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“São 23 milhões que dependem da Previdência”

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Representante de um estado considerado pequeno para substanciais pretensões políticas, o senador Garibaldi Alves (PMDB), futuro ministro da Previdência do governo Dilma Rousseff (PT), afirmou ontem que não imaginava chegar tão longe. Reeleito com mais de um milhão de votos – quando se preparava para cumprir o terceiro mandato de senador – acabou por aceitar  o desafio de chefiar uma das mais difíceis pastas do Governo Federal, segundo ele, porque se sente preparado e também pela vontade de “servir ao país”. Garibaldi Alves não é o único  norte-riograndense a alçar maiores vôos na política nacional, mas certamente foi quem chegou mais longe até agora. Antes de ser confirmado ministro chefiou o Senado Federal.

Entrevista / Garibaldi Filho / Senador,  indicado para o Ministério da PrevidênciaTornou-se ainda mais conhecido, na cena nacional, quando devolveu ao Poder Executivo, na época do governo Lula, em novembro de 2008, a Medida Provisória (MP) da Filantropia, supostamente por não se enquadrar nos requisitos de urgência e relevância que a Constituição exige para as Mps.

Conhecido pelo trato simples e pelo sorriso largo, iniciou a vida pública em 1966 como Chefe da Casa Civil da prefeitura Natal, na época governada pelo tio Agnelo Alves. Em 1970, foi eleito deputado estadual, reelegendo-se por três vezes consecutivas para, em 1985, vencer a corrida pela prefeitura de Natal. Garibaldi Alves tem no currículo ainda os sete anos em que chefiou o governo do Rio Grande do Norte.  Em 40 anos de vida pública contabiliza apenas uma derrota, quando foi vencido pela então governadora Wilma de Faria (PSB), na disputa para o Executivo Estadual.

“Eu me acho capacitado para assumir – desculpe a pretensão – mas eu me acho capacitado para assumir qualquer Ministério. Agora são muitos os desafios. Não são poucos, mas eu acho que não se deve deixar de pensar que são 23 milhões de pessoas que dependem de liberação de recursos da previdência. São pessoas que têm a sua aposentadoria vinculada à previdência, então você tem uma responsabilidade com uma imensa quantidade de brasileiros”, afirmou ontem quando conversou com jornalistas no saguão do Aeroporto Augusto Severo, em Natal. Ele falou do encontro de segunda-feira (13) com o atual ministro Carlos Gabas. Por enquanto, Garibaldi disse que a prioridade para a futura gestão será melhorar a qualidade nos serviços de atendimento aos aposentados. Veja na íntegra:

Dificuldades

“Nós temos que enfrentar desafios. Se fosse assim [medo de enfrentar o obstáculo de uma pasta tão problemática] eu não teria jamais sido candidato a governador porque me diziam que era muito difícil, ou presidente do Senado, porque também me diziam que era muito difícil, então…”

benefício ao RN

“O benefício ao RN será direto, porque na medida em que eu for titular de um Ministério eu vou ter muito mais condições de conversar com os outros ministros a respeito das pendências do Estado, da liberação de recursos, então eu considero que vou abrir muitas portas para o RN, para os seus prefeitos, para os seus representantes e seus líderes.”

Rombo previdenciário

“Eu realmente não sei o rombo. As melhores informações serão dadas pelo ministro atual da Previdência [Carlos Eduardo Gabas]. Eu já marquei um encontro com ele, segunda-feira (14), às 17h, no Ministério, quando vamos conversar sobre todos esses assuntos que dizem respeito ao Ministério que eu vou assumir.”

Fator previdenciário

“Eu sou favorável à queda do fator previdenciário, mas agora como ministro eu tenho que saber qual a melhor maneira que possa se dar isso ou se até mesmo não teremos condições de chegar ao fim propriamente.”

Presidência do Senado

“Não foi [escolhido ministro pelo PMDB para abrir caminho à reeleição de José Sarney na presidência do Senado] porque eu também não era candidato e até agora nem Sarney lançou-se candidato. Na verdade o processo estava absolutamente parado. Mas diante de um convite desses eu resolvi aceitar.”

Indicação

“Não era esperada porque ninguém é candidato a ministro. Você pode ser candidato a tudo menos a ministro. Ministro é uma escolha da presidenta da República. Só ela que pode dizer se aceita ou não aquela indicação e os partidos é que se mobilizam para fazer uma indicação.”

Maior desafio

“Eu acho que muitos são os desafios. Não são poucos, mas eu acho que não se deve deixar de pensar que são 23 milhões de pessoas que dependem de liberação de recursos da previdência. São pessoas que têm a sua aposentadoria vinculada à previdência, então você tem uma responsabilidade com uma imensa quantidade de brasileiros.”

Paulo Davim

“Eu acho que Paulo Davim tem a cabeça no lugar e tem sobretudo o coração no lugar porque é cardiologista (risos). E ele sabe melhor do que ninguém como se conduzir lá no Senado. Sem nenhuma hipocrisia eu espero que ele vá ajudar ao governo e sei que ele não vai faltar em relação a isso.”

Reforma previdenciária

“A presidenta me disse ontem que estará muito empenhada em melhorar a situação do previdenciário. Agora disse que vai continuar uma política melhor de atendimento a esse previdenciário através da eliminação de filas. Agora há uma política de expansão de agências da previdência, inclusive aqui no Rio Grande do Norte já foram inauguradas algumas e quanto à reforma da previdência ainda não há uma definição da política do governo.”

Cota do PMDB

“Nós acreditamos que poderia ser melhor [o espaço do PMDB no governo], mas a política é sempre a arte do possível e agora vamos nos compenetrar para que possamos fazer o melhor com o que nos foi entregue.”

Prefeitura

“Eu defendo uma posição de total ajuda à prefeita de Natal, Micarla de Sousa. Mas tenho dúvidas, e acho que talvez não seja o melhor para o partido a essa altura ter uma participação no seu Secretariado como ela deseja. Mas vamos ouvir os companheiros do partido e democraticamente aceitar o que for decidido”.

Governo do Estado

“Aqui no Estado eu vou procurar ajudar a governadora. Ajudei a sua eleição e  agora vou ajudar para que ela possa governar da maneira melhor possível.”

Secretariado

“Eu poderei até indicar [algum nome para o Secretariado da governadora eleita, Rosalba Ciarlini] mas isso aí eu não pretendia fazer individualmente mas só se o partido desejasse. Eu não sei qual a posição do partido e vou aguardar.”

Independência

“A essa altura eu não posso dizer que vou ter uma posição independente com relação ao governo do Estado. Eu ajudei a eleger o próximo governo e agora digo que vou ser independente? Agora o PMDB deve decidir democraticamente. Contem os votos e tomem a decisão. Agora eu não queria mais ser dissidente, já passei a campanha inteira sendo.”

Perspectiva

“Eu me acho capacitado para assumir – desculpe a pretensão – mas eu me acho capacitado para assumir qualquer Ministério. O que eu disse quando falei com os jornalistas em Brasília é que no momento eu não estava a par dos assuntos da previdência, mas agora tomar pé de tudo e começar a agir.”

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