Rio (AE) – Campeão antecipado, o São Paulo teve oito jogadores indicados ao prêmio dos melhores do Campeonato Brasileiro, além de Muricy Ramalho, que está na disputa entre os técnicos. Eles estão entre os três finalistas de cada posição na votação organizada pela CBF, que terá o resultado conhecido em quatro de dezembro, em festa no Teatro Municipal, no Rio – a competição acaba no dia anterior.
O anúncio dos finalistas da segunda edição do Prêmio Craque do Brasileirão foi realizado nesta quinta-feira, também no Teatro Municipal, do Rio. Os três melhores jogadores de cada posição, além dos técnicos e árbitros mais votados, foram revelados pelo técnico da seleção, Dunga, e seu auxiliar, Jorginho.
Os finalistas foram os mais votados num colégio eleitoral composto por 350 integrantes. Depois, no dia quatro de dezembro, o vencedor de cada categoria será apontado na festa no Teatro Municipal, mas os segundos e terceiros colocados também serão premiados. Além disso, o mais votado de todos vai ganhar o prêmio de melhor jogador do Campeonato Brasileiro.
No ano passado, a vitória foi do atacante argentino Carlitos Tevez, que defendia o Corinthians na época. Esta edição do Prêmio Craque do Brasileirão também fará uma homenagem especial ao ex-jogador Djalma Santos, que foi bicampeão mundial com a seleção nas Copas de 1958 e 62.
Dunga exalta capacidade de renovação
O técnico da seleção brasileira, Dunga, enalteceu o contínuo processo de renovação do futebol no Brasil, ao divulgar nesta quinta-feira, no Rio, os candidatos à seleção do Brasileirão. “Nós somos muito críticos. O futebol brasileiro tem uma capacidade incrível de se resgatar e de revelar novos talentos”, afirmou o treinador, em referência à saída de dezenas de jogadores para o exterior todos os anos e à dificuldade de disputar bons jogadores com os clubes europeus, donos de orçamentos bem mais generosos.
Os elogios de Dunga aos jogadores brasileiros não pararam por aí, pois, ao falar sobre o atual cenário no futebol europeu, o técnico da seleção abusou do patriotismo: “Os jogadores que fazem a diferença lá fora, nos campeonatos europeus, são os brasileiros”. Dunga afirmou ainda que alguns clubes, como o campeão São Paulo, aprenderam melhor a se adaptar à nova legislação e à realidade do mercado para evitar a debandada de jogadores. “As equipes estão se reestruturando e aprendendo a lidar melhor com a situação, e quem se adaptou melhor tem feito as melhores campanhas”, disse, citando ainda o Internacional, campeão da Libertadores, e o Grêmio, que luta com o rival pelo vice-campeonato.
Por ser um partidário dessa “organização”, o técnico da seleção se colocou como defensor do sistema de pontos corridos para o Campeonato Brasileiro. “Ninguém pode querer se organizar a três meses do fim do campeonato e querer sair com o título. Deve ser premiado aquele que se preparou melhor desde o começo”, explicou. Para quem acha que falta emoção a um campeonato sem finais, dunga respondeu: “É emocionante porque todas as partidas, do começo ao fim, valem os mesmos três pontos”.
Dunga disse que os 33 indicados à seleção do campeonato, três em cada posição, têm condição técnica para defender a seleção brasileira. “São jogadores de grande valor. É claro que a seleção não é montada apenas com quem está no Brasil, mas todos eles mostraram que, se for necessário, podem ser convocados”, afirmou.
A prática, no entanto, não comprova o que disse o técnico da seleção: dos 38 jogadores que ele convocou até agora, apenas nove atuam no futebol brasileiro, e o único a ser chamado mais de uma vez é o lateral-esquerdo Marcelo, que jogou o Brasileiro pelo Fluminense e concorre ao prêmio de melhor da posição no campeonato, mas já foi negociado com o Real Madrid.