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Secretários dizem que crise é geral no Nordeste

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OTIMISMO - Renato Garcia espera recuperação do setor

A baixa taxa de ocupação dos hotéis e pousadas do Rio Grande do Norte no início da temporada do turismo e a demissão de até seis mil profissionais nos últimos 12 meses preocupam também os titulares das secretarias estadual e municipal de turismo. Renato Garcia, titular da Secretaria Estadual e Fernando Bezerril, pelo município de Natal, reconheceram a gravidade do momento e destacaram que têm escutado relatos semelhantes dos empresários e administradores públicos dos estados vizinhos do Rio Grande do Norte.

Uma série de fatores, entre eles os 30 dias de Copa do Mundo de Futebol e os gastos dos propensos turistas brasileiros com a aquisição de aparelhos de televisão de plasma em junho passado, esvaziou os hotéis e pousadas e também gerou problemas para outros setores da economia que giram em torno da atividade turística. Os secretários afirmaram ontem, ao comentarem a matéria da TRIBUNA DO NORTE sobre a crise porque passa o setor no início da temporada, que o turismo de eventos seria uma das alternativas capazes de evitar resultados tão negativos.

O diretor de Relações Trabalhistas do Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro e Similares do RN, Sandoval Lopes, acredita que o número de demissões (seis mil entre julho de 2005 e julho deste ano) anunciado pela Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH/RN) está superdimensionado. “Pode até ser, mas precisaríamos homologar cerca de 50 rescisões por dia”, disse.

Fernando Bezerril, secretário  de Turismo de Natal (Sectur), afirma que vem trabalhando a promoção do município em outros estados através de feiras especializadas em “turismo de negócios” para atrair congressos à capital potiguar. “Com a inauguração do Centro de Convenções de Natal, vamos ampliar nosso número de poltronas para 4.700, incluindo as já existentes nos hotéis. Mas esse tipo de turismo é algo que é negociado e só se concretiza dois anos depois”, ressaltou o secretário.

A Sectur adotou como estratégia a distribuição de panfletos com divulgação dos potenciais de Natal nas principais feiras e, em alguns casos congressos, para inserir a capital potiguar no circuito de eventos de abrangência nacional e até internacional.

O secretário estadual de Turismo, Renato Garcia, espera uma recuperação do setor na segunda quinzena deste mês. Mas voltou a defender a continuação do trabalho iniciado há três meses de elaboração de diretrizes para o setor, desenvolvidas entre a iniciativa privada e o poder público, para assegurar o desenvolvimento “seguro” para o turismo entre os anos de 2007 e 2017.

Renato Garcia é o quarto secretário da pasta, nesses três anos de governo de Wilma de Faria, e desde que assumiu há três meses tem desenvolvido em conjunto com os empresários e entidades de outros setores da economia um trabalho para chegar ao que classificou de “diretrizes de ações políticas de turismo do RN para os próximos dez anos”. Mas reconhece que nem sempre é possível contar com o orçamento necessário às implementações do setor.

Ontem, os empresários do setor de hotelaria, principalmente, chegaram a assumir que também deveriam ter dispensado um esforço maior para evitar o desemprego e o baixo faturamento no início da alta estação. Os empresários do estado do Ceará, a exemplo dos norte-rio-grandenses, também registram uma taxa de ocupação de no máximo 30%. Parte do resultado negativo para os estados da região Nordeste também é atribuído às chuvas que, por coincidência, têm ocorrido quase sempre aos fins de semana.

Quanto ao elevado número de demissões, Sandoval Lopes explica que muitas vezes são consideradas também aqueles profissionais ainda em período de experiência. As reduções ocorreriam especialmente entre os meses de abril e junho, na baixa estação. E questiona também que se por um lado os empresários reclamam da queda no faturamento, por outro os funcionários não têm aumento de salário à altura do faturamento na alta estação. “Tivemos uma queda real de 3% a 4,5% no salário dos trabalhadores nos últimos cinco anos.

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