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Sargento Andrei Thies confessa e detalha crime

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DEPOIMENTO -  Andrei disse que estava arrependido

Jacson Damasceno e Augusto César Bezerra – Repórteres

O primeiro depoimento de Andrei Thies após a descoberta do corpo de Andréia, foi o único até agora em que, segundo a polícia, aparentou falar a verdade. Nas palavras ditas em um depoimento que durou quatro horas, finalmente o sargento da Aeronáutica confessou: havia matado a própria esposa, escondido o cadáver e montado a trama para esconder os crimes.

No depoimento iniciado às 16h30 de ontem, na Dehom, Andrei contou na manhã do dia 22 de agosto, discutiu mais uma vez com Andréia. Ela tentou atingi-lo com uma faca, mas acabou dominada pelo esposo. O militar contou que os dois teriam caído no chão e que em momento de fúria, esganou a dona-de-casa até a morte.

De acordo com o delegado Raimundo Rolim, o interrogatório foi tranqüilo, sem que Andrei expressasse qualquer reação de nervosismo ou emoção em qualquer momento. “A confissão dele não basta. Agora iremos diligenciar para descobrir se as informações dadas por ele são verdadeiras”, esclareceu.

Com a imprensa, Andrei foi seco. Escoltado por homens da Aeronáutica, falou somente nos poucos metros entre a sala do delegado e a viatura que o esperava. “Estou arrependido”, repetiu várias vezes. Quando perguntado sobre como tinha cometido o homicídio, silenciou. E quando questionaram se a família tinha participação nos crimes, foi monossilábico: “Não”.

Uma informação dada ontem pelo sargento era novidade. Segundo ele, o corpo de Andréia foi enterrado primeiro em um matagal no interior da Base Aérea, antes de ser levado para a casa de Ponta Negra. Em detalhes, disse que comprou o saco de acampamento e levou o cadáver da esposa em seu carro, por volta das 16h do dia seguinte ao crime. Tendo entrado na Base pelo portão de Emaús.

Porém, temeroso porque tinha usado uma área militar para a desova, voltou ao local seis dias depois – às 5h -, e desenterrou o corpo, o transportando para a casa. “Ele disse que pelo mal cheiro, ficou com medo ser parado no portão da base” contou o delegado Rolim.

Andrei disse à polícia que fez tudo sozinho. A versão causa estranheza já que carregar um cadáver e fazer covas não é um trabalho fácil para qualquer homem. Além disso, há uma contradição entre os depoimentos de pai e filho. Hamilton Thies disse que quando perguntou sobre o destino do corpo, o sargento respondeu que resolveria sozinho. Já Andrei, disse ontem ao delegado que contou aos pais sobre a desova na base aérea, escondendo somente sobre a casa.

“Essa já uma primeira contradição que deveremos esclarecer de agora em diante”, informou o delegado. Rolim disse ainda que vai pedir à Aeronáutica os papéis de controle do portão da base em Emaús, para comprovar ou não a versão de Andrei. Ele disse ainda que já recebeu papéis da base, que podem comprovar um outro delito que não quis adiantar.

Sobre a personalidade de Andrei e o comportamento dele no depoimento de ontem, Raimundo Rolim observou que em qualquer momento ele se referiu à filha, cuja guarda pode ter motivado o crime. E fez ainda a seguinte análise: “É um homem completamente manipulado pelos pais. Ele não perdeu o cordão umbilical, apesar de ter crescido e constituído uma nova família”.

FAB aguarda julgamento para expulsar sargento

O sargento Andrei Thies permanecerá preso em uma cela comum da Base Aérea de Natal, por ordem judicial. Mas o Comando da Base, através da assessoria de comunicação, confirma que o militar será expulso tão logo seja julgado e condenado.

Para que seja expulso, o sargento Andrei Thies deve ser condenado a uma pena superior a dois anos de reclusão. O caso é acompanhado de perto por militares da área jurídica da Aeronáutica, vinculados ao Tribunal Militar.

Caso seja expulso da Aeronáutica, o sargento não terá direito a qualquer benefício, como pensão ou indenização, por exemplo. Andrei Thies integra as Forças Armadas há 18 anos e nove meses. Enquanto o processo estiver tramitando, o militar continua recluso e sem prestar qualquer tipo de serviço dentro de suas funções na Base Aérea de Natal.

Quando o sargento foi preso respondia, inicialmente, por posse de armamento e material bélico no inquérito policial civil. Inclusive material de uso exclusivo das Forças Armadas. De acordo com a assessoria de imprensa da Base Aérea de Natal, Andrei Thies não chegou a ser punido ou mesmo alvo de inquérito militar porque o armamento (uma espécie de granada) encontrado em sua residência dele não oferecia mais risco.

Tratava-se de material inerte, na linguagem usada pelos militares, sem risco de explosão e que seria naturalmente descartado pela unidade militar.

Caso Andréia Rosângela teve repercussão nacional

Carla França – Repórter

O desaparecimento e a posterior confirmação do assassinato da dona de casa, Andréia Rosângela, chamou a atenção da imprensa nacional, em especial os jornais do Rio Grande do Sul, onde a Andréia nasceu.

O caso começou a ser noticiado depois que o delegado Raimundo Rolin, foi até a cidade de Porto Alegre interrogar familiares e amigos de Andréia. De acordo com o jornal Zero Hora, os pais adotivos da gaúcha, de 37 anos, chegaram a coletar sangue, a fim de realizar um novo exame de DNA.

Ainda de acordo com o jornal, os pais biológicos da dona-de-casa também fizeram a coleta para que fosse feita a comparação com as amostras de sangue encontradas na casa de Andréia.

O Diário Gaúcho e o Portal Terra também publicaram informações sobre o fim do Caso Andréia, noticiando a descoberta do corpo da gaúcha, na casa dos pais do marido da vítima, o sargento da Aeronáutica, Andrei Thies.

A jornalista Jurema Josefa, do Correio do Povo, também do Rio Grande do Sul, está acompanhando o caso. Segundo ela, a imprensa gaúcha está impressionada com o desenrolar dos fatos e assim como todos os familiares da vítima, espera que os culpado sejam punidos.

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