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Roupas falam, cantam e traduzem o Minas Trend

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Augusto Bezerril*
Especial para o Viver

A semana de moda e salão de negócios fizeram jus, mais uma vez, ao “trend” impresso nome do evento. Flávio Rescoe, Presidente da Fiemg, repetiu, algumas vezes durante entrevista coletiva repetiu o “preview” que fazia parte do primeiro batismo do que hoje é conhecido como Minas Trend. A temporada de verão, sob direção artística de Ronaldo Fraga, dialoga com tendências contemporâneas e prevê alguns vetores de macrotendência.  A convergência entre moda, arte, sustentabilidade e pertencimento, se traçarmos um plano cartesiano, cruza com novos desejos do consumir e novos vetores de negócios. A noite de quinta-feira celebrou de modo indescritível o novo sentido proposto nos chamados “dias de sol de Minas Trend”. Zélia Duncan (usando vestido Ronaldo Fraga) e Jaques Morelembeum se apresentaram para convidados, na sala de desfile transformada em lugar de concerto,  com a Orquestra Sinfônica do Sesi Minas. Lindo e histórica para marcar uma semana de moda cuja trilha sonora  foi 100% nacional. Elba Ramalho cantou no desfile da grife Raquel de Queiroz. Jota Quest deu show no desfile de Jota Quest. A mineira Thais Borges encantou no desfile do Sindjoias. “Muito para afinar mais”, brinca Ronaldo Fraga. 

Para marcar uma semana de moda cuja trilha sonora  foi 100% nacional, Elba Ramalho cantou no desfile da grife Raquel de Queiroz, marca especializada em festa. O encerramento teve ‘Frevo Mulher’


Para marcar uma semana de moda cuja trilha sonora foi 100% nacional,
Elba Ramalho cantou no desfile da grife Raquel de Queiroz, marca
especializada em festa. O encerramento teve ‘Frevo Mulher’

Conhecida por flats “statement”, Anna Barroso trouxe ao Minas Trend todo poder da arte manual de redesenhar calçados a partir de intervenções de pintura e pedrarias.  “Não encontrava uma sapatilha que pudesse transitar em casamentos ou festas de gala. Por isso, busco inspiração naquilo que acho mais sofisticado”, diz Anna. Para o verão 2020, em meio às pedrarias, a inspiração são paisagismo e natureza, em especial as flores. Elas aparecem bordadas à mão sobre tule em mules e aplicadas em flats e rasteiras, dando vida ao handmade da marca. “Todos os modelos são 100% feitos à mão, e por isso muito atemporais”, disse a designer. Ao optar por produzir quimonos e kafans em seda, a grife brasiliense aposta, além do cross cultural, na sustentabilidade. A seda tem processo de produção de baixo impacto de agressão ao meio ambiente. Walter Rodrigues, palestrante do Minas Trend, revelou que a procedência do produto é um fator importante entre os consumidores. Antes ideia restrita à pequenas empresas, a informação sobre os materiais faz parte de gigantes como, por exemplo, Arezzo. O futuro do consumo segue, ao que parece, rumo à responsabilidade. Inteligência é estilo.

Zélia Dunan veste Ronaldo Fraga durante apresentação Os Clássicos Não Saem de Moda com Jaques Morelembau e Orquestra de Câmara do Sesi Minas


Zélia Dunan veste Ronaldo Fraga durante apresentação “Os Clássicos Não
Saem de Moda” com Jaques Morelembau e Orquestra de Câmara do Sesi Minas

Fernando Silva, diretor criativo da Unity Seven, usou paetês de PET, bolas de sedas com efeito de perola, tingimentos naturais para transpor o universo do Marrocos ao estilo da celebrada grife mineira. “A coleção partiu dos tons terrosos do deserto e tem, seja na linha resort ou noite, o sentido de leveza”, resume. Do ponto de vista tendência, estamos falando em metalizados, vestidos fluídos, macacão e kaftans. Eduardo Amarante, direto criativo da Skazi, revela que a coleção tem ilhoses, recortes e padrões do surf. Qual o destino? “Toda criação foi pensada em mar”, revela. Denise Valadares apostou nas décadas 70 e 80, com sentido de boho chic. No desfile de Patrícia Motta, inspirado nos elementos da natureza, as ondulações do babado (tendência internacional) ganharam verão de em couro. Na Arte Sacra, o babado (mais drapeados e plissados) tem o diáfano do crepe de seda e tule.

Estamparia da grife Libertees, criada por detentas, provam que roupa tem o o que falar


Estamparia da grife Libertees, criada
por detentas, provam que roupa tem o
“o que falar”

Tocante como toda edição do Minas Trend, a grife Libertees voltou à passarela. Idealizada pelas sócias Marcella Mafra e Dani Queiroga, a Libertees Brasil nasceu da vontade de mostrar o que há de belo dentro de uma penitenciária. Marcella conheceu o trabalho das detentas por meio de uma exposição da matéria de Artes da Escola Estadual Estevão Pinto, localizada dentro do presídio. Com isso, teve a iniciativa de criar a marca, que estreou no Minas Trend em 2017. “A gente utiliza a moda como meio de comunicação, o nosso objetivo é representar essas mulheres invisíveis e anônimas, que ninguém lembra. Acreditamos que com o Minas Trend fazemos isso. Por meio do evento, somos conhecidas em várias estados do Brasil e no exterior também. Então, acreditamos que alcançamos nosso objetivo”, comenta Marcella Mafra. A nossa roupa tem história para contar é o tema do verão da grife. O sol do Minas Trend reluz.

NÓS

O Rio Grande do Norte esteve presente através das grife Morena Canela, Palone Design (participou do desfile da Skazi)  Nathi Faria e SD por Sheila Morais (participou do desfile Denise Valadares). Os estilistas alagoanos se reuniram em torno do desfile Alagoas. Vale prestar atenção nos acessórios Endy Mesquita e moda praia da Aqua. O pernambucano Melk-Z-Da foi novidade no Salão de Negócio. Roupa de festa com DNA recifense de luxo. É o Nordeste dando recado.

Ateliê Endy Mesquita une mar e sertão de Alagoas


Ateliê Endy Mesquita une mar e sertão de Alagoas

*O jornalista viajou a convite do Minas Trend

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