O
governo do Estado de São
Paulo estima começar a vacinação contra o novo coronavírus ainda em janeiro de
2021. O início da imunização depende dos resultados de eficácia
do estudo clínico da fase 3 da Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac e produzida em parceria com o Instituto
Butantã, que são esperados até 15
de dezembro. Eles que apontarão
se o imunizante em testagem é eficiente e seguro contra a covid-19,
o que ainda não está comprovado. A liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é necessária para o início da
aplicação.
Créditos: Divulgação
Instituto Butantã e Sinovac estimam que terão 46 milhões de doses

O Estado recebeu 120 mil
doses do imunizante em novembro. Ontem, foi a vez de chegarem 600 litros da vacina a granel, cujos insumos serão utilizados para a produção de 1 milhão de doses pelo Butantã a
partir da próxima semana.
"Nós vamos iniciar a imunização dos brasileiros de São Paulo em janeiro. Não vamos aguardar março e nem vamos enterrar
mais brasileiros", disse o governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa no início da
tarde. Ele criticou o planejamento federal, que prevê o início da
vacinação em março.
Segundo José Medina, coordenador do Centro de Contingência contra a Covid-19, um dos
principais critérios deve ser a
idade. Ele destacou que a maioria dos óbitos no Estado são de
pacientes com mais de 50 anos.
O governador ainda voltou a
criticar as decisões do governo
federal e do presidente Jair Bolsonaro. "Surpreende essa indiferença, esse distanciamento",
declarou. "Por que iniciar em
março se podemos fazer no mês
de janeiro, como outros países
começam a fazer agora, no mês
de dezembro?"
O acordo entre o Estado, o Butantã e a Sinovac prevê 46 milhões de doses da vacina. A estimativa é que outras 6 milhões
cheguem ainda neste mês, enquanto o restante seja enviado até
a primeira quinzena de janeiro.
Ao ser retirado do avião, o lote
mais recente foi coberto por um
banner escrito "A vacina do Brasil". A Coronavac já foi chamada
por Bolsonaro de "vacina chinesa de João Doria" e é centro de
conflitos entre ele e o governador
de São Paulo.
Na coletiva, o diretor do Butantã, Dimas Covas disse que está em contato constante com o
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros.
"No meu entendimento, existe, conforme manifestado anteriormente pelo ministro da Saúde, o interesse sim do ministério em adquirir essas vacinas,
desde que disponíveis e registradas pela Anvisa." Em outubro,
após o Ministério da Saúde manifestar a intenção de adquirir 46
milhões de doses da Coronavac,
Bolsonaro declarou que a vacina
não seria comprada.
PROMOTORES
Um grupo de promotores do
Ministério Público de São Paulo
encaminhou manifestação ao
procurador-geral de Justiça do
Estado,Mário Sarrubbo,e ao Comitê
da Covid-19 da instituição
sugerindo a ‘análise da
possibilidade’de que a categoria
seja incluída em uma das ‘primeiras
etapas prioritárias’da vacinação
contra a Covid-19,‘dada a atividade
funcional da carreira’.
“Não é uma questão de egoísmo em
relação a outras carreiras,mas tendo
em vista notadamente os colegas do
primeiro grau,que trabalham com
audiências,atendimento ao público
e outras atividades em que o contato
social é extremamente grande e faz
parte do nosso dia a dia”,registra um
trecho do documento. Em diferentes
países, os planos de vacinação prevê
atendimento prioritário a idosos,
profissionais de saúde e integrantes
do grupo de risco da Covid-19.