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Rotatividade de treinadores virou prática no futebol potiguar

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ROTATIVIDADE - Carlos Rabelo não chegou nem a esquentar o lugar no América

Everaldo Lopes – Repórter e Pesquisador

Dez treinadores de futebol num espaço de um ano pode até não ser um recorde mundial, mas não deixa de ser um exagero, com evidente prejuízo técnico e financeiro para qualquer clube que mantenha futebol  profissionalizado. No Rio Grande do Norte esse “fenômeno” não é mais novidade, embora não seja praxe em todas as temporadas. O maior exemplo das duas extremidades está no próprio ABC FC, que já chegou a trocar sua direção técnica 10  vezes em pouco mais de um ano, mas também contou com um único treinador – Ferdinando Teixeira, durante quase dois anos (542 dias) a ponto de dar um bicampeonato estadual à agremiação alvinegra em 2007/08.

Nesse ponto, o ABC já deu, num passado bem distante, exemplo de longevidade: foi na época do dirigente Vicente Farache. Embora sem dados rigorosamente corretos, em  virtude da imprensa esportiva natalense ser ainda bastante amadora, dificilmente citava o  treinador no registro sobre a ficha técnica do jogo. Normalmente, preferia utilizar o nome de diretor técnico, omitindo o nome desse dirigente. Mas, velhos torcedores ajudaram a corrigir essa omissão. É indiscutível que Vicente Farache, pelo menos durante 15 a 17 anos ocupou a função de diretor técnico e treinador do ABC.

Enquanto o rival América preferia uma política mais liberal, às vezes adotando o dublé de jogador e treinador, este geralmente vindo do futebol pernambucano, o ABC nem cogitava contratar substituto para Farache. E, assim, ele foi se eternizando no cargo, até passar adiante quando a velhice estava chegando. Antes de assumir a direção do futebol, Farache foi ponta direita até os 27 anos de idade, a essa altura já formado em Direito.

Acredita-se que o hábito de trocar treinador após o menor insucesso do titular vem desde quando as torcidas começaram a exigir  resultados e títulos, principalmente a “frasqueira”. Com a chegada do estádio de Lagoa Nova, ampliando em muito a presença de público, já não era mais um apelo do torcedor, mas uma exigência. A torcida americana também começou a ficar “mal acostumada”, e daí surgiram os vários títulos seguidos nas décadas de 70 e 80. Foram os anos de Sebastião Leônidas, Laerte Dória, Caiçara, Erandyr, entre outros, enquanto o ABC contava com Wallace Costa, Danilo Alvim, Valdemar Carabina, Erandyr, Caiçara (estes dois últimos atuaram nos dois clubes), João Avelino, Sérgio Lopes, Baltazar (campeão pelos dois clubes), Ferdinando (idem) Danilo Menezes (em 95), entre outros.

Porém, vieram os meses entre 92/93 quando o ABC teve 10 treinadores, começando com Mauro Fernandes, seguindo-se Givanildo Oliveira, Nereu Pinheiro, Eloy Simplício (interino) Natal Boroni (ex ponta do Cruzeiro/MG),  Maurício Simões,  Baltazar Germano, Hélcio Xavier, Servílio de Jesus e Mário Marques (interino). Já bem mais próximo dos dias atuais, o América entrou na dança acumulando muitos num curto espaço de tempo. O torcedor deve estar lembrado dos nomes de Heriberto da Cunha, Estêvam Soares, Lori Sandri, Marcelo Veiga, Paulo Moroni, Carlos Rabelo, Luiz Carlos Ferreira, Carlos Moura e agora Ruy Scarpino, este próximo a completar seis meses no clube). Fosse nos anos 30/40, a troca talvez não tivesse passado de dois treinadores. Afinal, não havia torcidas organizadas fazendo pressão sobre os cartolas …

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