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Sangria de barragem no vale do açu deve começar na madrugada de hoje

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Cezar Alves – Jornal de Fato

Vale do Açu – O início da sangria do Açude Coremas na noite de terça-feira (25), no Sertão Paraibano, fez o Departamento Nacional de Obras Conta a Seca (DNOCS) mudar a previsão de sangria da Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, no Vale do Açu. De acordo com o órgão, a barragem começa a transbordar com lâmina de cinco centímetros às 3h desta quinta-feira.

A sangria se dá na cota 55 e atualmente está na cota 54,66. Do dia 13 de março às 15h de ontem, a Armando Ribeiro, que é o maior reservatório de água doce do Rio Grande do Norte, com capacidade para armazenar até 2,4 bilhões de metros de água, recebeu 3,63 metros de água, o que corresponde a 608 milhões de metros cúbicos de água.

Para transbordar com a menor lâmina, faltam apenas 34 centímetros, ou seja, 64 milhões de metros cúbicos de água. A barragem tem mais ou menos 60 quilômetros de extensão com 15 de largura. Foi concluída em 1983, durante o governo de João Babtista Figueiredo e teve sua primeira sangria e a maior também no primeiro semestre de 1985.

Os principais afluentes são Coremas, que armazena 1,3 bilhões de metros cúbicos de água; os açudes da região do Médio Oeste Potiguar, e os açudes da região Seridó. Estes últimos, como o Itans, de Caicó, e Gargalheiras, de Acari, ainda não estão sangrando. Apenas alguns açudes dos municípios de Santana do Matos e Currais Novos estão sangrando.

Segundo Geraldo Margela, do escritório do Dnocs em Assu, que monitora os açudes federais do Rio Grande do Norte, o volume de água que a barragem Armando Ribeiro está recebendo destes afluentes é muito grande, mas, no entanto, a lâmina de sangria, às 8h desta quinta-feira, deve ser apenas de 5 centímetros, porém com possibilidade de chegar a 2 metros em menos de 20 horas.

A sangria da Armando Ribeiro com mais de 2 metros deixa ilhadas mais de 20 fazendas de camarão do delta do Rio Piranhas/Açu, entre os municípios de Pendências, Macau e Porto do Mangue, além de obstruir as estradas de acesso entre as cidades de Assu/Ipanguaçu, Carnaubais/Alto do Rodrigues e Pendências/Porto do Mangue.

Importância

Além de permitir a irrigação de mais de 30 mil hectares no eixo entre Itajá e Macau, além das fazendas de camarão, a Armando Ribeiro também é responsável direto pelo abastecimento de mais de 40 cidades do Rio Grande do Norte, inclusive, Mossoró, através do sistema de adutora. A barragem cheia garante água por no mínimo 3 anos.

População se prepara para inundação

Ipanguaçu – Com a sangria de mais dois açudes (os maiores), e as previsões de mais chuvas fortes na região Central nos próximos dias, a população dos bairros Maria Romana, Baldum e Ubarana, no município de Ipanguaçu, entraram em estado de alerta, com a possibilidade de sangria do açude do Pataxó, que faltam apenas 30 centímetros.

O medo da população é que aconteça uma chuva forte na região Central e o açude do Pataxó, que recebe a água daquela região, sangre com lâmina superior a 90 centímetros para o rio Pataxó. Com esse volume de água, o rio Pataxó, que está obstruído, transborda para dentro da cidade de Ipanguaçu, como aconteceu em 2004, deixando mais de 1.500 famílias desabrigadas.

Recursos Hídricos

Os moradores dos três bairros foram informados pela Prefeitura de que o Governo do Estado recebeu R$ 700 mil do Governo Federal para desobstruir o rio. Ontem, a assessora de comunicação da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Juliana Celi, disse que esses recursos, na verdade, foram  somente para fazer o projeto.

Quando foi informado deste fato, o prefeito José de Deus disse: “Meu Deus!… Quanto vai custar essa obra, se somente o projeto custou R$ 700 mil?”. Para o caso de inundação, o prefeito disse que vai levar a população em caminhões para os ginásios de esportes e escolas públicas de Ipanguaçu e Itajá. “É uma situação de desespero iminente. Precisamos de um projeto emergencial para amenizar o sofrimento”, diz.

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