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‘Se meu Fusca falasse’

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Amante inveterado do carrinho mais famoso da montadora alemã, Aurino Araújo, 75, nutre uma paixão inexplicável pelo ‘besouro’ desde os anos 1950. “Sabe aquele filme ‘Se meu Fusca falasse’? Quando Walt Disney pensou em produzir um filme de carros (1968), escolheram vários modelos e colocaram todos em fila no pátio do estúdio para ver qual seria a reação das pessoas; o fusquinha (Herbie) foi o que chamou mais atenção. Não fui influenciado pelo filme, minha paixão vem de antes, é só para você ver como é uma coisa inexplicável”, reforçou Aurino.
Aurino Araújo nutre uma paixão pelo ‘besouro’ desde 1950
#SAIBAMAIS#Sua paixão pelo Fusca surgiu no escurinho cinema, quando, antes da sessão principal, eram exibidas propagandas do carro. “O anúncio mostrava a linha de montagem na Alemanha, a versatilidade do carro e a satisfação dos proprietários. Uma das cenas mostrava vários carros sob a neve do inverno europeu, e o Fusca era o único que pegava de primeira. Foi quando tudo começou”, recorda. Aurino publicou semanalmente nesta TRIBUNA DO NORTE, por cerca de sete anos no caderno Autos e Motores, 350 “Estórias do Fusca”.

Ele já perdeu a conta de quantos Fuscas possuiu em quase seis décadas, e disse que chegou a manter simultaneamente doze modelos do veículo até pouco tempo. Diretor da empresa Marpas, que foi revendedora da marca Volkswagem em Natal de meados dos anos 1970 até 2001, Aurino Araújo contou que não dá para tomar conta de muitos carros sozinho: “Meu mecânico de confiança adoeceu, ele que mantinha os carros funcionando durante o rodízio”. Todos os dias ele roda um pouco com um carro diferente. “Não sou colecionador (nem faz parte do Clube). Gosto de Fusca e de andar de Fusca, por isso a preferência pelos modelos com motor a partir de 1.300 cilindradas: são melhores para dar umas aceleradas!”

Atualmente Aurino tem cinco Fuscas na garagem, e todos funcionam no primeiro toque da chave: um azul bicolor 1971 1300, um fusquinha marrom 1973 1300, um fuscão 1974 (1500), um Fsca 1975 (1300), e o um modelo ‘do Itamar’ fabricado em 1995 de 1600 cilindradas. Se ficar no prego, ele diz que se garante: “Só não faço o mais pesado”. Nenhum dos carros ele pegou zero, mas informa que sabe a procedência de todos.

O marrom, por exemplo, o primeiro dono “não estacionava no sol, não andava em dia de chuva e passava cera na parte de baixo dos paralamas”. Lembra que chegou a oferecer um carro zero pelo fusquinha, mas o dono recusou – quando o proprietário morreu, a família sabia do interesse de Aurino pelo carro e decidiu vender. O ‘Fusca do Itamar’, vermelho sangue fabricado em 1995, foi oferecido como prêmio em um bingo no Paraná. “A pessoa que ficou com o carro deu para o filho, na época cadete da Aeronáutica. Quando o rapaz veio estudar em Natal, vendeu o carro (a contragosto do pai)”. O carro encarnado, com rodão e lanternas traseiras ‘fafá de belém’, veio com nota fiscal da fábrica, manual de instruções, recibos e embalagens de todas as peças trocadas.

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