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Scarlett Johansson domina tudo em ‘Lucy’

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Luiz Carlos Merten

Em Los Angeles, no primeiro semestre, Scarlett Johansson tentava controlar os jornalistas de todo o mundo que se comprimiam na sala em que Chris Evans e ela davam entrevistas sobre Capitão América 2. Os dois diretores, os irmãos Russo, e o produtor Kevin Feige eram meros codjuvantes. As perguntas eram as mais tolas possíveis. E se o Capitão América e Scarlett, a sexiest woman alive – a mulher mais sexy do mundo – tivessem um filho, como seria? “Com’ on, boys, let’s talk seriously”, Vamos falar com seriedade, ela pedia, e com aquela voz.
A “mulher mais sexy do mundo” chega arrasando novamente, em bilheteria e crítica, no novo filme de ficção científica do diretor francês Luc Besson
Em sua edição de junho, a revista francesa Studio Live lista os top 20 de Hollywood. Brad Pitt, que, além do astro que todo mundo conhece, foi o produtor de 12 Anos de Escravidão – Oscar de melhor filme do ano -, é o número 1. E há apenas uma mulher entre os 20. Ocupa o sétimo lugar – Jennifer Lawrence, graças aos números superlativos da série Jogos Vorazes. Scarlett nem aparece e, no entanto, não existe mulher mais comentada na indústria, atualmente. A voz dela no computador de Joaquin Phoenix, na fantasia futurista de Spike Jonze – Ela -, ainda ecoa nos ouvidos do público e Scarlett, que faz um pequeno papel em Chef, de Jon Favreau, esta semana, toma de assalto as telas do Brasil com Lucy, outra fantasia científica – do francês Luc Besson -, que está arrasando nas bilheterias dos EUA. Em DVD e Blu-Ray, mais uma fantasia. Em Sob a Pele, de Jonathan Glazer, Scarlett é a alienígena que chega à Terra e percorre paisagens vazias e estradas desertas em busca de presas humanas. Dotada de uma sexualidade voraz, a (anti)heroína vai descobrir sua humanidade.

Scarlett está em todas

Está começando mais um Festival de Veneza. No ano passado, os críticos blasés nem se deram ao trabalho de constatar que o filme de abertura, que muitos chamaram de decepcionante – Gravidade, de Alfonso Cuarón -, na verdade terminou sendo um evento planetário e campeão do Oscar. Sob a Pele foi outro recebido a pedradas, mas em sua edição também de junho Cahiers du Cinéma, a Bíblia do cinema de autor, dedica páginas e páginas à decifração do fenômeno Under the Skin, porque o filme de Jonathan Glazer é um fenômeno. E a todas essas chega Lucy. A pergunta número um que não quer calar – como um diretor considerado de segunda, como Luc Besson, conseguiu reabrir a vertente kubrickiana de Stanley Kubrick, 2001? Retomando a lição de Arthur C. Clarke que o próprio Kubrick seguira em sua obra-prima – para atingir o impossível, o que se deve fazer é transpor os limites do possível.

O filme começa, como 2001, na alvorada da humanidade, com Lucy, a primeira mulher. Salta no tempo para mostrar aonde nos levou o desenvolvimento tecnológico e científico – desordenação e caos. É onde encontramos outra Lucy – Scarlett.

Lançada numa aventura sem volta, ela vai expandir os limites da inteligência humana, num processo que o cientista Morgan Freeman ousa apenas teorizar. Luc Besson já incursionara pela ficção científica – em O Quinto Elemento, nos anos 1990. Aqui, ele mescla 2001 com elementos da série de ação Busca Frenética, com Jason Statham, que produziu. Scarlett desenvolve sua capacidade mental como nunca ninguém o fez na história. Ao fazer isso, transpõe os limites da matéria. Controla o mundo ao redor, e as mentes dos outros.

Tudo vê, tudo sabe, tudo pode. Vira Deus, ou o computador Hal-9000 de 2001? Porque é a segunda pergunta que você mal ousava se fazer e Besson agora tenta responder – como Scarlett foi parar dentro daquele computador em Ela? É uma questão científica e filosófica, que Besson responde por meio da ação. No processo, Scarlett ganha um aliado, o policial. Numa ação impulsiva, ela o beija.

Por que, pergunta o cara? “Para me lembrar (de que sou humana)?” Na cena chave, descobrindo que a única verdadeira medida é o tempo, Lucy viaja no tempo até reencontrar a outra Lucy, primata A nova e a primitiva mulher se tocam, como na Criação de Michelangelo. Luc Besson conseguiu. Scarlett Johansson, a atriz de sua geração que mais ousa, conseguiu, de novo. Essa mulher, além de sexy, é única.

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