A safra de produtos de sequeiro na região do semi-árido do Rio Grande do Norte, este ano, deve superar em até 60% a produção registrada no ano passado, segundo a estimativa da superintendência regional da Cobab/RN com base nos dados do mês de maio. A regularidade das chuvas — considerado o melhor inverno dos últimos quatro anos no Estado — fez aumentar a perspectiva de safra do milho (60%) e de feijão (50%).
A Conab/RN avalia a situação climática das regiões em que há lavouras de arroz, algodão, feijão, milho, sorgo e mamona, onde o clima é praticamente inerente a todas essas culturas. Os bons resultados devem se consolidar, apesar da demora no início da estação chuvosa no Rio Grande do Norte, segundo analisam os técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento. As chuvas só começaram a partir da segunda quinzena de março. Como o agricultor plantou logo após as primeiras precipitações, em abril, garantiu a colheita.
“Na região Oeste e Médio Oeste do Estado (divisa com o Ceará), a safra está praticamente garantida, sem perspectiva de redução (quebra de safra)”, disse o gerente de Operações e Suporte Estratégico da Conab/RN, Luís Gonzaga Araújo e Costa.
A colheita de feijão macaçar já começou e a oferta fez cair em quase 50% o preço do produto em vários estabelecimentos comerciais da cidade de Mossoró, na região Oeste potiguar. O milho, segundo Luís Gonzaga, está garantido para as festividades juninas e parte do consumo animal no Rio Grande do Norte.
Os números devem sofrer alterações na próxima análise, com os dados coletados no mês de junho, mas a expectativa é que sejam mantidos os desempenhos positivos. O arroz em casca, segundo a última análise, terá um incremento de 16% nesta safra em relação à estimativa feita em igual período de 2005.
Os dados apresentados mensalmente pela Conab levam em conta as informações coletadas por instituições como o IBGE e Emater, sindicatos rurais, produtores e escritórios agrícolas para refletir a realidade do cenário regional. A estimativa de produção nacional de grãos, quando comparados com os dados da safra 2004/2005, é de um incremento de 5,6% no volume total. Ou seja, aproximadamente 6,5 milhões de toneladas na colheita 2005/2006.
O melhor desempenho deve ser do feijão, com incremento de 20,4% de uma safra para a outra, seguido pelo algodão em caroço (+21,7%) e o milho (18,6%).
