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Saque do FGTS deve ter limite de R$ 500 em 2019

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Camila Turtelli e Adriana Fernandes (AE)

Depois da pressão do setor da construção civil, o governo estuda agora limitar os saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em R$ 500 neste ano. O valor máximo seria para contas ativas (dos contratos atuais) e inativas (de contratos inativos).

Benefício, porém, terá regras próprias que deverão ser divulgadas em até 120 dias; saldo do FGTS também balizará acesso ao recurso

Governo deverá detalhar mudanças relativas ao FGTS na quarta-feira, 24, conforme ministro Onyx

#SAIBAMAIS#O valor valeria para cada uma das contas do fundo. Um trabalhador com uma conta ativa e outra inativa poderia, portanto, sacar R$ 1 mil. Um integrante da equipe econômica, sob condição de anonimato, disse que as discussões caminham para esse modelo. Os saques devem começar em setembro.

A restrição para este ano seria uma forma de atender à construção civil. Um dos principais aliados do setor é o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. “Confio no bom senso do governo. Não tem dinheiro para saque extra, desestabiliza o fundo e gera desemprego no setor”, afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins.

No Ministério da Economia, há quem acredite que um valor tão baixo tem pouco efeito na economia em 2019. No outro desenho, o impacto poderia levar o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano a 1,1%, segundo cálculos oficiais. Hoje, a projeção é de crescimento de 0,82%.

Na Caixa, há reclamações de que será preciso um grande reforço no atendimento – que deverá ser ampliado para os fins de semana – sem nenhum tipo de retorno para o banco.

Aniversário
A partir do ano que vem, a ideia é permitir que os trabalhadores tenham direito a uma nova modalidade de retirada dos recursos: o “saque aniversário”. Se escolher essa opção, o trabalhador vai ter de abrir mão de resgatar a totalidade do FGTS caso seja demitido sem justa causa.

Nessa situação, ele continuaria a sacar a parcela dos recursos anualmente até os recursos se esgotarem.

A ideia agora é ampliar as faixas do “saque aniversário”. Estão sendo estudadas faixas de limite e também um valor fixo. Até ontem, esses eram alguns dos limites estudados, segundo fontes próximas à situação: quem tem até R$ 500, poderia sacar a metade. A partir daí, seria fixado um porcentual mais um valor fixo. Para quem tem acima de R$ 20 mil, a opção estudada é limitar em 5%, mais um valor fixo de R$ 2,9 mil.

Na quarta-feira passada, o jornal O Estado de S Paulo revelou que o governo estudava liberar até 35% das contas ativas e inativas do FGTS. A reportagem também antecipou que era estudada uma forma de limitar o saque total em caso de demissão sem justa causa, mas que haveria uma compensação ao permitir que o trabalhador sacasse uma parcela do fundo todo ano.

Depois da divulgação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou os porcentuais e adiantou que a liberação teria potencial de injetar R$ 42 bilhões na economia. Em seguida, o Ministério da Economia afirmou que refez os cálculos e que deveriam ser liberados R$ 30 bilhões.

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O anúncio era para ser feito na semana passada, em meio à solenidade de 200 dias de governo Bolsonaro, mas o setor da construção civil pressionou, por preocupação de que a retirada dos recursos poderia reduzir o uso do FGTS como fonte a juros mais baixos para financiamentos para os setores imobiliário, de saneamento básico e infraestrutura.

Depois das mudanças, o anúncio deve ser feito nesta quarta-feira, 24, segundo o presidente Jair Bolsonaro. Convites para a cerimônia já começaram a ser distribuídos para ministérios e também para a executivos da Caixa.

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