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Safern acusa ABC de aliciar atletas

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O presidente do ABC, Judas Tadeu, permanece em completo silêncio em relação ao movimento grevista dos jogadores, que pararam suas atividades desde segunda-feira em protesto contra os três meses de atraso dos salários e quatro meses da falta de repasses dos direitos de imagem do grupo. O porta-voz da diretoria tem sido o vice-presidente de futebol, Leonardo Arruda, para quem neste momento seria hora de os jogadores preservarem a instituição ABC, mas por sua vez, aguardando um pronunciamento oficial do Alvinegro, o presidente do Sindica dos Atletas Profissionais de Futebol do RN (Safern), Felipe Augusto, acusa membros da diretoria do clube de trabalhar nos bastidores com a finalidade de quebrar a unidade do movimento grevista.

Presidente da Safern, Felipe Augusto, aguarda o final das 48 horas para definir novas medidas

Presidente da Safern, Felipe Augusto, aguarda o final das 48 horas para definir novas medidas

“A diretoria do ABC está agindo de maneira sorrateira tentando quebrar a unidade entre os atletas. Eles estão convocando alguns nomes para negociar, driblar a inadimplência e dividir o movimento. Lamento que isso esteja ocorrendo e considero lastimável a atitude de o clube tentar driblar os direitos sociais dos seus empregados. Esse é um claro sinal de que a situação irá se agravar”, afirmou Felipe Augusto.

A Safern já formalizou a denúncia contra o problema de atraso nos salários dos jogadores alvinegros  no Ministério Público do Trabalho, solicitando a necessidade de uma atuação urgente em favor de uma solução conjunta com as partes. O clube também já foi oficiado sobre a decisão tomada em assembleia-geral extraordinária e o prazo de 48 horas para apresentação de uma proposta visando resolver o impasse começou a contar na manhã de ontem.

Caso o clube não apresente nenhuma proposta, na sexta-feira haverá nova assembleia para definição da ação que o sindicato promete mover solicitando a rescisão coletiva de contratos, por falta de pagamento de salários.

No CT Alberi Ferreira, a única movimentação de atletas, são daqueles que moram na própria concentração do clube, casos de Djavan, Berguinho e Fessin. Os campos se encontram vazios e a ameaça de uma derrota por W.O na partida de sábado, contra o Londrina, é muito forte.

“A diretoria do ABC não vai conseguir dividir o movimento. Os jogadores estão unidos, ninguém irá se encontrar com dirigente de forma isolada. A única forma de resolver esse problema é o clube quitando o que deve ou apresentando um plano de pagamento sério. Não se pode chegar para o atleta, como foi feito lá em Caruaru, e dizer simplesmente que o dinheiro acabou. Eles trabalharam e precisam ser ressarcidos por isso”, ressalta Felipe Augusto.

Se os atletas mantiverem a greve e não comparecerem ao confronto diante do Londrina, o clube potiguar será declarado perdedor pelo placar de 3 a 0. Para constatar o WO, é necessária a presença do trio de arbitragem em campo, mais o adversário devidamente uniformizado, que vão aguardar a chegada da outra equipe por 30 minutos.

Além disso, o clube ainda vai a julgamento pelo Tribunal de Justiça Desportiva e pode ficar fora de outras competições organizadas pela CBF, que para o clube potiguar seria uma verdadeiro desastre.

“Se não houver um motivo relevante para um clube não comparecer a uma partida e o caso do ABC não é, o clube correrá um sério risco de punição. Mas acredito que será encontrada uma solução para esse problema de atraso de salário e que os atletas irão a campo no próximo sábado. Já há uma tentativa de negociação”, afirmou o presidente da Federação Norte-riograndense de Futebol, José Vanildo.

Caso sejam contabilizados duas derrotas por W.O o STJD irá julgar o clube potiguar baseado na denúncia por abandono de competição, cuja pena prevê suspensão de competições organizadas pela CBF por até dois anos.

Regulamento geral
Art. 56 – Nenhuma partida poderá ser disputada com menos de sete (7) atletas ou com a ausência de um dos clubes disputantes.
§ 1º – Na hipótese do não atendimento ao previsto no presente artigo, o árbitro aguardará até trinta (30) minutos após a hora marcada para o início da partida, findo os quais o clube regularmente presente será declarado vencedor pelo escore de três a zero (3 x 0), ou seja, por W.O.

Confirmado o W.O., o clube deverá ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e poderá ser punido com, no mínimo, dois anos de exclusão em competições oficiais. A pena poderá aumentar, se for o entendimento dos relatores de um eventual julgamento.

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