São Paulo – Mais um dado estará disponível no rótulo dos alimentos brasileiros a partir de 1º de agosto: quanta gordura trans o produto industrializado carrega. A decisão integra um sistema de vigilância da qualidade dos alimentos que se fortalece no Brasil e em outros países, como Estados Unidos. A gordura trans é seu novo alvo.
As empresas têm até o dia 31 de julho para se adaptar às novas regras. Elas foram escritas com os órgãos de vigilância de saúde dos demais países do Mercosul, para facilitar o trânsito dos produtos. Em grandes quantidades, a gordura trans, ou ácido graxo transverso, é perigosa para a saúde, como demonstram pesquisas feitas nos últimos cinco anos. Ela aumenta o nível do colesterol ruim e diminui o do colesterol bom, piorando a situação de quem já tem propensão a doenças cardíacas.
Se para a saúde ela é perigosa, para a indústria alimentícia a gordura trans é básica. Ela permite que os alimentos sejam consumidos em temperatura ambiente e conserva o produto por mais tempo, além de deixar tudo mais crocante e apetitoso. Poucas empresas até agora acharam substitutos saudáveis que mantenham o sabor.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que a gordura trans não ultrapasse 1% do consumo calórico diário. A nova resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não exige que a tabela nutricional contenha essa informação, nem como comparativo para o consumidor.