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Ronda Escolar: elogiada, mas sem estrutura

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Criada há quatros anos pela Polícia Militar, a Ronda Escolar é elogiada pelas escolas. Os policiais visitam as instalações e os terrenos,  estudam áreas que podem ser usadas para prática de atos ilegais, conversam com diretores e professores. Apesar disso, a companhia enfrenta a falta de estrutura. Desde a fundação, o efetivo aumentou, mas o número de viaturas caiu. Materiais básicos são cedidos, muitas vezes, pela própria Secretaria Estadual de Educação, para evitar que o serviço seja interrompido.
Escolas públicas da rede estadual em Natal não possuem estrutura de segurança devida. Alunos, professores e funcionários relatam que o medo da violência faz parte da rotina
O diretor Jeferson da Costa Macedo, da Escola Estadual Edgar Barbosa, conta que a escola é visitada quinzenalmente pelos policiais. “A presença deles acaba intimidando quem queira praticar algo ilícito”, explica. Os gestores contam com o número direto dos policiais da área onde é localizada a escola. A diretora do Floca também elogia o trabalho. De acordo com ela, as brigas de gangs, que causam pavor na porta das unidades de ensinos anos atrás praticamente acabaram.

Apesar disso, o trabalho ainda está longe da expectativa lançada  em 2010.  São seis viaturas para cobrir todas as escolas da capital. As visitas acabam ocorrendo quinzenalmente ou num espaço de tempo maior. De acordo com a escola Jean Mermoz, no Bom Pastor, lá a polícia aparece apenas quando é chamada.
#SAIBAMAIS#
O serviço também não alcançou todas as cidades onde ocorre o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd). Atualmente, apenas Natal, Parnamirim e Currais Novos têm policiais da ronda. A pretensão é de que o serviço se expanda para Caicó, porém a estrutura é pequena. “O policial vai até a escola, conversa com os gestores; não é apenas uma patrulha ao redor do prédio. São avaliados os pontos que podem ser usados para atos ilícitos e isso é repassado para a escola. Há uma aproximação entre a polícia e a comunidade escolar e uma confiança”, diz o comandante major Arthur Emílio.

Números:

Natal
6 viaturas
70 policiais

Parnamirim
2 viaturas
12 policiais

Currais Novos
1 viatura
10 policiais

A Ronda funciona de segunda a sexta-feira e aos sábados, quando há grandes eventos escolares.

Mortes em 2013

O Rio Grande do Norte registrou pelo menos cinco crimes como homicídio ou  tentativa de assassinato, durante o ano passado. Os casos ocorreram dentro ou nos arredores das unidades, e envolveram alunos e até professores

07 de outubro
Andressa Caroline Fontes, 16 anos, foi morta dentro da Escola Municipal 4 de Outubro, em José da Penha, município da região Oeste, a 415 quilômetros de Natal. O suspeito, José Marcos Alves, de 33 anos, cometeu suicídio após o crime.

20 de agosto
Estudante Yuran Clisma da Costa dos Santos, 14 anos, foi alvejado com três disparos de arma de fogo quando chegava para a aula na Escola Estadual Professor Josino Macedo, no conjunto Panatis, zona Norte de Natal. O adolescente foi socorrido, mas faleceu devido ao tiro que sofreu no tórax. Yuran era do 6º ano B matutino. O suspeito, um homem sem camisa, atirou várias vezes e fugiu de bicicleta

16 de agosto
Uma estudante de 15 anos sacou uma arma de fogo e ameaçou a professora de matemática Norma Suely, de 51 anos. O caso ocorreu na Escola Estadual Belém Câmara, em bairro de Cidade da Esperança. A aluna foi impedida de atirar por um guarda patrimonial. Ela acabou disparando acidentalmente contra o próprio pé, durante a confusão. À Polícia Civil, a aluna disse que estava arrependida do que fez

12 de junho
Ytaelson Costa da Paz, 17 anos, foi morto a tiros na porta da Escola Estadual Auta de Souza, em Macaíba, onde estudava. Um adolescente de 14 anos que frequentava a mesma sala dele, admitiu a autoria do crime à polícia. A motivação seria uma briga que havia acontecido entre os dois, cerca de seis meses antes.

21 de maio
o estudante Josimar Arruda de Souza, 20 anos, foi morto  dentro da sala de aula da Escola Estadual Professora Josélia de Souza Silva, no município de Porto do Mangue, a 235 quilômetros de Natal. Ele foi esfaqueado por um adolescente de 16 anos e morreu em uma unidade de saúde. O suspeito foi apreendido. A motivação teria sido uma rixa.

Jean Mermoz
Um porteiro para dois portões. Apesar de contar com vários projetos, a Escola Estadual Jean Mermoz não tem segurança contra invasões. Alunos relatam brigas e não há visitas constantes da Ronda Escolar. “Eles vêm quando a gente liga”, diz o vice-diretor da instituição, Antônio Lisboa Fernandes  

Floca
Um professor foi assaltado dentro da escola na última semana. A professora Roseane Pereira afirma que tem medo de trabalhar. Ela já teve carro arrombado e carteira furtada dentro da sala de aula. Direção afirma que violência diminuiu, mas teme pelo patrimônio e pelos alunos. Desde o fim da Guarda Patrimonial, não há segurança na escola.

Edgar Barbosa
Na escola Edgar Barbosa, porteiro só na entrada para os corredores de aula. A reportagem entrou no prédio, sem ser questionada por ninguém, até chegar à direção. Pessoas alheias à comunidade escolar ficam no estacionamento, com portões abertos, entre os alunos. Apesar de segurança eletrônica e armada, a unidade já foi vítima de arrombamento este ano. No ginásio, pichações são
os sinais de depredação. O diretor suspeita do consumo de drogas.

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