspectivas para este ano. Leia a seguir.

O Banco do Nordeste bateu mais um recorde em aplicações ao longo de 2019. A que se deve esse feito e quais áreas lideraram esse recorde?
O Banco do Nordeste investiu R$ 42,16 bilhões na economia regional, em 2019. Esse valor corresponde a 5,3 milhões de operações distribuídas nos 1.990 municípios de nossa área de atuação, que engloba os nove estados da região Nordeste, o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. No Rio Grande do Norte, o BNB aplicou R$ 4,99 bilhões, distribuídos em 282,8 mil operações, no ano de 2019. Isso representa uma evolução de 6,4% em termos de quantidade e de 34% em valores, em relação ao exercício anterior. Com recursos do FNE, o Estado alcançou R$ 4,32 bilhões em 32,4 mil contratações. Em termos de quantidade de contratações, no geral, o Banco contabilizou um crescimento de 6,5% em relação ao ano passado, expressando a capacidade do Banco de levar crédito ao maior número de empreendedores, o que traduz forte impacto social amparado nas políticas públicas do Governo Federal. Atribuímos este feito a um trabalho coletivo e focado de todo corpo funcional, que tem como diretriz estratégica “Fazer o FNE cada vez melhor”. Para nós, isso significa aplicar os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) com a máxima eficiência seguindo todas as regras de compliance. Aliado a este esforço, há também sinais de recuperação da economia regional, que contribuíram para que o empreendedor retome os investimentos em seus negócios. Assim, registramos, em 2019, mais de R$ 29,5 bilhões de aplicações com recursos oriundos do FNE. Outra diretriz interna de trabalho é “Avançar na liderança do microcrédito” e o resultado é a contratação de mais de R$ 13,1 bilhões para microempreendedores. Somente o programa urbano, o Crediamigo Banco do Nordeste, desembolsou R$ 10,6 bilhões. Os números de aplicações refletem, antes de tudo, o compromisso da instituição em implementar políticas e programas voltados para a promoção do desenvolvimento e o empreendedorismo de nossa área de atuação. É isso que impacta diretamente na vida das pessoas, na medida em que o crédito fortalece as empresas, cria empregos e gera renda.
 
Com base no volume financiado em 2019, quais são as perspectivas para este ano? O senhor acredita num novo recorde, qual o percentual de crescimento estimado?
Nossa perspectiva é sempre de crescimento. Para este ano, temos a perspectiva de investir R$ 29,3 bilhões de recursos do FNE e R$ 13 bilhões de nosso programa de microcrédito urbano, o Crediamigo. Vamos atender as demandas de crédito de todos os setores da economia de nossa área de atuação: comércio, serviços, indústria, agricultura familiar, agronegócio, financiamento estudantil e infraestrutura. As estratégias de negócios do Banco do Nordeste foram definidas a partir das principais tendências do macroambiente econômico, das indústrias financeira e bancária, das evoluções tecnológicas e das principais inovações dos segmentos de atuação do Banco.
 
Em relação ao Rio Grande do Norte, como o Estado tem se comportado em comparação aos demais atendidos pelo BNB? Qual a importância do RN para o Banco?
O Rio Grande do Norte destaca-se com obtenção de resultados expressivos e aplicação integral dos recursos do FNE disponíveis. Em 2019, aplicamos R$ 4,32 bilhões, somente com recursos do FNE. Para 2020, certamente teremos uma aplicação de recursos superior a esse montante. Historicamente, os resultados conquistados pelo BNB no Rio Grande do Norte são muito positivos e apontam para o perfil empreendedor do povo potiguar. É um Estado que dispõe de uma dinâmica econômica muito interessante e que tem se destacado, inclusive nacionalmente, por ser uma potência na produção de energia limpa. O Banco tem atuado fortemente no Estado nos diversos segmentos econômicos e alcançado os objetivos corporativos traçados ano após ano. Um desses segmentos é o de comércio e serviços, especialmente no âmbito das micro e pequenas empresas, reconhecido pela geração e manutenção da maior parte dos postos de trabalhos no país.
 
O financiamento para as energias renováveis tendem a crescer em 2020? Quanto o BNB deverá destinar ao setor?
 O BNB destinará aos financiamentos de Infraestrutura volume em torno de R$ 10 bilhões para toda a sua área de atuação. Neste setor, incluem-se os financiamentos às energias renováveis, saneamento e projetos de mobilidade urbana, dentre outros. Para o Rio Grande do Norte, prevê-se, inicialmente, somente para o setor de infraestrutura, em torno de R$ 1,3 bilhão.
 
Quais setores, além das renováveis, deverão se destacar no RN ao longo de 2020 em relação aos pedidos de financiamento junto ao BNB?
Energia eólica e fotovoltaica devem se destacar ao longo do ano, conforme o potencial que identificamos. As micro e pequenas empresas devem, mais uma vez, contribuir para o amplo  grau de pulverização do nosso crédito, especialmente nos setores de comércio e serviços. Em 2019, somamos R$ 300 milhões, só com recursos do FNE em investimentos em MPEs. No tocante aos negócios de maior porte, estimamos fortes investimentos nas áreas de mineração, fruticultura e turismo. A agropecuária é outro segmento que vem em uma curva ascendente de desenvolvimento, com destaque para mandiocultura e aquicultura. A bovinocultura de leite, com a produção de queijos, e a avicultura, com a criação de galinha caipira, são exemplos que têm se apresentado bons resultados nesse cenário. Nesse ponto, é importante destacar o papel do BNB enquanto um grande apoiador da agropecuária nordestina, incentivando a adoção de modelos de produção cada vez mais eficientes e responsáveis do ponto de vista social e ambiental.
 
O Banco reconhece, todos os anos, as empresas que mais se destacam em empreendedorismo, inovação. Qual a importância desse reconhecimento e o que muda nas empresas premiadas?
A importância desse reconhecimento está justamente no incentivo às empresas a investirem no crescimento de seu negócio, fortalecendo a sua competitividade e inovando em seus processos produtivos. Este é o objetivo do Banco ao acreditar nesses empreendimentos: incentivar nossos clientes a investirem no crescimento de suas empresas, gerando assim mais empregos e elevando a renda. É estratégia do Banco do Nordeste estimular a cultura de inovação entre empresas dos mais diversos segmentos da economia nordestina. Sem inovação capaz de conferir competitividade às empresas da Região, torna-se mais complexo inserir-se nos mercados altamente globalizados. Por acreditar nisso, é que o Banco do Nordeste criou o Hub de Inovação, implantando o primeiro núcleo em Fortaleza, em 2016, e o segundo, em Salvador, em 2018. Recentemente, inauguramos a terceira unidade em Recife, expandindo ainda mais o raio de influência desse fluxo de troca de experiências no Nordeste. Ademais, o Governo Federal, por meio do Banco do Nordeste e do Ministério do Desenvolvimento Regional, criou uma nova linha de crédito voltada para as startups. Serão quase R$ 3 milhões, oriundos do FNE, destinados a projetos inovadores em toda região Nordeste e norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Cada startup poderá financiar até R$ 200 mil. Podem acessar o financiamento micro e pequenas que se encaixem na categoria startup. São operações de crédito que facilitam aquisições de bens, despesas administrativas e capital de giro.
 
O acesso ao crédito está mais fácil e menos caro no Brasil? Como é possível comprovar isso?

Existe um movimento realizado pelo Copom, do Banco Central, de redução da taxa básica de juros, a Selic. O crédito acompanha esse contexto e também fica mais barato. No Banco do Nordeste, as taxas de juros para crédito comercial foram reduzidas este mês de fevereiro. Dentre os produtos com a redução dos encargos financeiros, destacamos a Conta Empresarial e a Conta Empresarial MPE, produto semelhante a um cheque especial, com taxas mais baixas do que as praticadas no mercado, e o Giro Especial, destinado a financiar o capital de giro de empresas de forma customizada a seus fluxos de caixa. É importante ressaltar que a efetividade do crédito concedido pelo Banco aos empreendedores dos nove Estados da região Nordeste e do norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo está expressa, principalmente, em dois fatores bastante sólidos. O primeiro é que as aplicações realizadas com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) permitem estimar uma contribuição capaz de gerar ou manter 1,6 milhão de empregos. Estamos falando de ocupações que não representam o saldo no final do ano, mas, sim, a entrada de novos trabalhadores, formais e informais, ou a manutenção do trabalhador em decorrência da contratação dos financiamentos. Já os programas de microfinança criados pelo Banco, o Crediamigo, para o empreendedor urbano, e o Agroamigo, para o empreendedor rural, cumprem papel crucial na dinâmica de fazer crédito efetivo. Só em 2019, foram contratados por meio desses programas R$ 13,1 bilhões, correspondendo a mais de 5 milhões de operações. São instrumentos de uma política pública de êxito, desenvolvida com grande apoio do Governo Federal e que hoje serve de exemplo para o país todo.
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