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Samu: 15 macas ficam retidas no HWG

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O recorrente problema da retenção de macas de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) persiste no complexo hospitalar que inclui o Pronto-Socorro Clóvis Sarinho e o Hospital Walfredo Gurgel. Na manhã de ontem, pelo menos 15 ambulâncias ficaram paradas simultaneamente porque as macas estavam sendo utilizadas enquanto os pacientes eram atendidos no local. O fato se estendeu pela tarde de ontem também.

#SAIBAMAIS#Técnicos de enfermagem e condutores socorristas que trabalham no Samu relataram que algumas macas estavam retidas há mais de 24h. Algumas equipes chegaram para o serviço às 6h30 de ontem e não puderam desempenhar suas funções em virtude da retenção dos equipamentos. Das 15 ambulâncias paradas naquele momento, seis eram do Samu Natal e nove do Samu Metropolitano. Ao todo, 14 eram Unidades de Suporte Básico (USB) e uma Unidade de Suporte Avançado (USA), também chamada de UTI Móvel, que além do condutor socorrista e do técnico de enfermagem, conta também com um médico.

O técnico em enfermagem Adeílton Dantas, do Samu Natal, relatou que geralmente atende a oito chamadas durante seu expediente de 12 horas, mas que, provavelmente, não conseguiria socorrer mais nenhum paciente ontem porque o quadro da única pessoa atendida por ele era de traumatismo cranioencefálico (TCE) e precisaria ficar em observação, ocupando a maca do Samu.

“Infelizmente, quem sofre é a população. As pessoas vão continuar precisando ir ao hospital, mas, sem o transporte adequado, os pacientes vão acabar tendo sequelas que poderiam ser evitadas. Alguém que tem uma fratura fechada, por exemplo, pode ser conduzido de qualquer jeito e acabar com uma fratura exposta. O investimento do governo é muito grande para uma ambulância dessas ficar parada assim”, lamentou.

A diretora geral do Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel, Maria de Fátima Pereira Pinheiro, argumentou que o problema é estrutural, acarretado pela sobrecarga no local. A diretora ressaltou que a unidade hospitalar “não tem necessidade de novas macas”, pois já possui 284 leitos – sendo 55 de unidade de tratamento intensivo (UTI) – e mais de 100 macas distribuídas pelos corredores. Para ela, “com a regionalização do atendimento e a definição da linha de cuidado de cada hospital, já se começa a organizar” a rede pública de saúde potiguar.

Segundo Fátima Pinheiro, a questão da retenção de macas “é sazonal, provocada por problemas externos. Os hospitais contratados para fazer as cirurgias de média e baixa complexidade pararam e complicaram o cenário. Como consequência disso, a superlotação torna-se ainda maior, as macas de Samu acabam presas e as ambulâncias ficam na porta do Walfredo Gurgel. A secretária [estadual de Saúde,  Eulália Albuquerque] assumiu há pouco tempo e acredito que ela conseguirá resolver ou pelo menos amenizar esse quadro”, disse a diretora.

Ela acredita que a situação deve melhorar nas próximas semanas, porque a secretária teria renegociado com o Hospital Memorial e a Clínica Dr. Paulo Gurgel, que voltariam a receber pacientes.“ O Estado tem 24 hospitais e alguns não têm condições de receber os pacientes. Encaminham para cá e a gente tem que acolher, já que o Walfredo Gurgel é a única porta aberta para a trauma-ortopedia. Eles vêm, principalmente em ambulâncias do Samu, e vão ficando em suas macas. Eu não tenho como colocar os pacientes no chão”, afirmou Fátima Pereira.

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