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Satélite japonês monitoriza floresta amazônica

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Brasília – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) usa desde o dia 2 imagens de um satélite de observação avançada japonês para identificar áreas desmatadas na floresta amazônica. A tecnologia difere dos sistemas nacionais por ser capaz de captar fotos de regiões degradadas mesmo quando há nuvens no céu. O acordo foi firmado em abril do ano passado com a Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (Jaxa) e as primeiras imagens chegaram este mês ao Brasil. O equipamento fornece informações para a Operação Roncador, que acontece em 13 municípios do sudeste do Pará e nordeste do Mato Grosso. Os dados são processados pelo Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) do Ibama e usados em campo pelos técnicos do Instituto.

Uma equipe de 36 funcionários do órgão e policiais mato-grossenses já começou a fazer ações de fiscalização na região com base nas informações. Desde o início do mês, foram apreendidos três tratores, uma motosserra e aplicadas multas no valor total de R$ 31,5 mil. A operação se estenderá por tempo indeterminado.

O Ibama usa ainda dados sobre desmatamento do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite (Prodes). O Deter mostrou que em abril foram derrubados 1.123 km2 de floresta.

A operação faz parte do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, do Governo Federal, e da campanha Guardiões da Amazônia, do Ibama. O nome da ação faz referência à Serra do Roncador, que vai de Barra do Garças, no MT, até a Serra do Cachimbo, no PA. Próximos ao Roncador estão o Parque Nacional do Xingu e as Terras Indígenas Urubu Branco e Enawenw-nawe.

Tucunarés provocam desequilíbrio do Pantanal

Campo Grande (AE) – Carnívoro, de apetite voraz e protetor exemplar de seus alevinos (filhotes), o tucunaré está dizimando os peixes nativos do Pantanal de Mato Grosso do Sul, na região de Corumbá. A espécie, proveniente da Bacia Amazônica, está tomando conta dos rios pantaneiros, onde chegou na década de 1980, depois do rompimento de um tanque com milhares de filhotes que estavam sendo criados em uma fazenda nas proximidades dos rios Itiquira e São Lourenço. Enquanto os peixes nativos da região fecundam sob a água e deixam os alevinos relegados à própria sorte e à mercê dos predadores, o tucunaré faz ninho em pedras dos fundos dos rios, garantindo assim maior número de sobreviventes.

Esse procedimento fez aumentar a população desse tipo de peixe em detrimento da nativa, segundo o secretário de Meio Ambiente de Corumbá, Ricardo Eboli. Pesquisas indicam um crescimento vertical dos cardumes nos rios da região, onde o tucunaré se alimenta de peixes grandes e pequenos, até mesmo de insetos que caem na água.

Os alevinos de tucunaré recebem proteção dos “pais” até atingirem cerca de 5 a 6 centímetros. Grandes cardumes, quando atingem a idade mais segura, percorrem os rios em busca do melhor local para viver, especialmente onde exista densa vegetação.  Eboli informou que até o final desta semana será assinado decreto liberando a pesca do tucunaré no Pantanal de Corumbá. “A medida pode ser considerada ecológica, já que estimula a captura de uma espécie nociva ao ecossistema local e, por outro lado, tem o benefício de reduzir a pressão dos pescadores sobre os peixes nativos.”

O decreto passará a ser praticado 30 dias após sua assinatura. A providência acabou sendo adotada com base em informações de pescadores profissionais e amadores e de pesquisadores da Embrapa Pantanal. Ainda está em discussão a quantidade de pesca que será autorizada para a região. A tendência é permitir ao pescador profissional a mesma quantidade (400 quilos por dia) autorizada na pesca de espécie nativa com o peso mais próximo ao do tucunaré. Para os amadores, o limite seria de 20 kg/dia. “O que já temos certeza absoluta é de que o tucunaré é um invasor e, como tal, pode alterar o ecossistema, provocando danos imprevisíveis. A partir desse ponto, estamos ainda dependentes de um estudo para contornar essa situação”, explicou Eboli.

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