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Saudades de um clarinete

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Michelle Ferret – Repórter

Assim como na canção “Naquela Mesa”, de Sérgio Bitencourt, quando falta Jacó do Bandolim na mesa vazia, falta ali também o maestro potiguar K-Ximbinho. Ele que revolucionou a música brasileira experimentando o choro e o jazz na música de concerto, hoje se esconde em alguns poucos adoradores de sua música e na regravação de canções como “Ternura”, regravada por milhares de instrumentistas mundo afora.

Modificando um pouco a ótica dessa turva visão sobre sua música, o projeto Nação Potiguar lança hoje no auditório da Fiern, com direito a apresentação de Paulo Moura, dois discos em homenagem ao mestre (K-Ximbinho Duetos e K- ximbinho Sanfonado), trazendo instrumentistas como Sivuca, Renato Borghetti, Dominguinhos, Waldonys, Dorgival Dantas, Zé Calixto, Paulo Moura, Teco Cardoso, Nailor Proveta, Toninho Carrasqueira, Álvaro Barros, Carlos Malta, Péricles Johnson, Luizinho Calixto, Joca Costa, entre outros.
Na visão de Dácio Galvão, organizador dos discos, o projeto faz parte do mapeamento sonoro do Rio Grande do Norte que vem sendo realizado em oito anos completando com estes, 20 discos. “A ideia é identificar a música do RN como um todo. Nos discos de K-Ximbinho o desejo foi o de fechar um ciclo preservando a memória do maestro, compositor e exímio instrumentista que está sendo esquecida pelos tempos”, contou Dácio.

Os dois discos foram produzidos ao longo dos últimos cinco anos e a seleção dos músicos teve como base a música local com música nacional, tendo como ponte K-ximbinho. “Foi um trabalho de garimpar suas pérolas musicais. E nós descobrimos durante a pesquisa que existe um trânsito do compositor com outras modalidades da música brasileira, como a música de fronteira do Centro Sul e aí Renato Borghetti caiu como uma luva. K-ximbinho é o responsável pela influência de jazz e no choro e ouvir esses dois discos é ter a clara noção da importância do compositor para a história da música brasileira”, contou.

“Sonoroso”, “Ternura”, “Velhos Companheiros”, “Gilka”, “Autoplágio”, “Tô Sempre aí” e “Penumbra” são algumas das canções que estão no repertório dos dois discos que somam 28 canções. A escolha de utilizar sanfona com base de acompanhamento de cordas ou percussão foi, segundo Dácio, “uma maneira radical e contundente que permeia o inconsciente popular mas também erudito”. “Elencamos não só sanfoneiros como Oswaldinho do Acordeon, que estudou fora, como Luiz Calixto e Zé Calixto que são os dois maiores tocadores de baixo e de fole do país”, disse Dácio.

Os discos serão lançados hoje no auditório da Fiern, às 18h e contará com concerto de Paulo Moura e banda com participação de Gereba, e lançamento da revista cultural Palumbo. A concepção, direção artística e produção dos discos é de Dácio Galvão, direção executiva de Candinha Bezerra, ilustrações de Dorian Gray Caldase pintura de Navarro.

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