Na tarde do dia 20 de maio de 2020, Gustavo Fontenele soube que o seu ano teria dois meses a mais. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) havia acabado de anunciar o adiamento das provas do Enem de novembro para janeiro, e o primeiro pensamento do estudante foi: “Terei mais tempo para estudar”. Teve. Mas, na última semana de preparação, na quinta-feira, (14) confessou: “Preferiria que tivesse sido antes”. O cansaço chegou – para Gustavo e para a maioria dos estudantes que se dedicaram horas para o exame deste domingo.
Não foi fácil manter uma rotina de estudos no início da pandemia. O estudante se distraía com facilidade nas aulas remotas e tinha dificuldade de fazer a mente entender que a casa, agora, era um ambiente de estudos. Aos poucos, conseguiu se adaptar e ganhar confiança para a prova. Em setembro, as aulas presenciais da escola onde estuda voltaram e a situação pareceu mais dentro do normal.
Carlos André concorda com a psicóloga e afirma, com a ressalva de que “é triste dizer isso”, que o Enem deste ano deve ser “o exame mais fácil para os alunos que se preparam até agora em janeiro e chegam sem estarem esgotados mentalmente”. “A gente tem várias situações de alunos no Enem deste ano, que variam de acordo com a escola, com a situação da família, com a situação financeira. Vai ser um exame atípico, isso eu não tenho dúvidas”, disse.
Nos simulados do Over, os alunos treinaram a realização da prova do Enem com todas as adaptações anunciadas pelo Inep: uso obrigatório de máscara, distanciamento social, salas sem ar-condicionado. Ao todo, foram 30 provas para os estudantes. “Para mim, é mais uma prova que estou acostumado a fazer. Os simulados me ajudaram muito a me sentir adaptado, a ter que usar a máscara o tempo inteiro”, declarou Gustavo. Além dos simulados, essa é a terceira vez que ele vai prestar o Enem, aos 17 anos – com a prova em si, diz, já está familiarizado. Neste ano, ele também prestou o vestibular da Universidade de Campinas, em São Paulo, com os mesmos protocolos. “O mais importante agora é me manter tranquilo”, disse.
“O adiamento estourou muitos alunos de cansaço pela rotina de estudos e outros acabaram se prejudicando porque pararam de estudar em dezembro e ficaram sem uma preparação nesta reta final”, avaliou o diretor do Over Colégio e Curso, Carlos André. O diretor se referiu aos alunos de maneira geral e destacou que o colégio que dirige tentou trabalhar a saúde mental para não esgotar os alunos antes da prova. “Na última semana apenas revisamos conteúdos, poupamos a energia do aluno para ele chegar pronto na prova”, disse.
Créditos: Adriano Abreu
Gustavo Fontenele diz que cansaço chegou, mas quer se sair bem

Estudante do Over, Gustavo conta que, apesar do cansaço, está empolgado e disposto – ou melhor, como ele disse, “está no gás” – para a prova deste domingo. Desde o início da sua rotina de estudos, que inclui aula das 7h às 12h20 e estudo individual das 14h às 20h, ele consegue controlar o cansaço mental com a prática de exercício físico diariamente. Nas últimas semanas, diminuiu a carga de estudos para tentar relaxar. O objetivo é se sair bem o suficiente para ser aprovado no curso de Medicina.
Não foi fácil manter uma rotina de estudos no início da pandemia. O estudante se distraía com facilidade nas aulas remotas e tinha dificuldade de fazer a mente entender que a casa, agora, era um ambiente de estudos. Aos poucos, conseguiu se adaptar e ganhar confiança para a prova. Em setembro, as aulas presenciais da escola onde estuda voltaram e a situação pareceu mais dentro do normal.
Assim como no Over, as últimas semanas de preparação no CEI Romualdo focaram em evitar o esgotamento mental dos alunos. A psicóloga Amanda Palácio relata que a rotina dos alunos inclui aulas e atividades lúdicas, como oficinas de dança e tie-dye, como forma de reduzir o estresse. “Cada vez mais a saúde mental está em evidência, e neste último ano mais do que nunca. Assim como os conteúdos são importantes, a saúde mental também é. Esse Enem talvez seja um divisor de águas: vai ficar evidente que o aluno que chegar bem emocionalmente na prova, depois de enfrentar tudo que enfrentou, vai estar muito mais na frente do que em relação a outros”, declarou.
Créditos: Adriano Abreu
Psicóloga Amanda Palácio relata que a rotina dos alunos inclui aulas e atividades lúdicas, como forma de reduzir o estresse

Carlos André concorda com a psicóloga e afirma, com a ressalva de que “é triste dizer isso”, que o Enem deste ano deve ser “o exame mais fácil para os alunos que se preparam até agora em janeiro e chegam sem estarem esgotados mentalmente”. “A gente tem várias situações de alunos no Enem deste ano, que variam de acordo com a escola, com a situação da família, com a situação financeira. Vai ser um exame atípico, isso eu não tenho dúvidas”, disse.
Nos simulados do Over, os alunos treinaram a realização da prova do Enem com todas as adaptações anunciadas pelo Inep: uso obrigatório de máscara, distanciamento social, salas sem ar-condicionado. Ao todo, foram 30 provas para os estudantes. “Para mim, é mais uma prova que estou acostumado a fazer. Os simulados me ajudaram muito a me sentir adaptado, a ter que usar a máscara o tempo inteiro”, declarou Gustavo. Além dos simulados, essa é a terceira vez que ele vai prestar o Enem, aos 17 anos – com a prova em si, diz, já está familiarizado. Neste ano, ele também prestou o vestibular da Universidade de Campinas, em São Paulo, com os mesmos protocolos. “O mais importante agora é me manter tranquilo”, disse.
Números do Enem 2020
Rio Grande do Norte tem mais de 129 mil inscritos
Datas do exame
Impressa: 17 e 24 de janeiro
Digital: 31 de janeiro e 7 de fevereiro
Enem 2020 - Mudanças causadas pela pandemia
Gerais
Os portões serão abertos às 11h30 (Horário de Brasília), 30 minutos antes do previsto nos editais.
O número de participantes em sala foi reduzido. A ocupação será de 50% da capacidade máxima de cada sala.
Os locais de prova serão higienizados antes de cada aplicação e organizados para garantir o distanciamento social adequado. As etapas de produção e distribuição de provas também observaram as regras para higienização de materiais.
Obrigatório o uso de máscaras de proteção facial durante toda a aplicação. O participante que não utilizar a máscara cobrindo totalmente o nariz e a boca, desde sua entrada até sua saída do local de provas, ou recusar-se, sem justificativa, a respeitar os protocolos de proteção contra a Covid-19, a qualquer momento, será eliminado do exame.
Só será permitida a retirada da máscara para alimentação ou ingestão de líquidos. O participante poderá levar mais de uma máscara para troca ao longo do dia.
A higienização das mãos com álcool em gel, próprio ou fornecido pelo Inep, será obrigatória antes da entrada na sala de provas. Recipientes de álcool ficarão disponíveis durante toda a aplicação.
A ida ao banheiro será permitida desde que seja respeitada a distância prevista nos protocolos.
Pessoas acometidas ou com sintomas de COVID-19 e outras doenças infectocontagiosas previstas nos editais não devem comparecer aos locais de prova no dia da aplicação. Nesses casos, a condição deverá ser comunicada e comprovada, por meio da Página do Participante, para que seja avaliada a possibilidade de reaplicação.
Grupo de risco
As pessoas consideradas de grupos de risco (idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias ou que afetam a imunidade), identificadas com base nas inscrições, terão ensalamento diferenciado.
A ocupação nessas salas será de até 25% da capacidade máxima. Além da redução de pessoas por ambiente, uma sala de até 12 pessoas será destinada aos participantes que, segundo critérios do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são mais vulneráveis à COVID-19.
Números
Brasil
5.687.397 inscritos devem realizar a prova impressa neste domingo (17)
96.086 inscritos devem realizar a prova digital no dia 31 de janeiro
16.289 candidatos têm 60 anos ou mais e são do grupo de risco do novo coronavírus
Rio Grande do Norte
129.101 inscritos devem realizar a prova impressa neste domingo (17)
2.126 inscritos devem realizar a prova digital no dia 31 de janeiro
379 candidatos têm 60 anos ou mais e são do grupo de risco do novo coronavírus
Impressa: 17 e 24 de janeiro
Digital: 31 de janeiro e 7 de fevereiro
Enem 2020 - Mudanças causadas pela pandemia
Gerais
Os portões serão abertos às 11h30 (Horário de Brasília), 30 minutos antes do previsto nos editais.
O número de participantes em sala foi reduzido. A ocupação será de 50% da capacidade máxima de cada sala.
Os locais de prova serão higienizados antes de cada aplicação e organizados para garantir o distanciamento social adequado. As etapas de produção e distribuição de provas também observaram as regras para higienização de materiais.
Obrigatório o uso de máscaras de proteção facial durante toda a aplicação. O participante que não utilizar a máscara cobrindo totalmente o nariz e a boca, desde sua entrada até sua saída do local de provas, ou recusar-se, sem justificativa, a respeitar os protocolos de proteção contra a Covid-19, a qualquer momento, será eliminado do exame.
Só será permitida a retirada da máscara para alimentação ou ingestão de líquidos. O participante poderá levar mais de uma máscara para troca ao longo do dia.
A higienização das mãos com álcool em gel, próprio ou fornecido pelo Inep, será obrigatória antes da entrada na sala de provas. Recipientes de álcool ficarão disponíveis durante toda a aplicação.
A ida ao banheiro será permitida desde que seja respeitada a distância prevista nos protocolos.
Pessoas acometidas ou com sintomas de COVID-19 e outras doenças infectocontagiosas previstas nos editais não devem comparecer aos locais de prova no dia da aplicação. Nesses casos, a condição deverá ser comunicada e comprovada, por meio da Página do Participante, para que seja avaliada a possibilidade de reaplicação.
Grupo de risco
As pessoas consideradas de grupos de risco (idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias ou que afetam a imunidade), identificadas com base nas inscrições, terão ensalamento diferenciado.
A ocupação nessas salas será de até 25% da capacidade máxima. Além da redução de pessoas por ambiente, uma sala de até 12 pessoas será destinada aos participantes que, segundo critérios do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são mais vulneráveis à COVID-19.
Números
Brasil
5.687.397 inscritos devem realizar a prova impressa neste domingo (17)
96.086 inscritos devem realizar a prova digital no dia 31 de janeiro
16.289 candidatos têm 60 anos ou mais e são do grupo de risco do novo coronavírus
Rio Grande do Norte
129.101 inscritos devem realizar a prova impressa neste domingo (17)
2.126 inscritos devem realizar a prova digital no dia 31 de janeiro
379 candidatos têm 60 anos ou mais e são do grupo de risco do novo coronavírus